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sexta-feira, 13 de outubro de 2017

A Crise da Subjetividade Privada na Sociedade Técnico Cientificista Atrelada a Crítica sobre o conceito de modernidade e modernização em Marshall Berman !




         A sociedade moderna trouxe a racionalidade e o cientificismo para a humanidade, na virada do milênio vivemos a crise da modernidade, na qual é incapaz de proporcionar o equilíbrio sustentável da humanidade. Pois o mundo objetivo aceito pela ciência não dá conta de proporcionar respostas para os desafios subjetivos impostos pelo tempo atual. Faz-se necessário a adoção de um novo Ethos, que construa um modelo de ação subjetiva na sociedade, onde o homem esteja mais integrado com os desafios do planeta e a comunidade em que atua.
         A crise da subjetividade privada enquanto tal, sobre a perspectiva acima, se volta ao conceito de alienação sobre a modernização que se avança na sociedade atual. Onde o Homem é equivalente a uma coisa, não como um sujeito consciente de si, mas a sua consciência está atrelada a necessidade de respostas da tecnologia, reprimindo a subjetividade existente na ação humana.
         A consciência do ser humano não está atrelada ao conceito de consciência de si, mas a consciência humana atrela-se aos meios tecnicistas que alienam e faz existir uma ruptura do homem Ethos. Também podemos assim entender que o conceito de modernização transfigura na crise em que o ser humano consciente não é dono mais de si, mas um objeto da ciência.
         O caminho para a superação da crise está na revalorização do ser humano como um sujeito, que não está limitado aos parâmetros da racionalidade cientificista.
O Frankenstein de Mary Shelley. Essas figuras míticas, que se esforçam por expandir os poderes humanos através da ciência e da racionalidade, desencadeiam poderes demoníacos que irrompem de maneira irracional, para além do controle humano, com resultados horripilantes. (BERMAN, 1986, p. 99)
            O Homem com o poder da técnica cientificista entende que a prosperidade é sinônimo de riqueza material, fama, poder e luxo. Conforme explica ainda Berman na obra Tudo que é Sólido se Desmancha no Ar, sobre o conceito de modernidade e modernização a obra diz que:
“O Fausto de Goethe diz a Mefistófeles que, sim, ele deseja todas essas coisas, mas não pelo que elas representam em si mesmas.” Entendamo-nos bem. Não ponho eu mira na posse do que o mundo alcunha gozos. O que preciso e quero é atordoar-me. Quero a embriaguez de incomportáveis dores, a volúpia do ódio, o arroubamento das sumas aflições. Estou curado das sedes do saber; de ora em diante às dores todas escancaro est’alma. As sensações da espécie humana em peso, quero-as eu dentro de mim; seus bens, seus males mais atrozes, mais íntimos, se entranhem aqui onde à vontade a mente minha os abrace, os tateie; assim me torno eu próprio a humanidade; e se ela ao cabo perdida for, me perderei com ela. (1765-75). (BERMAN, 1986, p. 40)
            Portanto sobre este viés, de modernidade pautada no conceito de cientificismo, o Homem subjetivo é reprimido enquanto processo de Vir-a-Ser Humano. Ele está imerso na insensibilidade da relação conjunta com outro Ser Humano, que produz ao longo de sua história a crise da sua própria subjetividade privada.
         Produzido por:
         Keller Reis Figueiredo
         Marcos Aurélio Trindade
         Referência:
         BERMAN, Marshall. Tudo que é Sólido se Desmancha no Ar – A Aventura da Modernidade. Editora Schwarcz - São Paulo – SP – 1986.



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