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domingo, 16 de dezembro de 2018

Doutrina Social da Igreja Católica – 2004 – João Paulo Segundo !





A missão do sujeito, uma vez constituído como cidadão de um Estado Democrático de Direito, é ter uma vida justa voltada para o bem maior da coletividade e que a força do seu testemunho, contribuam para o progresso da humanidade.
A utopia de uma sociedade justa onde todos se realizam de forma plena se realiza na transcendência, mérito dos justos após a morte, mas abrange também este mundo nas realidades da economia e do trabalho, da sociedade e da política, da técnica e da comunicação, da comunidade internacional e das relações entre as culturas e os povos.
Os homens são capacitados a transformar as regras e a qualidade das relações, inclusive as estruturas sociais: são pessoas capazes de levar a paz onde há conflitos, de construir e cultivar relações fraternas onde há ódio, de buscar a justiça onde prevalece a exploração do homem pelo homem.
Tantos irmãos necessitados estão à espera de ajuda, tantos oprimidos esperam por justiça, tantos desempregados à espera de trabalho, tantos povos esperam por respeito: Como é possível que ainda haja, no nosso tempo, quem morra de fome, quem esteja condenado ao analfabetismo, quem viva privado dos cuidados médicos mais elementares, quem não tenha uma casa onde abrigar-se? E como ficar indiferentes diante das perspectivas dum desequilíbrio ecológico, que torna inabitáveis e hostis ao homem vastas áreas do planeta?
A humanidade compreende cada vez mais claramente estar ligada por um único destino que requer uma comum assunção de responsabilidades, inspirada em um humanismo integral e solidário: vê que esta unidade de destino é frequentemente condicionada e até mesmo imposta pela técnica ou pela economia e adverte a necessidade de uma maior consciência moral, que oriente o caminho comum. Estupefatos pelas multíplices inovações tecnológicas, os homens do nosso tempo desejam ardentemente que o progresso seja votado ao verdadeiro bem da humanidade de hoje e de amanhã.
O homem contemporâneo tem que ser capaz de interpretar a realidade de hoje e de procurar caminhos apropriados para a ação, sugerir um método orgânico na busca de soluções aos problemas, de sorte que o discernimento, o juízo e as opções sejam mais consentâneas com a realidade e a solidariedade e a esperança possam incidir com eficácia também nas complexas situações hodiernas. Assim, é possível saber o lugar do homem na natureza e na sociedade, afrontada pelas civilizações e culturas em que se manifesta a sabedoria da humanidade.
O Homem procura dar um sentido à existência e ao mistério que a envolve. Quem sou eu? Por que a presença da dor, do mal, da morte, malgrado todo o progresso? A que aproveitam tantas conquistas alcançadas se o seu preço não raro é insuportável? O que haverá após esta vida? Estas perguntas fundamentais caracterizam o percurso do viver humano.
O significado profundo do existir humano, com efeito, se revela na livre busca da verdade, capaz de oferecer direção e plenitude à vida, busca à qual tais questões solicitam incessantemente a inteligência e a vontade do homem.
A religiosidade representa a expressão mais elevada da pessoa humana, porque é o ápice da sua natureza racional. Brota da profunda aspiração do homem à verdade, e está na base da busca livre e pessoal que ele faz do divino.

          Uma reflexão sobre os fragmentos da Doutrina Social da Igreja Católica.



terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Um contraponto à avassaladora força do capital financeiro !



        A sociedade contemporânea do século XXI está valorada pelo capital financeiro, todas as relações humanas são quantificadas e mensuradas pela sua eficiência e eficácia, ou seja, a capacidade de gerar um retorno financeiro sob certo capital investido. É uma realidade que reverbera nas instituições do Estado, tornando o exercício da cidadania um fardo, onde cada cidadão passa a ser um escravo de uma determinada lógica, formulada por uma ética liberal, ou melhor, neoliberal.

         Entende-se que a ética liberal, os liberais, na linha de Hobbes, defendem que a política está desprovida de significação moral, que o Estado não é mais do que um instrumento destinado a assegurar a coexistência pacífica dos indivíduos numa determinada sociedade contratualista. Os liberais defendem a prioridade do "justo sobre o bem", As teorias políticas liberais são inseparáveis do individualismo moderno ao valorizarem o indivíduo em relação ao grupo social e por se oporem às visões coletivistas da política que tendem a valorizar o grupo social e não o indivíduo. A sociedade liberal induz os membros da sua sociedade a uma atitude individualista, egocêntrica que tem efeitos desestruturastes sobre a identidade individual e do grupo.

         O individualismo tira força à vida em comunidade, fato que produz um desinteresse pelas questões do político e da liberdade. Preocupa-se cada vez menos com a participação pública e fica-se "em nossa casa" a desfrutar dos prazeres da vida privada, principalmente num tempo em que o Estado nos fornece os meios para o fazer.

         Segundo os Liberais, os indivíduos não são definidos pelas suas interdependências - económicas, sociais, éticas, sexuais, culturais, políticas ou religiosas. Os indivíduos são livres de colocar em questão e de rejeitar qualquer particulares. São livres de questionar as suas convicções, mesmo as mais profundas. forma de participação em grupos, instituições ou atividades. O ser humano como um ser desencarnado, um sujeito sem raízes, descomprometido, mas capaz de escolher soberanamente os fins e os valores que orientam a sua existência.

         Se o mundo continuar nesta direção histórica, movido pelo neoliberalismo com as suasr forças sociais, políticas e econômicas, teremos um futuro com grave desiquilíbrio frente a uma acentuada desigualdade social, o que já está materializado e pode ser potencializado, pela enorme concentração de renda e riqueza nas mãos de uma pequena parcela da sociedade. A pergunta a ser fazer é: Qual é a finalidade da existência humana ?

         Para evitar um mal maior, cabe à sociedade pensar e defender um modelo econômico eticamente justo, que transforme as relações sociais com base em outro paradigma, a sugestão é o Comunitarismo. Ao afirmarem que o individualismo é inseparável da socialização, os comunitaristas pretendem mostrar que o indivíduo livre da concepção liberal é ele mesmo produto duma forma específica de socialização.

         Tanto do lado dos liberais como dos comunitaristas a liberdade é elevada à classe de princípio essencial. Ambas as partes sentem que uma sociedade só é justa se os membros que a compõe aí vivem livremente e, se a finalidade da atividade política for realizar as condições nas quais essa liberdade é possível.

         O que difere o liberalismo do comunitarismo é a proposta de que o indivíduo seja considerado membro inserido numa comunidade política de iguais. E, para que exista um aperfeiçoamento da vida política na democracia, é exigido uma cooperação social, um empenho público e participação política, isto é, formas de comportamento que ajudem ao enobrecimento da vida comunitária. Consequentemente, o indivíduo tem obrigações éticas para com a finalidade social, deve viver para a sua comunidade organizada em torno de uma só ideia substantiva de bem comum.

         Os liberais defendem a prioridade do "justo sobre o bem" e os comunitaristas defendem a prioridade do "bem sobre o justo".   No comunitarismo há a afirmação do justo sobre o bem, onde traça a fronteira entre os pensamentos morais antigos e modernos: os antigos colocavam a questão de qual o bem, que sendo objeto do meu desejo me levaria à melhor forma de vida (eudaimonia). Os liberais os modernos preocupam-se com a questão do justo, isto é, como é que eu devo agir, já não em relação ao meu bem, à minha felicidade, mas em relação às condições que tornam possível a procura do bem, conduzida por cada indivíduo (dever).

         As forças do capital financeiro são movidas por pessoas que têm valores éticos que fundamentam o modo de ser, cabe fazermos a seguinte pergunta: Qual é a alternativa melhor, o bem ou o justo ? Qual valor ético devemos fundamentar as nossas ações ? Os valores voltados para o indivíduo, ou seja, o neoliberalismo, ou os valores voltados para a sociedade, ou seja, o comunitarismo. Esta é a escolha existencial que a sociedade terá que fazer para ter um futuro mais próspero e justo para todos.


         Fragmentos do artigo:


         COMUNITARISMO OU LIBERALISMO? - Gisela Gonçalves, Universidade da Beira Interior, Setembro 1998.



terça-feira, 3 de julho de 2018

Apartheid Social !

          O elemento mais importante para tornar a proposta  de aula de um professor do ensino básico algo real e palpável é a tecnologia. Precisa-se ter em mãos no mínimo um computador, um Datashow, uma tela plana, caixas de sons, um acesso à internet, um acervo de filmes de todos os tipos e uma boa biblioteca. Desafio este, que se faz presente na rede pública de ensino, que carece de investimentos tecnológicos e físicos, impossibilitando o professor de tornar a sua aula mais dinâmica e criativa.
         A geração que constitui o Ensino Médio do século XXI é uma geração conectada com a tecnologia, a sua forma de ver o mundo e apreendê-lo passa pelo uso da tecnologia. Com raras exceções querem ler um livro, são visuais, imediatistas, superficiais, rápidos, certeiros, com baixo grau de reflexão e aprofundamento sobre os temas relacionados às questões humanas e sociais. Para eles, o mundo que existe a sua frente sempre foi assim, “é possível achar tudo que quer em uma prateleira de supermercado, pronto para ser selecionado e consumido”.
         Conseguir demonstrar e fazer que a geração do século XXI compreenda, que a vida é uma construção, fruto de uma contínua evolução Darwinista, torna-se uma vitória do professor. Pois o futuro que se apresenta é o futuro desta nova geração, que tem que saber olhar para o passado e se posicionar para o futuro. Dois livros que recomento a leitura, por terem uma linguagem fácil e acessível são: Sapiens: Uma Breve História da Humanidade e Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã, de Yuval Noah Harari.
         O futuro, que vem sendo desenhando para as novas gerações que existem e irão surgir, apresentará dois enormes desafios, a sobrevivência e continuidade da espécie. As classes sociais com menor recurso financeiro sofrerão não apenas a opressão econômica, mas também a opressão social, pois estará à margem da sociedade de consumo, sem acesso a tecnologia necessária para estar inserido no mundo tecnológico. Esta realidade se faz presente na rede pública de ensino que atende a classe social de menor poder aquisitivo da sociedade. Como sobreviver a esta nova forma de “Apartheid” social? Esta é a questão a ser respondida, pelos intelectuais, formadores de opinião, pessoas mais esclarecidas e comprometidas com as questões sociais. O professor do presente deve ensinar às novas gerações do século XXI a se defenderem desta nova forma de agressão a humanidade, motivada e mobilizada pela necessidade de ganho de eficiência e geração de lucro pelo modelo econômico vigente.
         Uma economia socialmente responsável, equilibrada e justa terá que dar respostas para questões como o desemprego estrutural, a injusta distribuição de renda, o real sentido da educação, o real destino do dinheiro público, usado para financiar o sistema financeiro em detrimento de políticas sociais.


domingo, 1 de julho de 2018

O Mundo sem trabalho !



        Imagine um mundo muito diferente do que vivemos hoje, um mundo sem trabalho, sem fonte de renda, sem esperança e sem futuro para a maior parte da parcela da sociedade. As pessoas trabalham por necessidade, não é por luxo, ego ou um tipo de hobby. A revolução tecnológica 4.0 prevê um momento de profunda transformação do mundo do trabalho. Haverá inúmeras inovações que irão gerar um aumento de produtividade que eliminará muitos postos de trabalho.
         O Homo Sapiens como é hoje será considerado obsoleto para o modelo de trabalho estabelecido, este Homem será marginalizado e excluído do mundo do trabalho. A vida feliz, sustentável, próspera e justa pertencerá a uma parcela reduzida da sociedade. Este fenômeno ocorrerá em praticamente todos os países, não estará restrito a países de economias em desenvolvimento.
         A pergunta que se faz é: Como poderá existir uma economia capitalista equilibrada e sustentável a longo prazo, se não houver trabalho e renda para o Homem potencialmente apto para o trabalho ?
         A revolução tecnológica ocorrerá, mas a revolução social também ocorrerá, o Homem irá lutar pela subsistência e continuidade da espécie. Se não lhe for dada a oportunidade, ele irá criar a sua oportunidade, mesmo que tenha que transformar o meio em que se vive.
         Quem produz a revolução tecnológica do século XXI tem o dever ético de produzir a revolução social no século XXI, possibilitar a existência de novas formas de se trabalhar e ter uma renda capaz de prover a vida. Caso contrário, só podemos esperar o pior, ou seja, uma sociedade em conflito, desiquilibrada, com elevado índice de violência, parecida com a sociedade da França durante a Revolução Francesa iniciada no dia 17 de junho de 1789.
         A revolução tecnológica provocará a revolução social, para que possamos continuar a viver em sociedade harmonicamente será necessário trilhar um caminho que revalorize o Homem no mundo, o seu Eu, sujeito autônomo e capaz de sobreviver às adversidades da vida, mesmo que em muitos momentos seja colocada a sua sobrevivência em jogo.
         O que vale mais? O Homem ou a técnica?
         É uma pergunta para a ética social responder, definir onde e de que forma o Homem deve estar inserido no mundo tecnológico. Qual é o papel da educação para o século XXI ?




domingo, 27 de maio de 2018

O que significa a greve dos caminhoneiros ?


         Vivemos em país que está sendo entregue ao capital estrangeiro sem levar em conta as prioridades da população brasileira. A insatisfação dos caminhoneiros reflete a falta de compromisso do governo federal com o trabalhador brasileiro, aquele que produz a riqueza do país. O trabalhador do atual modelo econômico vigente no Brasil está sendo espoliado, oprimido pela força do capital estrangeiro.
Não há uma política de Estado que garanta o poder de compra do salário e da renda do trabalhador, todo o projeto de Brasil está ordenado conforme a lógica de mercado. Fica uma pergunta: A quem pertence o Brasil? Aos brasileiros ou aos detentores do capital? Até onde devemos dar legitimidade às decisões de um governo descomprometido com os interesses nacionais. Neste momento faz-se necessário a tomada do poder por uma instituição que tenho como princípio a defesa dos interesses nacionais.
O governo federal apoia uma política de preços de combustíveis da Petrobrás, que atende apenas os interesses dos investidores estrangeiros e às escuras provoca o desmonte de uma empresa que representa o símbolo de independência do país. Este governo atual é golpista, não é nacionalista, não tem compromisso com o país e o seu povo.
Os caminhoneiros não querem apenas parar o país, querem mudar o país, querem restituir o poder das decisões ao povo que sofre com a atual política econômica irresponsável do atual governo golpista, que não representa o povo do Brasil.
O que está por traz da greve dos caminhoneiros são interesses muito mais amplos, vejamos qual é a inflação divulgada pelos órgãos oficiais do governo e vejamos qual é a inflação presente nos produtos nos supermercados. Cada vez o poder de compra dos salários é menor. Então qual é a realidade? O trabalhador brasileiro está pagando para trabalhar e a elite política continua a se beneficiar com os impostos pagos pelos contribuintes brasileiros.
Cada vez mais são difíceis micros, pequenas e médias empresas serem operacionalmente lucrativas. A maior parte dos empresários não está ganhando, os trabalhadores não estão ganhando, só o governo está ganhando com a cobrança de elevados impostos, para cobrir o saque e o roubo que realizam no país.
Precisamos já de uma instituição que proteja o país e os interesses do povo. O governo atual já não tem mais capacidade política de governar o país, deve ser destituído para a instauração da ordem e do progresso no Brasil. O povo brasileiro precisa de líderes nacionalistas. Qual é a função do Estado brasileiro ?




segunda-feira, 14 de maio de 2018

Entre a Servidão e a Liberdade no Estado Democrático de Direito do Brasil !



O Estado democrático de direito no Brasil não torna o cidadão livre quando este é subjugado e obrigado a servir um modelo econômico opressor. O maior exemplo está na liberdade política que o cidadão tem para exercer a sua cidadania, escolher os seus líderes políticos para a construção do futuro. Só que estes políticos, muitas vezes, traem a confiança do povo que o elege ao defenderem os interesses externos em detrimento dos interesses nacionais. Assim podemos fazer as seguintes perguntas:
A obrigatoriedade do voto nas eleições brasileiras torna o cidadão um sujeito livre?
Quais são os limites entre as dimensões da servidão e liberdade presentes na vida do eleitor?
Na busca pela felicidade, o eleitor é enganado pela oratória política dos candidatos a cargos eletivos e, muitas das vezes, obrigatoriamente elegemos quem nos traz infelicidade.
Como escolher a verdade e rejeitar a mentira?
Devemos rever o conceito de Estado democrático de direito, torná-lo capaz de reorientar as suas forças econômicas vigentes na sociedade e assim produzir a felicidade, o bem-estar social e a justiça social para todos os cidadãos.
Tradicionalmente o Estado é formado por quatro elementos: soberania, território, povo e finalidade. Só que ao longo do processo histórico, o Estado sofre transformações na sua forma de agir em função das forças econômicas vigentes na sociedade. Quem direciona a ação do Estado é o capital, que circula de acordo com o modelo econômico vigente. Assim, podemos a analisar duas definições básicas de Estado:
I - Estado é “a corporação de um povo, assentada num determinado território e detentora de um poder originário de mando” – Georg Jellinek.[1]
II – Estado é “ordem jurídica soberana que tem determinado território” – Dalmo Dallari.[2]
Como fazer que os cargos eletivos que formam o Estado correspondam aos interesses de seus eleitores? E permitir que o capital, que circula no modelo econômico vigente, esteja a serviço do povo e não o povo a serviço do capital?
Para atender aos asseios do povo, surge o Estado democrático de direito com o conceito de Estado que garante os direitos humanos e preserva as garantias fundamentais.
Os direitos humanos, segundo a ONU – Organização das Nações Unidas no Brasil, estabelecem o direito à vida e à liberdade, à liberdade de opinião e de expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre estes e muitos outros direitos. Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição.
Direitos e Garantias Fundamentais são dispositivos que regulam a vida social, política e jurídica de todo o cidadão brasileiro. Os Direitos e Garantias Fundamentais encontram-se regulados entre os artigos 5ª ao 17ª da Constituição brasileira de 1988, estão destinados a estabelecer direitos, garantias e deveres aos cidadãos.
CARACTERIZAÇÃO DOS DIREITOS NA CONSTITUIÇÃO DE 1988
A estrutura constitucional de 1988 tratou dos direitos fundamentais no título II de forma a separar o objeto de cada grupo. Assim, temos:
A - Direitos individuais e Direitos coletivos: representam os direitos do homem integrante de uma coletividade: (art. 5ª).
B - Direitos sociais: subdivididos em direitos sociais propriamente ditos (art. 6º) e direitos trabalhistas (art. 7º ao 11º).
C - Direitos à nacionalidade: vínculo jurídico-político entre a pessoa e o Estado (art. 12º e 13º);
D - Direitos políticos; direito de participação na vida política do Estado; direito de votar e de ser votado, ao cargo eletivo e suas condições (art. 14º ao 16º).
E - Concluindo a deliberação sobre os Direitos e Garantias Fundamentais, o art. 17º, dedicado exclusivamente aos partidos políticos.
Os artigos importantes são:
·         O artigo 5º,  traz em seu conteúdo os direitos e garantias individuais e coletivas. Enfatiza a igualdade perante a lei e as cinco dimensões:
·         vida
·         liberdade
·         igualdade
·         segurança
·         propriedade
·         Os artigos 6º ao 11º dedicam-se ao tratamento dos direitos sociais: 
·         educação
·         saúde
·         alimentação
·         trabalho
·         moradia
·         lazer
·         segurança
·         previdência social
·         proteção à maternidade e à infância
·         assistência aos desamparados
·         transporte
A contradição existente no Brasil é aquela que preserva os direitos políticos, mas vem eliminando direitos sociais do povo, para atrair o capital estrangeiro. Ou seja, os políticos através das leis vêm tornando o cidadão, que vota neles, escravos do capital estrangeiro, ao subjugá-los aos interesses que não garantem a felicidade, o bem-estar social e a justiça social para todos os cidadãos. Não há uma política de preservação do povo frente às demandas do modelo econômico vigente, apenas um ato de submissão voluntária.
A mudança parte da ação da cidadania, que é a retomada de consciência do cidadão, onde ser livre é ter um Estado livre, na medida em que cumpre o seu próprio dever. É a retomada de valores do cidadão para a construção de uma sociedade sadia. É possível rever a situação de servidão e liberdade presentes no Estado democrático de direito do Brasil. A liberdade tem que ser plena, através do voto e da participação popular, cabe ao cidadão ter uma atitude e buscar mudar a sua própria realidade frente o desafio de uma existência autônoma e feliz. Devemos eleger líderes políticos que sejam capazes de lutar pela liberdade plena do cidadão que o elege.
Devemos rever os princípios éticos fundantes de uma moral, que priorize valores capazes de construir uma sociedade próspera e feliz. Por mais desafiadora que seja a política, é pelo exercício político que o Homem realiza as mudanças necessárias e constrói o seu futuro. Devemos ter clareza sobre as seguintes questões: O Homem está a serviço do capital ou o capital está a serviço do Homem? O que vale mais? O Homem ou o capital? Até que ponto um Estado democrático de direito deve se subjugar ao capital e subverter a sua finalidade? Estas talvez sejam as maiores questões: Para que fim o Homem vive? Qual é o sentido da vida? Oprimir o Homem, ou disponibilizar todos os recursos possíveis para libertar o Homem de suas mazelas e limitações? Quem pode ser o protagonista no processo de libertação do Homem, senão um Estado democrático de direito livre e justo? Que torne o cidadão um sujeito mais próspero, feliz e livre.

[1] Allgemeine Staatslehre, Berlim: O. Häring, 1914, p. 183. Primeira edição: 1900.
[2] Elementos de Teoria Geral do Estado. 24. Ed. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 118

Referências bibliográficas:
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL de 1988.
Teoria geral do Estado/Camilo Onoda Caldas. São Paulo: Ideias & Letras, 2018.

quarta-feira, 28 de março de 2018

A Família e a Educação !



A educação é uma preocupação mundial e a família também deve ser uma preocupação mundial, pois ela é a base fundante do estudante, o futuro cidadão. A Resolução SE Nº 52/2013 descreve os perfis profissionais relacionados ao professor, dentre os quais destacamos: o perfil de educador e o perfil de docente.

O exercício profissional do educador pressupõe o desenvolvimento de competências para interpretar e correlacionar vivências de caráter ambiental, econômico, político, social, cultural e educacional e a realização de ações que promovam a qualidade da escola, sobretudo que promovam ensino e aprendizagem relevantes para uma formação integral que prepare o aluno para a atuação ética, sustentável e transformadora na vida pessoal, social, política e no mundo do trabalho.

Educar requer “uma formação geral humanista/crítica, comprometida com a construção e ampliação de uma sociedade mais justa, posicionada contra as desigualdades sociais e a qualquer forma de opressão, que garanta a todos as mesmas oportunidades de desenvolvimento de suas potencialidades” (Resolução SE-52, 2013, pág. 2).

O perfil docente tem como premissa que a prática docente deve estar alicerçada no diálogo centrado nas relações entre conhecimento e cultura, currículo e poder, promovendo a aprendizagem por meio da "pesquisa, da experimentação, da cooperação, da criatividade, que instaure processos de concepção e de realização de projetos significativos aos alunos e à comunidade em que vivem" (Resolução SE-52, 2013, pág. 6).

A Resolução também explicita que promover aprendizagem dessa natureza requer compreender a complexa relação entre a teoria e a prática e estar atento à dinâmica entre ambas, para atuar como protagonista de ações e tomar, com autonomia e responsabilidade, as decisões pedagógicas inerentes à realização do trabalho docente e à concretização dos objetivos traçados, de modo a articular duas dimensões formativas complementares e interdependentes:

A - A dimensão técnica, que se caracteriza pelo conhecimento dos conteúdos a serem ensinados e os recursos metodológicos para desenvolvê-los;

B - A dimensão política, que se caracteriza pelo compromisso público com a educação escolar, decorrente da compreensão dos aspectos históricos, filosóficos, sociológicos, psicológicos e econômicos que envolvem a educação e o ensino.

LDB - Lei de diretrizes e bases da educação nacional.

Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:

I. participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;

II. elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;

III. zelar pela aprendizagem dos alunos;

IV. estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;

V. ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;

VI. colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.

O inciso sexto do art. 13 da LDB se relaciona com a gestão democrática; a lei prevê que o professor deve ser um agente facilitador da participação da família na escola, elemento fundamental para que a gestão democrática se concretize. A família tem um papel fundamental na formação e desenvolvimento escolar do aluno, o acompanhamento dos pais, o diálogo, a presença, o estímulo faz toda a diferença no desempenho escolar do aluno. O primeiro passo a ser dado para melhorar a educação no Brasil passa pela melhora das condições de vida da família brasileira. A família é o início, a base, a referência para o modo de ser do aluno.

Zelar pela aprendizagem dos alunos implica uma relação entre o professor, seu saber, e seu modo de ensinar totalmente voltada para a garantia do direito de aprendizagem, tal como previsto na LDB (Lei n.º 9.394/1996). Ações cotidianas e rotineiras do professor podem ser entendidas como expressão dessa relação, como:

A - Considerar os conhecimentos construídos pelos alunos dentro e fora da escola;

B - Identificar e explicitar as competências a serem construídas ou mobilizadas pelos alunos;

C - Considerar, explicitar e explorar as relações interdisciplinares;

D - Contextualizar os conhecimentos, os problemas e as atividades, aproximando a produção escolar da prática social;

E - Criar e utilizar vários meios de ensino;

F - Desenvolver uma avaliação formativa e permanente durante a atividade docente, no processo de ensino e aprendizagem.

As ações cotidianas e rotineiras do professor só farão sentido para o aluno, caso o professor tenha o apoio da família do aluno, e esta família viva uma condição de estabilidade religiosa, política, social, econômica, emocional, afetiva, moral e ética. É um conjunto de valores que formam a bases fundantes de uma família direcionada para a prosperidade, capaz de conduzir o Brasil à ordem e progresso idealizados.

Fica uma pergunta:

Como esta a vida de 70 % dos brasileiros menos favorecidos?

A partir desta resposta podemos projetar o futuro do Brasil nas próximas gerações.





domingo, 25 de março de 2018

O Professor é o Mediador !


O professor é o mediador, é o tutor do aluno, deve inspirar e motivar o sentido da aprendizagem. Fazer o aluno, da rede pública, ir além dos limites impostos pela sua condição socioeconômica. Conscientizá-lo de que terá que lutar muito para superar a sua condição de vida, e mostrar que é possível vencer os desafios a partir de muito empenho e dedicação. O desafio da vida está em existir de forma digna e libertadora, inserido na sociedade, executando um trabalho que faça sentido para vida e traga a felicidade para o seu próximo. A escola não só educa como forma o cidadão do amanhã, o mesmo que irá formar a sociedade de um Estado Democrático de Direito. Para sabermos como será o Brasil nas próximas gerações, é só perguntar como está a educação pública do país, se o aluno é formado para ser um cidadão, se a escola tem uma infraestrutura ágil e atualizada para os desafios do século XXI e se o professor é valorizado como profissional, sejam nas atitudes, seja na remuneração mensal. Um país sem educação pública de qualidade é um país sem futuro, ainda mais quando 70% da população dependem do ensino público para se desenvolver com pessoa e profissionalmente. Uma revolução no ensino público para melhor é possível, muitos países desenvolvidos atualmente fizeram a sua revolução educacional e abriram uma nova perspectiva de vida para a sua população, algo que ocorreu em duas gerações. O Estado brasileiro tem que olhar para frente e seguir o seu próprio destino, para o bem de seus cidadãos.

A constituição da educação como uma política que atende a determinadas demandas sociais, o papel fundamental do professor nesse contexto e, como consequência, um perfil de habilidades e competências necessárias a esse professor. O modo como a escola está cuidando do desenvolvimento cognitivo dos alunos é uma variável estratégica para a sociedade. A forma de estudar, aprender, escutar, ler, escrever, interpretar, expressar e tomar decisões. O desenvolvimento depende cada vez mais de conhecimento, a inteligência é mais importante que a parte física, são as competências sociais e cognitivas superiores.

Se o Estado brasileiro não implementar políticas públicas que valorize a origem social, o respeito a cultura, a melhoria da qualidade de vida, as condições de higiene e moradia das famílias. Não será possível para os filhos destas famílias, terem uma qualidade sociocultural, que os façam terem um desempenho escolar ao nível dos países de primeiro mundo, tendo como exemplo os países nórdicos. O problema da educação no Brasil começa na família, que está desestruturada, por ser tratada como uma coisa na economia capitalista neoliberal, e não como uma instituição da sociedade, que deve ser preservada, protegida e valorizada.

Uma escola, que possa fornecer uma educação de qualidade, para um aluno da classe social menos favorecida, faz enorme diferença no seu futuro. É o diferencial entre o fracasso e o sucesso deste aluno. A qualidade do trabalho do professor é fundamental, para isso este profissional tem que ser valorizado, ser bem remunerado, ser respeitado como profissional que tem um curso superior, quando não é pós-graduado. Uma política de Estado que tenha como fundamento a valorização da educação e do profissional da educação é estratégico para o desenvolvimento da sociedade. O desenvolvimento sustentável do Brasil passa pela educação e a valorização do professor.




sábado, 24 de março de 2018

O Trabalho no Século XXI !



O trabalho é a capacidade que o ser humano tem de inventar e usar instrumentos, bem como de criar um mundo com elementos que encontra na natureza, que remete a um conceito filosófico importante: o trabalho, algo que só pode ser realizado a muito custo.

         Na religião, o trabalho muitas vezes assume um sentido depreciativo. Na narrativa bíblica, o castigo de Adão por seu pecado foi trabalhar para garantir o próprio sustento.

         Na mitologia, o poeta grego Hesíodo (750 a.C. à 650 a.C.), em seu poema épico “Os trabalhos e os dias”, descreve, em certa parte, uma época em que a Terra era habitada por homens de ouro, que não precisavam trabalhar.

         Para muitos pensadores, o trabalho é o que nos define como seres humanos, mais até que a racionalidade.

         Além de Homo sapiens, o ser humano pode ser considerado Homo faber, um ser capaz de fabricar ou criar com uso de ferramentas e da inteligência.

         O labor, segundo Hannah Arendt, corresponde à classe de atividades diretamente relacionadas à manutenção da sobrevivência e que se esgotam na própria atividade. O cultivo de um alimento, por exemplo, é uma atividade que se esgota no consumo desse alimento. Nesse sentido, o ser humano seria um “Animal laborans”.

         Os resultados do trabalho são sempre meios para a realização de um fim: a cadeira, por exemplo, serve para sentarmos nela e, sem essa finalidade, ela perde sua razão de ser. O trabalho é uma ação consciente e ordenada para um fim útil. E qual é o fim útil para Homem do século XXI?

         A quem entenda que o trabalho do século XXI é uma rotina alienante do assalariado, definida pelo exercício do esforço físico ou mental em troca de remuneração monetária, o qual, afinal, acaba resultando no esfacelamento do trabalhador como ser social total.

         O Homo faber está sujeito a um tempo útil, o ritmo de trabalho que visa a otimização da produção se de bens ou serviços, que em geral desconsidera a felicidade e o bem-estar do trabalhador. O Homem é visto como coisa, o trabalho livre, que deve caracterizar a existência humana em oposição a mera animalidade, acaba se tronando um fator de desumanização na sociedade capitalista neoliberal do século XXI.

         A relação do capital e trabalho divide a sociedade em classes sociais – capitalistas e trabalhadores assalariados – e a relação entre trabalho e capital forma a base da economia.

         Existe justiça social no trabalho? Para que uma sociedade seja de fato justa, é necessário que exista um equilíbrio entre a distribuição de riquezas e que os interesses e as oportunidades sejam partilhados. Como estão nossas sociedades? As sociedades do século XXI são justas?

Com a predominância do capitalismo neoliberal, se faz predominar a ideia de que a livre iniciativa e a concorrência é que devem ser a força reguladora dos meios econômicos, ou seja, da relação capital versus trabalho.

Uma alternativa a esta forma de pensar é o socialismo e suas vertentes: Que defende o fim do sistema capitalista e a reorganização da sociedade e da economia sobre novas bases.

Qual será o próximo passo evolutivo das sociedades do século XXI? O Homem é um ser em constante evolução, ou seja, em constante transformação. Para onde que o Homem irá se transformar?








domingo, 11 de março de 2018

O Limite do Agir !



         Imagina se pudéssemos pensar junto com outra pessoa, sobre ideias e questões diversas. Às vezes o que poderia ser um absurdo, na visão do senso comum, poderia ser uma grande descoberta, algo que revolucionaria o mundo. Sendo assim, não temos o direito de destruir, sufocar ideias e comportamentos, só porque fogem a um padrão.

         O homem pode ser a medida de todas as coisas no que se refere a sua própria vida, quando seu comportamento foge totalmente aos padrões por opção, onde se conhece as relações entre mente e cérebro. Cada pessoa é singular, deve-se preservar a sua integridade.

         Muitas vezes nada sabemos sobre a pessoa que está diante de nós, o significado mais profundo das coisas que a pessoa faz ou diz a importância e pertinência dessas coisas no todo de sua vida, por quais vias passou e como significou tais vivências, como foi se tornando o que é como sobreviveu às adversidades, nada sabemos. Como nada sabemos e nada podemos afirmar sem sabê-lo, o primeiro passo é conhecer.

         Só podemos conhecer uma pessoa, se ela contar a sua história, desde suas lembranças mais antigas, até o momento presente. A história da pessoa contada por ela mesma, sem direcionamentos. Só assim, pode-se ter dados significativos a serem compreendidos e contextualizados. O objetivo é compreender a circunstância existencial da pessoa, sua visão de mundo e a razão par ser no mundo.

         Não há verdades pré-estabelecidas quando se trata da forma de vida de uma pessoa, o que há é uma razão para ser no mundo, o que leva a pensar e agir de forma singular, onde os padrões não são reconhecidos e nem identificados. Só assim evolui a humanidade, através de pessoas originais, que estão libertas do senso comum e passam a trilhar o próprio caminho. Somos chamados à vida para ser, existir no mundo é ser.

         A humanidade precisa de pessoas originais para poder liderar e até superar os desafios do terceiro milênio, não será pela repetição de antigos modelos existências que a humanidade irá encontrar a sustentabilidade, o equilíbrio, a longevidade, a justiça social. O que se faz necessário é o estabelecimento de um novo a paradigma existencial, onde se redefina o sentido da vida, da sociedade, de um Estado. A humanidade tem que decidir se é um valor o bem comum, que  deve ser cultivado e até almejado.

         O limite do agir está diretamente conectado com o modelo ético que se quer para a humanidade. A busca da felicidade com alteridade. A felicidade do sujeito singular vai além de si e alcança o próximo, existe uma conexão íntima entre o Eu e o Outro, tudo vive uma interseção existencial.

         O imperativo categórico de Kant faz sentido, onde o dever de toda pessoa é agir conforme princípios os quais considera que seriam benéficos caso fossem seguidos por todos os seres humanos. Aí talvez esteja o limite de todo agir, mesmo que os fins justifique uma ação.





sábado, 10 de março de 2018

A Função do Estado Brasileiro !




        O Estado, tal como entendemos hoje, é uma invenção da Idade Moderna. O Estado possui duas prerrogativas básicas: O monopólio da cobrança de impostos e o monopólio da segurança pública. Para se ter um Estado que promova a justiça social é necessário incluir mais duas prerrogativas básicas: Uma educação de qualidade para toda população e a promoção do bem estar social com a políticas que garantam a proteção social e programas de assistência social. É a manutenção de sistemas públicos de educação, saúde e previdenciário.

         O Estado brasileiro tem uma função central na promoção da justiça social, incentivar a iniciativa privada, viabilizar o surgimento de vagas de emprego para a população e promover políticas de distribuição de renda para as camadas de baixa renda e os que estão abaixo da linha da miséria.

         Para que o projeto de promoção de justiça social seja sustentável, o foco principal tem que ser a educação. O investimento em educação, a aposta em um currículo único nacional, os cursos profissionalizantes que preparam o jovem para o mercado de trabalho, com a valorização do profissional da educação, o professor, tem que ser a principal bandeira defendida pelo próximo presidente brasileiro.

         O mercado ao oferecer oportunidades de trabalho tem que encontrar uma mão de obra preparada para absorver os empregos, do contrário a população de baixa renda será marginalizada do mercado de trabalho e o país perderá a oportunidade de se ter um crescimento sustentável.

         A função principal do Estado brasileiro passa pela promoção do bem comum, uma política educacional que seja considerada uma política de Estado, com um planejamento de curto, médio e longo prazo, passando por várias gerações futuras, é o caminho para se construir uma sociedade justa, capaz de oferecer oportunidades, e ter cidadãos preparados para as oportunidades. A base para o crescimento econômico sustentável passa pela educação, pela pesquisa, ciência e tecnologia, a valorização do professor, a preparação do jovem estudante para o mercado de trabalho e só assim políticas econômicas serão capazes de promover o crescimento com bases sólidas.

         A Constituição de 1988 é conhecida como a “Constituição Cidadã” por causa dos avanços sociais garantidos nessa carta. Os direitos dos cidadãos brasileiros estão transformados em lei, que buscam garantir o bem social através da proteção social. Carta Magna defendida pelo poder judiciário, o STF – Supremo Tribunal Federal, que garante o cumprimento da lei.

         É um marco para a ampliação do sistema de proteção social, com a institucionalização de princípios de universalização, ancorada na noção de direito social, ao ampliar o atendimento nas três dimensões da seguridade social. O direito social é visto como um fundamento da política brasileira.

         O papel da iniciativa privada é a de um ator coadjuvante, o Estado é o ator protagonista, que formula leis e políticas para garantir a justiça social e o bem estar de seus cidadãos. O Estado deve regulamentar uma série de atividades, como a abertura e o funcionamento de empresas, a contratação de trabalhadores, transportes, distribuição de água e energia elétrica, meios de comunicação, importação e exportação de produtos, etc. Deve ampliar e melhorar os serviços públicos, investir em ações de combate à miséria e criar ainda mais mecanismos de regulamentação da vida social.

         O Estado é a mais alta forma de poder em uma sociedade, com autoridade legal para definir o interesse público e fazer com que suas determinações sejam cumpridas.

         As eleições de 2018 no Brasil será um marco, que redefinirá o papel do Estado brasileiro, se será mais social ou neoliberal. Cada cidadão brasileiro irá escolher o Estado que quer para o Brasil, o voto para eleição de novos representantes será o instrumento legal, cabe a cada um decidir o que quer para o futuro do Brasil.