Para Sócrates, “o que
chamamos aprender é apenas recordar”. E para haver a recordação de alguma coisa
é necessário que se tenha sabido antes de tal coisa. Ou seja, o saber é uma
rememoração.
A prova disso é que ao
interrogar um Homem, se as perguntas forem bem conduzidas, por si mesmo ele
dirá de modo exato, como as coisas realmente são.
“O que fazem os cientistas, senão rememorar o que já existe ?”
Segundo Sócrates, “tal
fato não poderia acontecer se nossa alma não existisse em algum lugar antes de
assumir, pela geração, a forma humana”.
Para Sócrates depois da
morte do corpo, a alma do homem subsiste com uma atividade real e com
capacidade de pensar, a alma é imortal. As almas dos mortos estão
necessariamente em alguma parte, e que é de lá que voltam para a vida. Os vivos
provêm dos mortos, as almas dos mortos têm existência, e a sorte das almas boas
é melhor, e pior a das almas ruins. E a questão que fica é, como é difícil
compreender, que o que chamamos aprender seja apenas recordar? Ou seja, um
processo de reminiscência da alma.
Em Fedon fala-se sobre
as ideias eternas, que são o ser verdadeiro; os objetos materiais não passam de
imitações insuficientes daquelas ideias. As almas, antes de entrar nos corpos,
contemplaram as ideias eternas, e a percepção sensível dos objetos materiais
lhes desperta uma recordação dessas ideias, é a teoria da reminiscência. A
partir desta teoria explica-se a forma de pensar de dois principais filósofos
do mundo grego, Platão e Sócrates.
Para Sócrates antes de
nascermos adquirimos o conhecimento, o belo, o bom, o justo, o piedoso, e tudo
mais que é a realidade em si. Ao nascermos esquecemos tudo, mas ao longo da
vida, fazendo uso dos sentidos, reaveríamos o conhecimento de tudo pela
instrução, que consiste em reaver um conhecimento que nos pertence, e damos a
isso o nome de recordar. Para Sócrates a instrução é uma reminiscência, o que
justifica o seu trabalho como parteiro das ideias, quando diz que o Homem que
busca o conhecimento das coisas está grávido, e ele, Sócrates vai ajudá-lo a
parir as ideias, o conhecimento, pelo método da maiêutica.
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