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segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Interação Ser Humano/Tecnologia !




         Nos últimos séculos, com o crescimento econômico e o progresso tecnológico surgiu um estado de bem-estar, maior acesso à saúde e mais tempo para o laser. No começo do séc. XXI começa a mudar essa perspectiva. Os avanços tecnológicos como: A inteligência artificial, a nanotecnologia e a biotecnologia poderão produzir mudanças radicais que colocará em risco a própria sobrevivência da humanidade. O meio ambiente e a economia das sociedades serão afetados nas próximas décadas. A inteligência artificial pode tornar o homem descartável, a biotecnologia pode intervir e causar um desastre no curso da evolução, e a nanotecnologia pode causar a destruição da atmosfera. A tecnologia é um fenômeno que atinge o planeta de forma irreversível. O ser humano deve construir uma relação com a tecnologia onde possa influenciar no seu desenvolvimento para que a tecnologia não se volte contra o próprio ser humano.
         Tudo começa pela transformação da nossa humanidade a partir da mediação tecnológica. O ser humano deve questionar a tecnologia para criar um caminho de convivência com a própria tecnologia. Ou seja, deve perguntar: Quem está a serviço de quem? O ser humano está a serviço da tecnologia ou a tecnologia está a serviço do ser humano? A tecnologia não é criada para ser neutra, ela transforma o ser humano na medida em que se molda a tecnologia. Assim, a tecnologia é um meio para um fim e uma atividade humana. Tudo depende de como o ser humano manipula a tecnologia, enquanto meio e instrumento. O ser humano quer dominar a tecnologia, mas a tecnologia ameaça escapar ao controle do ser humano.
         O ser humano concebe a tecnologia a partir de quatro causas, a causa material, a causa formal, a causa final e a causa eficiente, o que traz modificações na nossa subjetividade e no mundo do trabalho e consequências para a vida relacional. A partir destas causas o ser humano pensa a produção e o produzir em toda sua amplitude. O sentido próprio da produção está na medida em que uma coisa encoberta chega a descobrir-se, é o processo de descobrimento. E é no mundo do trabalho que o ser humano é afetado na sua subjetividade, a produção e uso da tecnologia não é um simples meio, é uma forma de descobrimento, abre-se diante do ser humano outro mundo. Novas verdades são reveladas, novos paradigmas são constituídos, é o caminhar da ciência humana, que cria uma tecnologia com a finalidade de obter o máximo de rendimento possível com o mínimo de gasto. Uma lógica que atende os interesses das economias capitalistas e causa uma crise na vida relacional do ser humano com a tecnologia. Onde a tecnologia passa a ter uma importância central por proporcionar maior eficiência e produtividade, e o ser humano torna-se um ente periférico, que pode ser descartado na medida em que a tecnologia puder substituir o ser humano no seu trabalho. Assim, fica a questão: Quem tem maior valor, o ser humano ou a tecnologia?
         Hoje, a tecnologia é utilizada como extensão do corpo humano, faz parte de uma dimensão instrumental e antropológica do ser humano. Desafia o ser humano a todo instante, com o uso e a posse da tecnologia o ser humano está superando os problemas, conhecendo novos limites e visualizando novos horizontes. Um é exemplo é a tecnologia que possibilitou o ser humano ir até o espaço, conhecer novos planetas, novas estrelas e até galáxias. A nova fronteira é a inteligência artificial, que no futuro poderá fundir-se com a inteligência do ser humano, e se forem amigáveis poderá criar uma superinteligência. A questão é: Até que ponto o ser humano terá o controle da tecnologia que vier a criar? A tecnologia pode se voltar contra o ser humano e destruí-lo. O ser humano tem que criar defesas para poder conviver com a tecnologia e evitar que seja destruído por ela. Estabelecer um convívio equilibrado com a tecnologia. Princípios éticos devem ser estabelecidos. Uma ética da singularidade deve começar por indagar que tipo de atitude e comportamento é aceitável nas relações com a tecnologia que equipare à de um ser humano. A vida do ser humano deve ser preservada em primeiro lugar, o ser humano não pode ser considerado obsoleto diante da tecnologia. O triunfo da tecnologia pode ser o triunfo da ética e do bem-estar coletivo do ser humano. Embora, a tecnologia tenha aumentado a competividade nas sociedades e deixando de ser um meio para se tornar um fim em si mesmo. Cada vez mais a tecnologia só tem servido para gerar mais tecnologia, muitas vezes sem trazer nenhum benefício para a vida humana. O sinal evidente desta realidade é a crescente desigualdade social existente no mundo entre as nações mais avançadas tecnologicamente, para superar este problema cabe ao ser humano agir e mudar esta realidade.


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