A
educação é um bem que tem valor na formação de uma sociedade cidadã. E o Estado
de uma nação se materializa através das relações de seus cidadãos. Mecanismos
de poder, vigilância e punição estão inseridos na relação entre docente e
discente, o que têm definido a qualidade do ensino no Brasil. Entendendo que o
docente representa o Estado e o discente representa o cidadão.
Escolas
de ensino básico, com maior autonomia, podem se autodeterminar, elas têm
implementado políticas de ensino, que superam a lógica de dominação do Estado,
um exemplo são as escolas de ensino básico privado que apresentam um melhor
desempenho nas avaliações. Já as escolas de ensino básico públicas estão
sujeitas ao cumprimento estrito das políticas públicas de Estado, tornando-se
dependentes e incapazes de se autodeterminar, ou seja, a população de baixa
renda e dependente do ensino básico público no Brasil está subjugada pelo
Estado, e esta parcela da população representa a maior parte dos futuros
cidadãos brasileiros.
Do
ponto de vista filosófico, o que está por trás da política pública educacional
de Estado no Brasil? Qual é a visão de mundo que o Estado brasileiro tem? Qual
sociedade cidadã o Estado brasileiro quer formar para o amanhã? Ao
reorientarmos a educação no Brasil podemos formar um Estado brasileiro cidadão
mais autodeterminado e livre, preparado para superar os desafios futuros
vislumbrados no presente? É possível articular
ideias filosóficas que permitam orientar uma política pública exclusiva
para a realidade brasileira inserida no continente latino americano?
A
educação com um projeto de formação do Estado brasileiro pode ter uma
orientação democrática e libertadora, que forme cidadãos que superem a situação
de exclusão e permita a mobilidade social, tornando o país mais próspero e
justo. Nesta tarefa estratégica para a formação do Estado brasileiro, a
filosofia tem muito a contribuir, na medida em que venha a debater ideias e
formular conceitos que orientem nas políticas públicas voltadas para a
educação.
O
Estado brasileiro formado por seus cidadãos deve responder as seguintes
perguntas: O que sou? O que quero ser? Para qual finalidade devo ser? O que
devo fazer? A população na sua maioria tem a ganhar com as políticas públicas
educacionais? O Estado brasileiro está se tornando mais democrático e justo? Os
cidadãos brasileiros estão mais preparados para o futuro vislumbrado pelo
presente? A quem cabe participar da formulação das políticas públicas educacionais?
O Estado brasileiro está preparado para ser democrático ou autocrático?
A
partir das respostas das perguntas formuladas pelos filósofos, o Estado
brasileiro formado pelos seus cidadãos tem uma orientação ideológica orientada
para suas ações sociais e, principalmente, políticas capazes de melhorar a
educação no Brasil.
“Talvez o objetivo hoje em dia não seja
descobrir o que somos, mas recusar o que somos. Temos que imaginar e construir
o que poderíamos ser.” (Michel Foucault)
A
saída está em ter uma ação criativa para com a vida, criar o futuro a partir do
real presente, buscar o próprio caminho a luz do que já está estabelecido. Usar
as ideias filosóficas para ter uma atitude criadora e superar os desafios que
se apresentam. A educação tem solução e a tem através da própria
educação, tudo depende do que queremos SER.
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