Páginas

sábado, 24 de abril de 2021

O século 21 será chinês ?

 


       A China adota uma política autoritária de um único partido e uma abertura econômica para o capitalismo de Estado, onde toda atividade econômica tem que ter a chancela do Estado para existir, ou seja, o mercado não é livre, ele é monitorado e controlado pelo Estado. A questão é: O que é melhor para a sociedade? Em termos de resultado efetivo, a China cresce initerruptamente desde dos anos 80, a ponto de se tornar a 2ª maior potência econômica e prestes a superar os Estados Unidos e se tornar a 1ª maior potência econômica no século XXI. A China ainda tem enormes desafios sociais a superar, mas já tirou da pobreza mais de 300 milhões de habitantes, está consolidando a formação de uma robusta classe média que forma o seu mercado interno, e graças ao seu baixo custo fabril, a China também atende o mercado externo. É um conjunto de fatores que permite a expansão da indústria de forma permanente e sustentável. Já o ocidente vem perdendo o seu dinamismo econômico, a maioria dos países teve um baixo crescimento econômico nestes últimos 40 anos, se compararmos com a China. O que de certa forma contribui para a instalação de uma crise democrática e econômica. Pois, as lideranças políticas do ocidente não conseguiram conduzir os países que lideram na direção do crescimento econômico sustentável, que gere emprego e renda para as suas populações. É como se o ocidente venha perdendo a capacidade de liderar as nações em direção do bem-estar e da felicidade. Neste sentido a China parece estar pavimentando a sua estrada rumo a prosperidade, o que faz a sua população na maioria se subordinar ao seu regime político. Pois, existe uma questão em aberto: o que vale a liberdade se não houver dinheiro para comprar pão. O ocidente vem vivendo nos últimos 40 anos, um processo de desindustrialização, perda de Know-how, competitividade e inovação. Por isso as economias nestes países crescem a níveis insuficientes para atender as demandas de suas populações.

         Além de fábrica do mundo, a China está se tornando um banco do mundo, ela hoje tem capacidade financeira para financiar projetos em diversas partes do mundo, a ponto de superar a liderança dos Estados Unidos. Segundo José Eustáquio Diniz Alves, “O modelo econômico e político do liberalismo democrático burguês está em vistas de ser superado pelo modelo de propriedade estatal, câmbio competitivo, políticas de promoção a exportação, proteção a indústria local e proteção dos setores estratégicos do país, reformas de mercado, controle de instituições políticas e culturais, centralização das decisões políticas e das estratégias de projeção nacional”. Ou seja, com a ascensão de China neste século, o ocidente pode vir a sofrer uma enorme mudança ao longo do século XXI para poder sobreviver. É uma realidade que está se imponto pelos fatos, mais que uma ideologia, uma opção política, a China tem mais acertado do que errado nos últimos 40 anos. A decisão de abertura Econômica da China (República Popular da China) que começou em 1976 quando Mao Tse-Tung morreu e Deng Xiaoping conquistou o poder político, foi uma decisão certeira. Mas tenhamos em mente que o sucesso Chinês acontece porque o Estado lidera um planejamento de curto, médio e longo prazo, sabendo de forma muito clara onde se quer chegar.

         O exemplo Chinês tem muito o que ensinar para o Brasil, as causas do nosso subdesenvolvimento têm as suas gêneses nas políticas públicas adotadas pelos nossos líderes políticos, não são processos contínuos com metas de curto, médio e longo prazo. Falta uma política de Estado voltada para o desenvolvimento do país. Nos último 30 anos, após a redemocratização, existiram políticas públicas de governo, muitas vezes antagônicas, o que fez o país avançar e retroceder ao longo deste tempo. Ao ponto de mergulhar o país em uma crise econômica estrutural, sem fácil solução, pois ao longo deste tempo, os equívocos políticos do Brasil só fizeram arruinar o patrimônio econômico do Brasil. Hoje, o Brasil tem uma elevada taxa de desemprego, uma crise econômica estrutural, sem política industrial, sem foco no futuro, incapaz de valorizar o seu meio ambiente, e pouquíssimo para não dizer nenhum incentivo a ciência e tecnologia. Além disso, uma liderança política que não compreende o papel do Estado, que acredita que o país está preparado para ser economicamente liberal, esquecendo os motivos que provocam a necessidade de políticas de proteção a indústria nacional. Se continuarmos nesta direção, estaremos fadados ao insucesso e mediocridade econômica, incapazes de superar os nossos desafios sociais. O Brasil será um país sem futuro para a sua população, por não saber para onde ir. E mesmo que a China faça alianças com o Brasil e incentive projetos econômicos, para que tenhamos sucesso, o país terá que mudar a sua forma de ser governado. As nossas lideranças políticas terão que criar políticas de Estado, com metas de curto, médio e longo prazo, sabendo de demonstrando onde se quer chegar e o que quer ser no século XXI. É esta resposta estratégica para o mundo que o Brasil não está dando para os investidores estrangeiros. Como modelo de negócio de sucesso, o século 21 será chinês.

Aula Pública - Economia Chinesa 1/2



Aula Pública - Economia Chinesa 2/2



Veja os poemas...

Nenhum comentário: