Segundo Gadamer, “o objetivo da hermenêutica é compreender a
verdade que o texto contém. A tarefa da hermenêutica é integrar essa verdade em
nossa vida. A compreensão significa chegar a um acordo em relação a algum
assunto.”
É
um processo de aquisição do conhecimento, que cobra um empenho por parte do
leitor, que deve utilizar de sua força intelectual para compreender o texto que
se lê. Muitas das vezes não é fácil, demanda tempo e paciência, mas ao fim do
processo o leitor é recompensado com a aquisição de um novo ponto de vista.
Segundo
Schleiermacher, “a tarefa central do intérprete
é recriar o processo criativo do autor para compreender o significado
intencionado pelo autor. A tarefa da hermenêutica muda para a reconstrução.”
Schleiermacher
quer não só compreender as palavras exatas e seu significado objetivo, mas também
a individualidade do orador ou autor. É uma mudança radical na tarefa da
compreensão.
Para
Gadamer, “esta ênfase na interpretação
psicológica implica que o assunto é ignorado na compreensão de um texto, substituído
por uma reconstrução estética da individualidade do autor. A interpretação divinatória
do ato criativo pressupõe a congenialidade, a saber, que toda individualidade é
uma manifestação da vida universal.” Gadamer afirma “que é apenas essa pressuposição que dá ao intérprete acesso ao
pensamento do autor.”
Gadamer “considera que este ato divinatório de
recriação é impossível.”
Schleiermacher
afirma que “o intérprete pode compreender
um autor melhor do que o autor se compreende porque, na reconstrução do
pensamento do autor, o intérprete terá consciências de influências que o autor
não tinha.”
Entre
Gadamer e Schleiermacher existe um ponto de divergência na forma de se fazer a
hermenêutica de um texto. Até que ponto Schleiermacher tem razão é uma
interrogação, pois compreender a verdade que um texto contém se faz pela compreensão
das palavras exatas e seu significado objetivo, o que já é uma grande tarefa. Recriar
o processo criativo do autor para compreender o significado intencionado pelo
autor é uma tarefa que pode dispersar o intérprete, e leva-lo a conclusões
infundadas. Existe um ponto de equilíbrio a ser desvendado, que permita a realização
destes dois movimentos na filosofia.
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