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domingo, 31 de julho de 2016

O Sentido do Vínculo Humano !




           
         O Homem, a partir do que é, tem a possibilidade de ser mais feliz, a partir do que tem ou do que representa. Para a construção do caminho que leva a felicidade o Homem se relaciona com o outro, e muita das vezes cria um vínculo, uma união que forma uma unidade por si. O Homem dá sentido para o vínculo humano a partir do que ele é. E saber o que é este Homem é a questão.
         O Homem é um ser que primeiro racionaliza os seus sentimentos para viver uma experiência humana ou utiliza primeiro seus sentimentos para viver a experiência humana e criar um discurso racional? Quem é este Homem que tem a necessidade do vínculo para ter relações humanas e assim dar um sentido para sua própria vida?
         A vida humana é efêmera neste planeta, mas ao longo da história está carregada de significados, onde impérios surgiram e desapareceram, tudo está em um constante movimento, como se não houvesse um ponto fixo para se apoiar. Sendo assim, cada um de nós precisa constituir vínculos para dar uma continuidade segura à solitária jornada existencial. O Homem é singular, só ele conhece a sua própria história, que é individual e única.
         Em um primeiro momento o Homem frui para si, em um segundo momento o Homem se torna capaz de fruir para o outro, como se transcendesse a sua própria existência. O vínculo se materializa a partir da transcendência humana, é um ir além de si mesmo, não estar preso em seu próprio Eu. Ser capaz de construir pontes para criar o novo, o inesperado, o incalculável. São das relações humanas que o Homem tem se inspirado para superar os desafios e tudo começa quando se tem um vínculo entre duas ou mais pessoas. E qual é o fim do vínculo entre duas pessoas?
         O Homem se move com vistas a um fim, o intelecto apreende a realidade e seu fim, a vontade depende do conhecimento do fim para se manifestar em uma ação. E o fim último do Homem é o bem, que o intelecto reconhece como verdade, ou seja, o conhecimento da verdade.
O verdadeiro e o bom se penetram reciprocamente, porque o verdadeiro é certo bem, e todo bem é verdadeiro; por isso o bem pode ser considerado como uma cognição especulativa, se se considerar apenas a sua verdade [...] E o bem pode também ser considerado praticamente, se se considera como bom, ou seja, se é considerado como o fim do movimento ou da operação. (De Veritate, q. 3, a. 3, ad. 9)

         Segundo Anderson Machado, “a razão teórica conhece a verdade, a prática conhece o bem”. Ou seja, o conhecimento se faz de forma especulativa ou prática, a primeira se faz pela reflexão e estudo, a segunda pela vivência da realidade existencial. Assim, o vínculo entre duas pessoas pode ocorrer de forma abstrata ou material, com o objetivo de se alcançar um bem maior. Para o vínculo entre duas pessoas ser duradouro precisa está fundamentado na verdade, que se destina ao bem. A sustentabilidade e longevidade do vínculo humano só são possíveis se forem verdadeiros, envoltos por transparência e sinceridade. Não há futuro na mentira, que obscurece a verdade e traz a confusão. O Ser para Ser, não pode Não-Ser. Para ser feliz e estar bem, só há um caminho, a dualidade do Ser é uma mentira, que não revela o pleno e infinito bem, o fim que motiva e tem como destino toda a ação humana. Vincular-se, é agir com vistas a um fim, que é o bem.
         Referência:
         ALVES, Anderson Machado Rodrigues. Ser e dever-ser: Tomás de Aquino e o debate filosófico contemporâneo – São Paulo: Instituto Brasileiro de Filosofia e Ciência “Raimundo Lúlio” (Ramon Llull), 2015.



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