As
organizações do futuro estarão voltadas para o Ser Humano Transformacional. Valores,
conceitos, como o ser e ver o mundo a partir de uma cultura ética-moral. As
experiências serão múltiplas e passageiras, conforme um estado de vida líquida,
que não se solidifica, mas se transforma na velocidade da criação da informação.
Os
planejamentos serão cada vez mais imprevisíveis, as análises de previsão guardarão
em seu conteúdo um elevado nível de risco, uma variação constante que terão uma
amplitude elevada. O sucesso estará reservado à organização que souber navegar
nas ondas de oportunidades passageiras.
Não
existe um modelo ideal, mas várias formas de Ser e Vir-a-Ser no mundo em
transição. É a era do Ser Humano Transformacional, que está em constante
mudança e adaptação a realidade vigente do momento específico.
O
humano é um Ser limitado, que também é um Vir-a-Ser sem uma definição a priori
a partir da consciência de seu Eu, mas está em construção na medida em que se
conhece e experimenta as possíveis oportunidades da vida. Para o humano jogado
no mundo não há uma realidade dada, mas várias realidades que se tornam real
com a caminhada.
O
que é previsível é a da mudança, já não se tem a segurança de um modelo estável
e estático. “Nenhum homem pode banhar-se
duas vezes no mesmo rio... pois na segunda vez o rio já não é o mesmo, nem tão
pouco o homem!... Tudo flui e nada permanece.” (Heráclito de Éfeso)
A
fala acima tem mais de 2.000 anos, e se faz presente no mundo contemporâneo. “Vivemos tempos líquidos. Nada é para durar.”
A fluidez do ‘mundo líquido’ de Zygmunt Bauman, século XX. É a conclusão de
que sempre fomos um Ser em transformação, ou seja, um Vir-a-Ser jogado no
mundo.
Assim,
quem é o sujeito avaliado pelas organizações de Recursos Humanos? É o sujeito
que é, mas não permanecerá o mesmo, está em constante autoconhecimento e
descoberta de novos horizontes. Como as organizações, não tem um futuro
previsível, uma forma única de Ser no mundo. “Não me pergunte quem eu sou, mas sobre tudo não me peça para
permanecer o mesmo.” (Michel Foucault)
O
que temos nato é a criatividade, criamos uma nova realidade após a apreensão da
realidade vigente, por não termos acesso ao todo, mas a parte do todo, é com o
tempo e a caminhada histórica que conhecemos parcialmente o Ser, que é total,
imutável e infinito. Para suportar a indefinição, o que o sujeito pode fazer é
criar. “Talvez o objetivo hoje em dia não
seja descobrir o que somos, mas recusar o que somos. Temos que imaginar e
construir o que poderíamos ser.” (Michel Foucault)
As
organizações do presente existem como os seres humanos, por serem compostas de
indivíduos é parte do Ser em sua finita dimensão, mas também é um Vir-a-Ser na
sua jornada existencial, jogada no mundo mutável. Se quiser ter um futuro, tem
que criar o seu próprio futuro. Não há uma resposta certa, mas diversas respostas
para as diversas perguntas que quiser responder.
Podemos
criar uma certeza para o futuro incerto, na medida em que imaginamos e construímos
o que podemos ser. Se, vai dar certo ou errado, depende do que podemos entender
como certo ou errado. A nossa cultura ética-moral vai definir o que faz sentido
ou não para a nossa vida. Tudo dependerá da nossa visão de mundo para
construirmos o futuro.
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