O Homem é criado reto, em estado de
graça, para viver em conformidade com Deus e não em conformidade consigo mesmo,
para fazer a sua própria vontade, mas para fazer a vontade de Deus. Se os
Homens vivessem em conformidade com Deus, deuses seríeis. Homens divinos,
imersos na graça de Deus.
Quando o Homem nasce, toda a natureza
humana está privada da graça de Deus, o corpo e a alma nascem velhos. Como cada
homem individual pertence à mesma espécie, que é a humana. A natureza da nossa
espécie é a mesma. E por causa do ato de soberba de nossos pais Adão e Eva,
que cometeram o pecado original, ao desobedecerem a Deus. O Homem passou a
sofrer uma desordem em sua natureza. O corpo não obedece mais a alma e as
paixões não estão mais sob o domínio da razão.
O Homem passou a pecar, e o pecado é um
hábito, uma disposição má da natureza humana, uma desordem. O pecado é uma conversão ao bem mutável e temporal e uma aversão ao bem imutável e eterno, a Deus. E enquanto o homem
viver segundo a natureza humana, não será feliz por não viver segundo uma vida
espiritual. Ou seja, convertido para Deus. Só se comete pecado querendo que as
coisas nos corram bem ou não querendo que as coisas nos corram mal – ou quando
fazemos para um bem melhor o que para nós é um mal maior. Assim o pecado é uma
mentira, nos conduz a morte.
E não foi a carne corruptível que tornou
pecadora a alma, mas foi à alma pecadora que tornou o corpo corruptível. A
morte é uma pena de Deus segundo Santo Agostinho, e não uma libertação segundo
a tradição greco-romana.
A partir do pecado constituiu-se na
terra duas cidades a de Deus e a dos Homens:
1 – A cidade dos Homens:
São daqueles que vivem segundo a carne, aqueles
que vivem segundo ao Homem.
2 – A cidade de Deus:
São daqueles que vivem segundo o
espírito, aqueles que vivem segundo Deus.
Na trajetória histórica da humanidade há
uma nova infusão da graça de Deus no mundo terreno, que reestabelece o estado
de graça do Homem antes de cometer o pecado original, que é pela aplicação dos
efeitos da paixão e morte de Cristo na alma do Homem, neste estado de graça a
alma do Homem está salva. O Homem se converte a Deus, passa a viver segundo
Deus, ou seja, a fazer a vontade de Deus, a ter uma vida espiritual e viver na
cidade de Deus.
“De qual cidade tu queres pertencer?
A de Deus ou as dos Homens?”
(Keller Reis Figueiredo)
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