O
Logos é o princípio posterior ao movimento, formula o pensamento através de
enunciados legitimando o seu sentido e sua validade. Anteriormente o nada
existia, por um ato do SER existiu a ação, do movimento se fez a luz, que para
ser compreendida precisa do Logos. A realidade passou a existir e para ser
apreendida utiliza-se do Logos como um instrumento de especulação.
Surgem
a natureza e a linguagem, segundo Wittgenstein, “a tentativa de acessar e descrever estados de coisas e compreender os
jogos que produzimos para compreendê-los”. Captamos e entendemos os eventos
a partir da explicação das proposições.
O
realismo é como as coisas são. O nominalismo é a nomeação das coisas. Existe
uma inverdade que cria a confusão, a má compreensão da realidade ao tentar
nomear a própria realidade. Na busca pelo saber a partir da verdade somos
capazes de criar a própria realidade a partir da nomeação das coisas.
A
modernidade faz uma crítica entre a linguagem e a forma como vemos o mundo, a
realidade percebida pode estar muito distante da realidade de fato. E assim,
perguntamos: Onde está a verdade? No seu sentido metafísico de SER, conforme os
antigos, algo já dado e inalcançável na sua totalidade. Ou conforme os modernos,
algo que existe, que não podemos acessar, apenas perceber o fenômeno oriundo
desta realidade.
Para
Wittgenstein, “toda meditação filosófica
fora dos domínios da linguagem é uma espécie de sonambulismo reflexivo”. A
questão é: A linguagem tem o poder de circunscrever a meditação filosófica?
Onde fica a estética? A pintura, a escultura, a arquitetura, a música, a arte expressa
sem o uso do Logos? Que faz o Homem pensar, sentir, perceber, compreender a
realidade que o circunda, de forma muito mais original e única, demonstrando o
quanto o Homem é um singular existencial.
A
filosofia está muito além dos limites da razão, pelo sentimento conhecemos
aquilo que não podemos expressar em palavras, mas que faz parte da nossa
existência emitem movimentos que dão sentido a vida e possibilita a
continuidade da caminhada. Se nascemos e somos catapultados no mundo, também
somos capazes de tomar o controle da nossa existência e construir a própria
história de forma original.
O
Homem é o ente que faz parte do movimento criado pelo SER, e conhece o mundo a
partir da revelação expressa pelo Logos, e amplia sua apreensão da vida com o
filosofar que vai muito além da linguagem, presente na arte em sua forma
estética. A compreensão das coisas se passa pela razão e sentimentos, que falam
ao Homem tudo que é possível ser compreendido, mesmo que não seja em sua
totalidade, mas na parcialidade capaz de tornarmos reflexo do SER.
O
Logos além de tornar o Homem um ente racional, e também sensível, com um olhar
holístico que busca a verdade e a compreensão do indecifrável, percebido e
incapaz de ser negado. Faz o Homem criar a sua própria realidade a partir da
realidade real. E dominar as ciências, a natureza, os seres vivos e estar no
topo da cadeia alimentar.
A
questão é saber o quanto estamos próximos da verdade, da realidade real, pois
criamos uma realidade questionável, que aponta para desiquilíbrios, que
comprometem e põe em risco a nossa própria existência. O Homem deve refazer a
sua apreensão do Logos e filosofar para além dos limites da linguagem, usar da
arte de forma estética para reconstruir a sua própria realidade e torna-la mais
próximo da verdade, do SER, que tudo criou a partir do movimento.
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