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sábado, 15 de fevereiro de 2020

Os Efeitos da Estagnação Brasileira !



        O Brasil vive um momento que cabe uma reflexão: Por que crescemos a um nível tão baixo? O que está faltando? Ainda há incerteza para a expansão dos negócios. Esta última crise econômica matou milhares de empreendedores, causando inúmeras falências e gerando alto índice de desemprego. Ou seja, a economia brasileira afundou e continua no fundo do poço, ancorada por pesos que a impede de crescer. Esperar que as soluções virão a partir da iniciativa privada é uma falácia, o Estado que foi responsável pela instalação da atual crise econômica, é o responsável por criar alternativas e soluções sustentáveis. Até quando o povo terá paciência? Caso o atual governo não apresente soluções, tudo poderá mudar no futuro. É a materialização do processo dialético histórico. Para compreendermos melhor o momento atual, vejamos o atual cenário:
- Não há geração de demanda suficiente para uma expansão duradoura da economia brasileira.
O que o Brasil precisa fazer?
- A economia do Brasil precisa gerar empregos e renda para os empreendedores.
O risco Brasil:
- Sua relativa estabilidade e baixo crescimento econômico se dão pela dependência do fluxo de capital externo.
- O nível de poupança interna é baixo e não está direcionada para a produção e geração de emprego.
- Diminuição da liquidez internacional, e consequente diminuição do fluxo de capital externo para o Brasil.
- Só o superávit nas exportações brasileiras não é capaz de garantir a estabilidade macro econômica.
Potenciais soluções para dinamizar a economia:
- Incentivo a produção de carros populares.
- Incentivo a construção de moradias populares.
- Previdência pública e privada com seguro social.
- Subsídios agrícolas, principalmente para a agricultura familiar.
- Adoção de práticas protecionistas para a indústria nacional.
- Adoção de plano e planejamento econômico a partir do Estado, políticas de Estado, não de governo.
- Meta: o pleno emprego.
Obs.: Se a atual política econômica do governo brasileiro não for capaz de gerar resultados práticos para a população, provocará uma descrença nos modelos políticos e econômicos liberais.
         Sem uma política de geração de empregos, política salarial, geração de renda, não haverá aumento da demanda. A economia nacional continuará a patinar, sem sair do lugar, ficará estagnada, com auto índice de desemprego.
         O momento que o Brasil vive é um risco para a sua frágil democracia, caso comece a haver distúrbios sociais em função da impaciência popular, poderemos ver a implantação de um novo regime autoritário (militar), para garantir a “ORDEM E O PROGRESSO”. O que será um engano, pois o problema é econômico e não político.
         O papel do Estado se define em um momento de incerteza e insegurança, o que faz os investidores arriscarem em projetos estruturantes de longo prazo, é a expectativa segura de retorno do capital.
         Enquanto o Brasil não cuidar de seu povo, seu território (meio ambiente), não passará a credibilidade necessária, para estimular o investimento de longo prazo por parte dos donos do capital.
       A imagem do Brasil no exterior está sendo questionada, por defendermos princípios políticos e ideológicos, que entram em contradição, causando mais confusão e incerteza, quanto ao futuro sustentável do país. Se a política neoliberal do atual governo não for capaz de solucionar os atuais problemas, estaremos diante do renascimento e expansão de políticas e ideologias socialistas.
         A política econômica que irá firmar, será aquela que for capaz de apresentar resultados concretos para o povo. Um exemplo, é o retrocesso do Chile na sua política e econômia, com todos os avanços, não foi capaz de gerar bem-estar para sua população. E dessa missão, não há como eliminar o Estado, pois ele faz o que a iniciativa privada se recusa a fazer, por não ser o seu fim, que é promover o bem-estar, a justiça e o bem comum.




domingo, 2 de fevereiro de 2020

A Desmistificação da Onipotência do Ente Mercado !





         Acreditar que o mercado tem o poder de resolver todos os males de um país é uma falácia, embora tenha a capacidade de orientar comportamentos, onde molda a vida social. O mercado é incapaz de tudo fazer e para todos fazer. No máximo satisfaz as necessidades de grupos econômicos que têm os meios para manipular o mercado, haja vista a injustiça social presente no Brasil.
         É a partir dessa limitação do mercado que o Estado tem um papel fundamental. O Estado tem que estar presente onde o mercado se recusa atuar, frente questões econômicas, políticas, sociais e religiosas. Existem fundamentos básicos que produzem um grau mínimo de estabilidade social, como: Educação, saúde, segurança, emprego, habitação, renda e meio ambiente. Dizer que: o Estado não deve interferir para não atrapalhar o desenvolvimento do mercado é uma forma de interferência, a omissão do Estado também é uma forma de interferência, característica de políticas públicas de economias neoliberais.
         O Estado basicamente existe para regular e garantir o bom convívio social e o estado de bem-estar, pode ser atuante ou omisso, mas jamais deixará de existir, por ser a materialização institucional da sociedade. O Estado é o ente que verdadeiramente existe, responsável por orientar comportamentos, e pôr a vida social para andar. O mercado é apenas um espectro, que se materializa através do grau de liberdade econômica que uma sociedade tem. Quando o Estado abre mão de sua função e responsabilidades fundamentais e as repassa para o mercado, a sociedade passa a estar sujeita a um elevado grau de incertezas, frente as flutuações do próprio mercado. Perde-se o horizonte de longo prazo e a incapacidade de se criar um estado de bem-estar para todos. A injustiça social tem a sua origem o mercado, onde livremente garante os maiores benefícios para os grupos mais poderosos, oprimindo os grupos mais fracos, até excluindo a sua presença no mercado. A prova existência desse fenômeno é o elevado índice de brasileiros excluídos do mercado, parcela da população que vive algum tipo de exclusão social, que necessita de políticas públicas do Estado para garantir o mínimo para “subsistir”.
O mercado não está preocupado com a vida da população de um país, pois ele existe apenas para satisfazer as forças dos membros que o constitui, se há uma parcela da população excluída do mercado, é da responsabilidade do Estado a promoção da inclusão social. Quando o Estado se omite e repassa ao mercado esta responsabilidade, a exclusão social permanece, quando não aumenta. Sem a presença de políticas públicas do Estado, a parcela mais fraca da população será marginalizada. Nesse sentido, o mito de que o modelo econômico neoliberal, que defende a ideia de que as forças do mercado podem resolver todos os problemas sociais, não é verdadeiro. O mercado não é onipotente e nem é uma panaceia.
O atual governo do Brasil precisa urgentemente redefinir o seu papel, entender que governa para todos os cidadãos, e não só para a parcela da população que constitui o mercado, tem que ser capaz de ter um olhar social para os excluídos e marginalizados pelo mercado. Só assim estará promovendo a cidadania para todos.

         Fonte para reflexão:  

         Angela Alonso. Mercado paira sobre todos e não dá um pio sobre obscurantismo. Publicado na Folha de São Paulo em 2.fev.2020 às 2h00. Disponível em: < https://www1.folha.uol.com.br/colunas/angela-alonso/2020/02/mercado-paira-sobre-todos-e-nao-da-um-pio-sobre-obscurantismo.shtml?utm_source=whatsapp&utm_medium=social&utm_campaign=compwa%3Floggedpaywall&origin=folha >. Acesso em: 02/02/2020.