O trabalho é a capacidade que o ser
humano tem de inventar e usar instrumentos, bem como de criar um mundo com
elementos que encontra na natureza, que remete a um conceito filosófico
importante: o trabalho, algo que só pode ser realizado a muito custo.
Na religião, o trabalho muitas vezes
assume um sentido depreciativo. Na narrativa bíblica, o castigo de Adão por seu
pecado foi trabalhar para garantir o próprio sustento.
Na mitologia, o poeta grego Hesíodo
(750 a.C. à 650 a.C.), em seu poema épico “Os trabalhos e os dias”, descreve,
em certa parte, uma época em que a Terra era habitada por homens de ouro, que
não precisavam trabalhar.
Para muitos pensadores, o trabalho é o
que nos define como seres humanos, mais até que a racionalidade.
Além de Homo sapiens, o ser humano pode
ser considerado Homo faber, um ser capaz de fabricar ou criar com uso de
ferramentas e da inteligência.
O labor, segundo Hannah Arendt,
corresponde à classe de atividades diretamente relacionadas à manutenção da
sobrevivência e que se esgotam na própria atividade. O cultivo de um alimento,
por exemplo, é uma atividade que se esgota no consumo desse alimento. Nesse
sentido, o ser humano seria um “Animal laborans”.
Os resultados do trabalho são sempre
meios para a realização de um fim: a cadeira, por exemplo, serve para sentarmos
nela e, sem essa finalidade, ela perde sua razão de ser. O trabalho é uma ação
consciente e ordenada para um fim útil. E qual é o fim útil para Homem do
século XXI?
A quem entenda que o trabalho do século
XXI é uma rotina alienante do assalariado, definida pelo exercício do esforço
físico ou mental em troca de remuneração monetária, o qual, afinal, acaba
resultando no esfacelamento do trabalhador como ser social total.
O Homo faber está sujeito a um tempo
útil, o ritmo de trabalho que visa a otimização da produção se de bens ou serviços,
que em geral desconsidera a felicidade e o bem-estar do trabalhador. O Homem é
visto como coisa, o trabalho livre, que deve caracterizar a existência humana
em oposição a mera animalidade, acaba se tronando um fator de desumanização na
sociedade capitalista neoliberal do século XXI.
A relação do capital e trabalho divide
a sociedade em classes sociais – capitalistas e trabalhadores assalariados – e
a relação entre trabalho e capital forma a base da economia.
Existe justiça social no trabalho? Para
que uma sociedade seja de fato justa, é necessário que exista um equilíbrio
entre a distribuição de riquezas e que os interesses e as oportunidades sejam partilhados.
Como estão nossas sociedades? As sociedades do século XXI são justas?
Com a predominância do capitalismo
neoliberal, se faz predominar a ideia de que a livre iniciativa e a
concorrência é que devem ser a força reguladora dos meios econômicos, ou seja,
da relação capital versus trabalho.
Uma alternativa a esta forma de pensar é
o socialismo e suas vertentes: Que defende o fim do sistema capitalista e a
reorganização da sociedade e da economia sobre novas bases.
Qual será o próximo passo evolutivo das
sociedades do século XXI? O Homem é um ser em constante evolução, ou seja, em
constante transformação. Para onde que o Homem irá se transformar?
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