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sábado, 16 de julho de 2016

Marcas na História !



         

         Vivemos por partes, um passo após o outro, não temos um percurso linear e contínuo. A alternância de poder representa a alternância de políticas públicas, umas mais estatizantes e outras mais liberais. O Brasil tem uma identidade bipolar, em cada momento da história assume uma personalidade, o que pode conduzir a um comportamento esquizofrênico. O que realmente somos?
         Os resultados colhidos pelo Brasil ao longo do tempo são dolorosos, produz um enorme sofrimento a camada menos favorecida da população. Não há educação, não há saúde, não há segurança, muito menos uma distribuição de renda justa capaz de viabilizar um estilo de vida com qualidade. O Brasil, um país tão grande, tão belo e tão doente, sem presente e muito menos um futuro para maior parte de sua população. Caminha provocando marcas na história, o registro de contradições, de inverdades e sonhos ilusórios. Por onde podemos recomeçar?
         O Brasil precisa deitar no divã e passar por uma psicanálise, sempre há tempo para se libertar das neuroses, complexos e recomeçar a partir de um novo ponto. O que será que os psiquiatras têm para dizer do país Brasil? Oportunidades existem, mas aproveitamos as oportunidades em um percentual abaixo da média de um país desenvolvido, o que nos falta? Nossos líderes políticos são capazes de dizer uma coisa e fazer outra coisa totalmente inversa, sem qualquer coerência ou convicção. A vida do cidadão brasileiro é paradoxalmente complexa, onde se paga muito imposto e se tem carência dos serviços públicos, onde o Estado é incapaz de gerenciar as contas públicas, e apresenta enormes déficits comprometendo a vida de gerações futuras.
         Hoje o Brasil está dividido, parte da população quer permanecer com as políticas públicas de esquerda insustentáveis a longo prazo e parte quer uma mudança de direção menos brusca, um crescimento econômico sustentável, um Estado mais eficiente sem a perda dos direitos sociais reconhecidos na Constituição de 1988. A sociedade brasileira se faz justa a partir da ação do Estado, a iniciativa privada só se move se vislumbrar lucro no final do processo, para as iniciativas sociais que não são capazes de gerar lucro, é necessária a ação do Estado, que tem como fim proporcionar o bem estar da população. O Brasil não é um país de livre mercado nem um país de Estado absoluto, é um país híbrido, que precisa construir a própria identidade a partir de sua própria realidade existencial. A participação popular e o jogo político é a oportunidade de construção dessa identidade, que tenha como objetivo promover o bem estar da população. Será que nós brasileiros somos capazes de agir politicamente para a construção de uma identidade nacional? Ou seremos governados por líderes que não representam os eleitores? O Brasil precisa de um tratamento terapêutico, e o começo desse tratamento começa pela ação ordenada dos intelectuais e especialistas de plantão. Então mãos a obra...



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