Segundo Heidegger, “a compreensão é uma estrutura ontológica
fundamental do ser humano. Isto significa que sempre estamos compreendendo, de
uma forma ou de outra.”
Ao lermos um texto não há como fugirmos
da prática da interpretação, sempre nós estamos fazendo uma projeção, buscando
uma compreensão das possibilidades futuras do ser humano, para darmos sentido à
vida.
Para Gadamer, “compreender um texto do passado culmina numa auto compreensão com
referência a futuras possibilidades do ser.”
Sempre compreendemos de alguma
forma, o ato de compreensão começa com as estruturas prévias da compreensão e
interpreta estas últimas como alguma coisa. O intérprete não tem como escapar
do círculo hermenêutico e obter um conhecimento direto.
Segundo Gadamer, “o caráter arremessado da compreensão
significa que a tradição herdada forma o ponto de partida inicial para todos os
atos de compreensão.”
Não compreendemos um texto a partir
do nada, partimos de um conteúdo prévio, e este conteúdo faz parte de nossa
tradição cultural, é com este viés que olhamos o mundo a nossa volta.
Gadamer afirma que segundo
Heidegger, “a possibilidade produtiva do
círculo hermenêutico ocorre quando percebemos que nossa tarefa constante não é
deixar que a posição, visão e concepção prévias sejam apresentadas a nós por
ideias ao acaso e concepções populares, e sim garantir o tema científico ao
desenvolvê-las nos termos das coisas em si.”
Gadamer tenta demonstrar que na
hermenêutica filosófica é possível obter a compreensão correta fundamentando as
estruturas prévias da compreensão nas coisas em si.
Para Gadamer a compreensão de um
texto parte de preconceitos, que segundo Heidegger são as coletivas
estruturas prévias da compreensão, estas estruturas fazem parte da estrutura
cultural localizada no tempo e no espaço do intérprete que realiza a
hermenêutica filosófica.
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