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sábado, 24 de fevereiro de 2018

Sapiens !



        O que somos afinal? Por que nascemos? Qual o sentido da existência do Homem no mundo terreno? Moramos em um planeta localizado em uma pequena galáxia, periférica na Via Láctea, de irrelevante importância, mas onde se desenvolve uma espécie inteligente que cria o seu próprio destino.

         “Os Homo sapiens. Como conquistamos o planeta? Por que nossos ancestrais se reuniram para criar cidades, reinos e impérios? Como passamos a acreditar em deuses, nações e direitos humanos; a confiar no dinheiro, em livros e leis; e a ser escravizados pela burocracia, pelo consumismo e pela incessante busca da felicidade? Que papel teve nisso tudo nossa capacidade imaginativa?” (Yuval Noah Harari – L&PM)

Anos atrás
Fatos
13,5 bilhões
Surgem a matéria e energia.
4,5 bilhões
Formação do planeta Terra.
3,8 bilhões
Surgimento do organismo.
6 milhões
Último ancestral em comum de humanos e chimpanzés.
2,5 milhões
Evolução do gênero Homo na África.
200 mil 
Surge o Homo sapiens na Africa Ocidental.
13  mil
O Homo sapiens é a única espécie humana sobrevivente.
12 mil
Revolução agrícola, domesticação de plantas e animais.
5 mil
Primeiros reinos, sistemas de escrita, dinheiro e religião.
2 mil 
Império romano, cristianismo.
500 anos
Revolução científica, ascensão do capitalismo, descobertas.
200 anos
Revolução industrial, Estado e mercado. Extinção em massa de plantas e animais.
O presente
Os humanos transcendem os limites do planeta terra.
Futuro
O Homo sapiens é substituído por super-humanos?

         Estamos diante de perguntas que nos circundam, questões de difíceis respostas, que direcionam a vida humana. Capazes de criarem a realidade existencial, e fica a pergunta: Onde está à verdade sobre a nossa existência?

         O terceiro milênio é a janela para o novo, o inimaginável, a possibilidade de viver em um mundo tecnológico jamais pensado. Onde podemos corrigir os erros e nos reinventar, criar um mundo mais inclusivo, mais justo, com maior sentido e significado para a nossa existência. O que podemos ser, senão homo sapiens?

         Referência bibliográfica:

HARARI, Yuval Noah. Sapiens – Uma breve história da humanidade / Yuval Noah Harari; tradução Janaína Marcoantonio. – 29. Ed. – Porto Alegre, RS: L&PM, 2017.



sábado, 17 de fevereiro de 2018

A Renda Básica Universal é uma Necessidade !



         A revolução tecnológica 4.0 presente no início do terceiro milênio transforma a relação do ser humano com o trabalho. A partir desta constatação, pergunta-se:
O Homem estará a serviço da máquina ou a máquina estará a serviço do Homem?
A lógica desta pergunta reside no fato de que não haverá trabalho para grande parte da população economicamente ativa, ou seja, não haverá renda. Os robôs substituirão os trabalhadores, e o Homens não terão o que fazer.
Então, o que fazer frente a este novo cenário?
O caminho está na mudança da forma de se obter uma renda para o próprio sustento, ou seja, parte da renda que o robô gera deve ser transferida ao Homem, como forma de compensação pela perda do trabalho. Assim, a máquina passa a servir ao Homem e este passar a ter tempo para se dedicar as atividades humanistas.
A renda básica universal é uma proposta de remuneração mínima independente do emprego, que aponta como solução para a manutenção da sociedade de consumo e continuidade da atividade econômica de uma sociedade. Vejamos como exemplo o Brasil:
São aproximadamente 100.000.000 de cidadãos na idade economicamente ativa. Se houver uma renda básica universal mínima para cada cidadão de R$4.000,00 mensais e a cobrança de um imposto de renda mensal de 15% igual a R$600,00 mensais teríamos:
Renda bruta total mensal:
100.000.000,00 x R$4.000,00 = R$400.000.000.000,00
Imposto de renda mensal:
R$400.000.000.000,00 x 15% = R$60.000.000.000,00
Renda líquida mensal:
R$400.000.000.000,00 - R$60.000.000.000,00 = R$340.000.000.000,00
O Brasil teria um mercado de consumo anual garantido de:
R$340.000.000.000,00 x 12 meses = R$4.080.000.000.000,00
         O Brasil teria um recolhimento de Imposto de Renda garantido de:
R$60.000.000.000,00 x 12 = 720.000.000.000,00
         Resumindo, um mercado de consumo interno garantido:
         Uma renda anual bruta total mínima das pessoas físicas de R$4,8 trilhões de reais.
         Uma renda anual líquida total mínima das pessoas físicas de R$4,08 trilhões de reais.
         Um imposto de renda anual pessoa física garantido de R$720 bilhões de reais.
         A Renda Básica Universal é uma necessidade para poder formular políticas públicas com fonte de recursos estáveis. As empresas passarão a investir conhecendo o real potencial do mercado de consumo, torna-se mais fácil o planejamento e menos volátil a economia. A maior parte das crises econômicas são crises de consumo, onde a população em um determinado momento no tempo perde a fonte de renda e a capacidade de consumo.
         A realidade é que, as inovações tecnológicas em curso irão destruir mais postos de trabalho do que criar novos postos de trabalho, para que a roda da economia não pare de girar, o Homem terá que rever sua ética econômica e o posicionamento do ser humano na sociedade.
         O que o Homem? O ser humano é um objeto ou um ser que pensa e tem emoções?
         Cabe ao futuro novo presidente do Brasil abordar esse tema em sua campanha presidencial, pois o trabalho passará a ser uma das questões mais importantes a serem enfrentadas pelas economias de todos os países inseridos na revolução tecnológica 4.0 do início deste terceiro milênio.
         Caberá ao novo governo brasileiro iniciar a construção de uma nova rede de proteção social, que avalie formas mais justas de distribuição de renda, minimize a incerteza quanto ao futuro dos jovens, e crie políticas públicas para minimizar o impacto da precarização do trabalho. Será um novo Estado Social que garanta condições básicas de vida para todo cidadão brasileiro.
         A maior questão a ser pensada é:
         De onde virá à fonte de renda para a manutenção deste Estado Social?
         Da própria economia, de toda e qualquer atividade econômica, gerada pelas Pessoas Jurídicas, via impostos, irá financiar o Estado Social. Frente a este novo desafio o Homem terá que faz o impensável, criar o inimaginável, caso queira viver em uma sociedade saudável, com baixos índices de violência e criminalidade.
         A revolução tecnológica 4.0 do terceiro milênio atinge a todos, a solução para o enfrentamento dos impactos na sociedade está na Renda Básica Universal, que pode estabilizar a economia e pacificar a sociedade. O cidadão do futuro necessitará de uma proteção social desatrelada do emprego. A saída esta na reforma do modelo de Estado Social, onde o Homem esteja no centro, em primeiro lugar, tratado como um ser humano e não um objeto. Assim elimina-se o problema estrutural da falta de emprego formal e o acesso a uma renda digna para custear a própria sobrevivência. Existe uma saída para o futuro incerto, a alternativa ainda está por ser criada.



sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Um Futuro para quem Nasceu sem Futuro !



         Só há um caminho honesto e digno, para quem nasceu sem futuro. O sujeito que pertence a uma classe de baixa renda, menos favorecida. A qual faz parte 70% da população brasileira, só tem um caminho a seguir, a educação. O único caminho que pode transformar a própria realidade, este passa pela educação de qualidade, que envolve todo Ensino Básico, ou seja, o Infantil, o Fundamental e o Médio. O Ensino Técnico e Superior tornam-se opções de escolha do próprio sujeito e realidade após a realização de um Ensino Básico de qualidade.

         Está escrito no Portal do MEC do Brasil que: “A Secretaria de Educação Básica zela pela educação infantil, pelo ensino fundamental e pelo ensino médio. A educação básica é o caminho para assegurar a todos os brasileiros a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes os meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”.

         A violência que o cidadão brasileiro está sujeito a sofrer, pelo simples fato de ser brasileiro e viver no Brasil, é maior que a violência da guerra da Síria. Atualmente morrem mais de 60.000 cidadãos brasileiros por ano no Brasil, resultado da violência urbana. E mais de 60.000 cidadãos brasileiros por ano no Brasil, resultado da violência no trânsito.

         Onde está a causa de tamanha crise social, que faz perder vidas humanas em razão da violência? Um dos pontos que pode ser apontado está na educação. A educação básica no Brasil não está formando brasileiros para o exercício da cidadania, e é incapaz de garantir meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores para 70% da população. O Brasil está longe de ser um país civilizado ao conviver com tamanha violência. Um exemplo está na crise da segurança pública e todo sistema penitenciário. Ao continuar assim, a sociedade brasileira se tornará uma escola do crime, que permeia todos os níveis da sociedade. Em vez de formarmos sujeitos para serem cidadãos, formaremos sujeitos para serem criminosos.

         Um jovem de periferia dos grandes centros urbanos ganha mais trabalhando para o crime organizado, do que seus pais, que levantam cedo, às 4:30hs da manhã, pegam ônibus, trem e metrô para chegarem ao trabalho, e após uma jornada exalta de aproximadamente 20 dias úteis, recebem cada um, um salário mínimo de R$ 954,00 bruto. E a família de três indivíduos está condicionada a viver com uma renda familiar de R$ 1.908,00 bruto.

         Que tipo de família pode ser? Quais são os seus sonhos? Seus objetivos? Como conseguem sobreviver dignamente? O filho olha para os pais, o que pensa? Será que irá seguir os passos deles, ou preferir outro caminho, caminho este que a primeira vista é mais fácil, lucrativo, que não exige muito esforço?

         Este jovem passa a não acreditar em seus pais, e como a estrutura familiar é precária, sente a dor da própria existência, e quando os pais dizem: Filho vá para escola, lá está o seu futuro! Um futuro longínquo e abstrato em um primeiro momento, mas real e transformador quando perseguido como objetivo de vida. O filho toma a decisão mais imediata, passa a não valorizar a escola e não se dedica aos estudos. Por falta de um acompanhamento dos pais, seus filhos frequentam todo o Ensino Básico sem aprender nada, resultado este, que está demonstrado no desempenho das avaliações, que os estudantes das classes de baixa renda passam no Brasil. Melhorar o rendimento escolar do aluno brasileiro passa por melhorar as condições sociais de 70% da população brasileira. As famílias de baixa renda necessitam ter uma renda maior e mais justa, para poderem constituir uma estrutura vida que possibilite acompanhar melhor os seus filhos no período educacional.

         O que a escola pode dar a um jovem, é a possibilidade de realizar um objetivo na vida. Para o Brasil diminuir a violência urbana e a violência no trânsito tem que fazer do Ensino Básico o trampolim para o jovem realizar um objetivo maior na vida. Ensinar que vale apena trabalhar duro para se conquistar algo e que é possível.

         A maior parte da população brasileira só terá melhor condição de vida, renda, oportunidades se estiver mais bem educada. É um esforço que tem como catalizador o Estado e responsável à própria sociedade brasileira. É o momento de se valorizar ainda mais a educação dos jovens, para assim constituirmos uma sociedade saudável em que o Estado esteja presente em suas vidas, e este jovem possa sentir o valor de ser um cidadão brasileiro. Existe um futuro para quem nasceu sem futuro, e está na educação. Fazer da educação de um país uma política de Estado, é pensar, que é possível construir uma sociedade mais justa, mais educada, menos violenta. Se hoje existem sociedades que invejamos os seus índices de violência, vejamos também o seu nível educacional da população. O próximo presidente do Brasil tem que ser visionário, trabalhar para que o Brasil tenha uma população mais bem educada, que possa atingir índices de violência baixíssimos, equivalentes aos dos países nórdicos, o conjunto de países formado por Noruega, Suécia, Dinamarca, Finlândia e Islândia, inclusive seus territórios associados (Groenlândia, ilhas Feroe e Alanda).