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sexta-feira, 26 de julho de 2019

Qual é o papel do Estado no século XXI ?


         O Estado ideal do século XXI é um Estado forte, mas não é um Estado grande. O Estado forte do século XXI é democrático, com instituições fortes. O principal papel do Estado forte do século XXI é a criação e implementação de políticas públicas, que visem o crescimento, a solução de conflitos, a distribuição de renda e a prosperidade para todos.
         Vivemos em um mundo cientificista, onde predominantemente os Estados são orientados por uma tecnocracia, “forma de organização do governo na qual predominam decisões orientadas por um corpo de especialistas que são considerados detentores de conhecimento técnico-científico em áreas específicas”.
         O modo de produção capitalista é o modelo econômico mais difundido no mundo. O fenômeno da acumulação capitalista, portadora de crises e contradições é resolvido pela ação do Estado, através de políticas públicas. “O Estado capitalista não está acima e fora das relações capitalistas de produção, mas é decorrência direta delas”.
         Um Estado forte e transparente dá segurança para o investidor, as informações devem circular, serem debatidas nas mais plurais comunidades, onde a formação de uma opinião não tenha um único viés. Não existe uma verdade absoluta em uma sociedade plural. A verdade é construída ao longo de um processo democrático. O investidor fica atento para o momento em que se deve atuar, minimizando os riscos e maximizando os lucros. O sinal aparece quando se consolida uma verdade, ou seja, as premissas dos formuladores de políticas públicas se materializam em uma realidade factual. Do contrário tudo é discurso, fumaça, uma mera intensão que possibilita a realização de prejuízos.
         Como pode ver, é impossível eliminar a ação do Estado na sociedade, esta instituição tem a sua responsabilidade, pode ser omisso, ou cumprir a sua missão, sempre estará em ação. Devemos entender o Estado como o ente composto por seus poderes e toda a máquina pública, nas esferas municipal, estadual e federal. O bem estar de uma nação está diretamente ligado à ação do Estado ao longo do processo histórico, este é o ente que detém o poder e meios para fazer acontecer. Se os resultados esperados não acontecem, a responsabilidade é do Estado e cabe a toda sociedade cobrar do Estado um redirecionamento das políticas públicas, com formas criativas, ousadas, dentro da legalidade institucional, que visem o bem estar para todos. O investidor na sua maioria só quer ter uma estrada pavimentada para seguir em frente, e o trabalhador só quer ter a oportunidade de vender a sua força de trabalho por um preço justo. O Estado é o agente mediador dos interesses dos detentores do capital e dos trabalhadores, que tem o poder para possibilitar a existência das múltiplas relações possíveis. A construção das oportunidades de investimento e trabalho é de responsabilidade do Estado, um país que quer crescer têm que possibilitar oportunidades para todos, minimizando a injustiça social e tornando a sociedade mais próspera. O Brasil tem solução, depende do Estado.

         Referência:

         CALDAS, Camilo Onoda. Teoria Geral do Estado – Ed. Ideias & Letras, SP, Brasil, 2018.




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