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domingo, 8 de outubro de 2017

A banalidade do mal de Hannah Arendt e a Vida dos Cristãos no Século XXI !



Hannah Arendt (1906-1975) foi uma filósofa judia, de origem alemã, autora de vários livros onde desenvolveu diversos conceitos, dos quais se destaca o que chamou de “banalidade do mal”, ainda hoje polémico e incompreendido.
         Nós Cristãos devemos despertar, buscar entender o mal que nossos irmãos sofrem pela perseguição religiosa em países que somos minoria religiosa.”
O conceito de “Banalidade do Mal”, aprofundado por Hannah Arendt no livro “Eichmann em Jerusalém”, trouxe-lhe as críticas da comunidade judaica e também a polémica que ainda se mantém. Se faz atual para o mundo de hoje e a realidade que os Cristãos vivem em países de maioria mulçumana.
O livro surgiu na sequência do julgamento em Jerusalém de Adolf Eichmmann, raptado pelos serviços secretos israelitas na Argentina em 1960, e que a filósofa acompanhou para a revista “The New Yorker”.
Nesta obra a filósofa defende que, em resultado da massificação da sociedade, se criou uma multidão incapaz de fazer julgamentos morais, razão porque aceitam e cumprem ordens sem questionar.
Eichmann, um dos responsáveis pela solução final, não é olhado como um monstro, mas apenas como um funcionário zeloso que foi incapaz de resistir às ordens que recebeu.
“Quando somos massificados pela religião e vivemos uma fé sem o uso da razão, corremos o risco de sermos injustos, não discernimos o certo e o errado, e podemos praticar o mal. Sem fazer julgamentos morais, aceitamos e cumprimos ordens sem questionar. Temos como exemplo parte da sociedade islâmica, fundamentalista que é capaz de cometer atrocidades em nome da fé que professa. Não há amor, tolerância, respeito pelo próximo e pelas minorias religiosas.”
O mal praticado torna-se banal.
Como fundamentar a superfluidade da vida humana perante sua burocratização, que desconhece ou ignora sua condição humana diante da calamidade, banalizando atitudes maléficas. Com o olhar voltado ao julgamento de Otto Adolf Eichmann como compreender sua mecanicidade em relação às regras e diretrizes, legalizadas e legitimadas pelo sistema nazista. Como compreender o entendimento da parte de Eichmann do que é o mal e sua relação com o dever profissional, assim como relacionar o que pensa aquele que sofre algo que subentendesse um maleficio.
“Se formos Cristãos mornos, podemos ser como burocratas da religião, superficiais, que desconhece ou ignora a condição humana diante da calamidade, banalizando atitudes maléficas. Assim fica a pergunta: qual deve ser a nossa posição perante a realidade da Igreja que Sofre?” Iremos ignorar sua condição humana diante da calamidade, banalizando atitudes maléficas?
Refletir a teoria “arendtiana” acerca do entendimento sobre a banalização do mal e seus fundamentos teóricos. Trata-se principalmente de algumas características que fizeram parte do julgamento de Eichmann, e sua importância para compreensão do homem burocrático, alienado e insesível, que a partir de uma ética profissional promove o mal, legalizado e institucionalizado pelo sistema político.
“Imaginemos o que se passa com os nossos Irmãos Cristãos que são perseguidos por homens burocráticos, que a partir de uma ética religiosa promovem o mal, legalizado e institucionalizado pelo sistema político e religioso de seus países. E frente a todo esse mal a comunidade Cristã resiste, tenta ser uma luz de esperança para quem nela professa a fé.”
Devido a grande importância e atualidade da filosofia proposta por Hannah Arendt, e suas significativas contribuições para o debate filosófico, tanto político como ético, sendo o tema bastante pontual, esta será nossa diretiva: a questão ética do homem religioso, que professa uma fé violenta e sua normalidade perante o mal praticado e institucionalizado pelo sistema político e religioso.
Segundo Arendt, no banco dos réus não estava um sádico, mas um homem assustadoramente normal, que cumprindo às vezes de um bom funcionário, e obediente, buscando alcançar metas estabelecidas, desenvolvia, diga-se de passagem, muito bem o seu trabalho. Da mesma forma acontece com os fundamentalistas islâmicos, na maioria das vezes são pessoas completamente normais, que perderam a capacidade se sensibilizar com o mal, de ver o certo e o errado, e pratica de forma institucionalizada o mal.
A partir da descrição de Arendt, iremos traçar um caminho que caracterize a superfluidade do homem burocrático, religioso, que age com naturalidade e orgulho o seu labor. Buscaremos fragmentos que demonstrem a institucionalização do mal, como algo constituído, arraigado em sistemas políticos e religiosos, que a partir de um discurso civilizador promove a violência e a coerção. Que não remontam tempos antigos, mas tempos atuais, onde a violência não mais se vincula com aspectos emocionais ou irracionais, mas como parte integrante de um processo civilizador, que sendo monopolizado pelo Estado, abre mão da violência para salvaguardar o próprio Estado. Onde a religião é usada como um meio para se ter o controle social e a manutenção do Estado.
Nós Cristãos do Brasil, o que podemos fazer???
Como devemos nos posicionar???
O diálogo inter-religioso é o começo para criar um movimento por respeito, tolerância, justiça, como podemos agir???
Acredito que o primeiro passo é a conscientização e posteriormente a divulgação da dura realidade, para assim identificarmos o mal, e sabermos o que devemos combater. O Cristão tem o compromisso de tomar partido e agir conforme os preceitos da fé que professa.






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