A missão do sujeito,
uma vez constituído como cidadão de um Estado Democrático de Direito, é ter uma
vida justa voltada para o bem maior da coletividade e que a força do seu
testemunho, contribuam para o progresso da humanidade.
A utopia de uma
sociedade justa onde todos se realizam de forma plena se realiza na transcendência,
mérito dos justos após a morte, mas abrange também este mundo nas realidades da
economia e do trabalho, da sociedade e da política, da técnica e da
comunicação, da comunidade internacional e das relações entre as culturas e os
povos.
Os homens são
capacitados a transformar as regras e a qualidade das relações, inclusive as
estruturas sociais: são pessoas capazes de levar a paz onde há conflitos, de
construir e cultivar relações fraternas onde há ódio, de buscar a justiça onde
prevalece a exploração do homem pelo homem.
Tantos irmãos
necessitados estão à espera de ajuda, tantos oprimidos esperam por justiça,
tantos desempregados à espera de trabalho, tantos povos esperam por respeito: Como
é possível que ainda haja, no nosso tempo, quem morra de fome, quem esteja
condenado ao analfabetismo, quem viva privado dos cuidados médicos mais
elementares, quem não tenha uma casa onde abrigar-se? E como ficar indiferentes
diante das perspectivas dum desequilíbrio ecológico, que torna inabitáveis e hostis
ao homem vastas áreas do planeta?
A humanidade compreende
cada vez mais claramente estar ligada por um único destino que requer uma comum
assunção de responsabilidades, inspirada em um humanismo integral e solidário:
vê que esta unidade de destino é frequentemente condicionada e até mesmo
imposta pela técnica ou pela economia e adverte a necessidade de uma maior
consciência moral, que oriente o caminho comum. Estupefatos pelas multíplices
inovações tecnológicas, os homens do nosso tempo desejam ardentemente que o
progresso seja votado ao verdadeiro bem da humanidade de hoje e de amanhã.
O homem contemporâneo
tem que ser capaz de interpretar a realidade de hoje e de procurar caminhos
apropriados para a ação, sugerir um método orgânico na busca de soluções aos
problemas, de sorte que o discernimento, o juízo e as opções sejam mais
consentâneas com a realidade e a solidariedade e a esperança possam incidir com
eficácia também nas complexas situações hodiernas. Assim, é possível saber o lugar
do homem na natureza e na sociedade, afrontada pelas civilizações e culturas em
que se manifesta a sabedoria da humanidade.
O Homem procura dar um
sentido à existência e ao mistério que a envolve. Quem sou eu? Por que a
presença da dor, do mal, da morte, malgrado todo o progresso? A que aproveitam
tantas conquistas alcançadas se o seu preço não raro é insuportável? O que
haverá após esta vida? Estas perguntas fundamentais caracterizam o percurso do
viver humano.
O significado profundo
do existir humano, com efeito, se revela na livre busca da verdade, capaz de
oferecer direção e plenitude à vida, busca à qual tais questões solicitam
incessantemente a inteligência e a vontade do homem.
A religiosidade
representa a expressão mais elevada da pessoa humana, porque é o ápice da sua
natureza racional. Brota da profunda aspiração do homem à verdade, e está na
base da busca livre e pessoal que ele faz do divino.
Uma reflexão sobre os fragmentos da Doutrina Social da Igreja Católica.
Uma reflexão sobre os fragmentos da Doutrina Social da Igreja Católica.