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terça-feira, 13 de junho de 2017

Para que Pensamos ?




         Nós seres humanos estamos sempre entrando ou saindo de situações da vida, assim, pensamos para sabermos como atender as necessidades primárias básicas que são as fisiológicas e as de segurança e as necessidades secundárias, que são as sociais, estima e auto realização.
E para nos conhecermos melhor devemos questionar o que é pensar? O cérebro é o órgão humano que nos faz pensar. O pensamento tem cor? Tem forma? Tem comprimento? Tem massa? Tem peso? Quanto tempo se leva para pensar?
Se os pensamentos são lembranças, como ficam guardadas? Se são estados eletroquímicos do cérebro, como se mantêm? Se são moleculares, como se renovam? Como se acessa os dados sempre que se quer? Quando envelhecemos os pensamentos mudam, nem sempre acessamos o que queremos e nos lembramos de fatos muito longínquos. O fato é que o cérebro faz o ser humano pensar.
Uma fotografia do cérebro não é uma fotografia da mente nem da consciência, embora possamos fotografar o funcionamento do cérebro através de uma ressonância magnética. A impossibilidade de se fotografar a mente está no fato da mente não ser uma coisa física. Não conseguimos fotografar as volições, intenções, atitudes, crenças, apegos, desapegos, concepções, significados, imagens de si mesmo, alegrias ou tristezas, que possivelmente se originam na mente e só se espelham no cérebro.
A vontade foca a consciência e determina o estado cerebral. E o que nos faz pensar não é o cérebro, mas é a consciência. A consciência é a fonte que lhe permite pensar e consome muito alimento mental. Que podem ser tóxicas como intenções, volições, revelações, preconceitos, razões e paixões. Para se pensar com clareza, é preciso saudar nutrir a mente com o alimento saudável, este alimento é a filosofia.
A sua vida é um veículo. Seu cérebro é o motor do veículo. Se o motor funciona direito (e se todos os outros sistemas estão bem), o veículo pode se mover. Depois vêm outras grandes questões: Para onde irá? Depressa ou devagar? Por qual caminho? Quantas paradas fará? Quem mais vai com você? Para que essas questões tenham significado, precisamos de um motorista. Este motorista é a sua mente. Sem mente, o veículo sem motorista de sua vida não vai a lugar nenhum. Mas com sua mente ao volante, o veículo pode levá-lo numa viagem maravilhosa. Em termos literais e figurativos, é a viagem de sua vida. (MARINOFF, Lou)

         Então, podemos concluir que nós pensamos por uma questão de necessidade. Todo ser humano quer sobreviver, viver e ser feliz em um mundo repleto de desafios, opções, oportunidades, caminhos e escolhas. Decidir o que podemos ser é uma questão de escolha voluntária, uma vontade que foca a consciência e determina o estado cerebral, e este estado cerebral pode nos levar a uma ansiedade ou a um desvelamento, descobrimento que nos trás uma certeza. A certeza nos dá segurança, possibilita uma escolha transparente, direciona, orienta, é um ponto de luz na escuridão. Para sermos felizes, bem sucedidos e termos uma vida plena, temos que escolher o que e como queremos pensar, e essa é uma das características que define a qualidade de vida, o bem estar.

“A felicidade da vida depende da qualidade
de nossos pensamentos.”
(Marco Aurélio)

         Fonte:
         MARINOFF, Lou. Pergunte a Platão / Lou Marinoff; tradução Maria Beatriz de Medina. – 7ª ed. – Rio de Janeiro: Record, 2009.


sexta-feira, 9 de junho de 2017

O Papel do Professor segundo Rubem Alves !




         Segundo Rubem Alves, “O novo tipo de professor é um professor que não ensina nada, é um professor de espantos. O objetivo da educação não é ensinar coisas, é ensinar a pensar, criar na criança a curiosidade. Deve provocar a criança e estimulá-la a perguntar. A missão do professor não é dar respostas prontas, a missão do professor é provocar a inteligência do aluno, o espanto e a curiosidade”.
         O professor no seu ofício tem que ser criativo para poder atingir não só a mente, mas também a alma do aluno. Ou seja, obter a atenção do aluno em toda sua completude e assim poder passar a mensagem, que é provocativa e leva o aluno a pensar. Para poder atrair o aluno, o professor tem que sair de seu mundo e ir ao mundo do aluno, penetrar em seus saberes e mistérios.
         A qualidade da educação não está baseada no ensino e nem na aprendizagem, mas na relação de construção do conhecimento, restabelecendo o significado a partir da realidade dos alunos.       O Ser humano se move a partir daquilo que faz sentido para ele, e se move utilizando suas habilidades racionais e sentimentais.
         Para que haja a relação de construção do conhecimento existe um tripé, que precisa ser respeitado:
         A determinação antropológica: Através de uma relação ética de alteridade, entender o ser humano como infinitamente outro, pois não há possibilidade de conhecer o ser humano, mas aceita-lo como é.
         A determinação da linguagem: Não se tem uma garantia de que o que eu falo é compreendido na forma, significado e sentido do que eu falo. Desde Platão e passando por Aristóteles, o princípio da identidade lógica é que A=A. Já em Leviná o princípio da identidade lógica é que A=B.
         A determinação do sentido e da dignificação: A forma de compreender as coisas. A forma de ver, sentir, ouvir o mundo é única para cada indivíduo. A linguagem é extremamente subjetiva, cada aluno pode entender de uma forma. Não adianta ler somente a palavra, porque na palavra está implicado o mundo, e se não consegue elucidar, intuir o que é o mundo, não se aprendeu a ler.
         O modelo educacional vigente tem sua base na modernidade, que não é altera, é bancária, iluminista, científica, cartesiana e escolástica. A discussão sobre o que ensinar tem o objetivo de responder à pergunta, para que ensinar? E não o que ensinar?
O professor é o facilitador no processo de ensino, forjado nas amarras da história, trás consigo influências que modelam a sua forma de atuar, e para superar os desafios de seu ofício deve estar aberto ao novo, preparado para se transformar e atualizar sua forma de atuação.