Segundo Sócrates, nós
devemos comtemplar o belo na vida, nos ofícios e nas leis. Estar voltado ao
vasto oceano do belo, contemplando-o, nos muitos discursos belos e magníficos,
que produz reflexões, em inesgotável amor e sabedoria. Mas o que é o belo para
Sócrates, como conhecê-lo?
Para se conhecer o
belo, segundo Sócrates, consiste em proceder nos caminhos do amor ou por ele se
deixar conduzir. E começar do que é belo e, em vista do belo, subir sempre, dos
belos corpos para os belos ofícios, dos ofícios para as belas ciências, até que
das ciências acabe naquela ciência, que nada mais é senão o próprio belo, e
conheça em fim o que em si é belo.
Para Sócrates, se um
dia vires o belo, que não é como ouro, como roupa, como os belos jovens
adolescentes, mas se um dia ocorresse de contemplar o próprio belo, nítido,
puro, simples, não repleto de carnes, humanas, de cores e outras muitas
ninharias mortais, mas o próprio divino belo, ele em sua forma única
contemplar, não seria vã a vida do Homem que viesse a olhar nesta direção, pois
ocorrer-lhe-á produzir não sombras de virtude, porque não é a sombra que estará
tocando, mas reais virtudes, porque é no real que estará tocando.
E Sócrates conclui seu
argumento assim: “Eis por que afirmo que deve todo Homem honrar o amor, e que
eu próprio prezo o que lhe concerne e particularmente o cultivo, e aos outros
exorto, e agora e sempre elogio o poder e a virilidade do amor na medida em que
sou capaz”.
No mundo grego antigo a
alma eterna utiliza a via da contemplação dialética no tempo e no espaço, para
reconhecer o bem, realizar virtudes, contemplar as ideias, e perceber o divino.
É um processo dialético entre a alma e as ideias que leva o filósofo ao
conhecimento. A alma reconhece no tempo, no espaço e no corpo as ideias. É um
movimento antropológico pelo desejo de conhecer. A alma faz um esforço
existencial para superar a limitação do corpo de conhecer plenamente as ideias,
as virtudes, o bem e o belo. A alma é o princípio de identificação cognitiva do
conhecimento e viver eticamente. O que faz com que a alma se movimente na busca
do bem, do belo. Assim o filosofar para o grego antigo não é apenas contemplar,
mas viver eticamente conforme pensa e acredita ser o mundo das ideias, para
poder estar em contato com o bem e o belo.
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