Segundo
Zygmunt Bauman, “globalização é o destino
irremediável do mundo, um processo irreversível; é também um processo que nos
afeta a todos na mesma medida e da mesma maneira.”
Também podemos dizer
que: “A antiglobalização é o destino
irremediável do mundo, um processo irreversível; é também um processo que nos
afeta a todos na mesma medida e da mesma maneira.”
Estamos diante do movimento
pendular da história humana, é o processo dialético social presente na história.
A pergunta que devemos fazer é: “Por que
as sociedades maduras estão preferindo adotar uma postura mais fechada,
protecionista e excludente?”.
É a escolha por um
caminho que possibilite a manutenção de um bem estar social, em risco pelo
movimento globalizado do capital, que migra para as regiões do globo que
oferecem maior retorno em curto prazo. O capital não tem nenhum compromisso
social, apenas busca se multiplicar ao longo do tempo.
O
que está em jogo não é a globalização ou a antiglobalização, o que está em jogo
é a vida das pessoas, que dependem de trabalho, de renda para poderem garantir um
bem estar. E qual é o fim último do trabalho? Para que o Homem se movimenta ao
longo de sua vida?
São
questões que reverberam na política, gestores políticos fortes serão aqueles
que defenderem políticas que priorizem a ampliação e a manutenção do bem estar
social. Qual é o papel do Estado? Para que servem os impostos pagos pelos
cidadãos? O que mais quer os eleitores?
O
que o eleitor mais espera do Estado é a ampliação e manutenção de direitos
sociais. Saúde, educação, previdência social, direitos trabalhistas, etc. E
todos estes direitos têm um custo, que é financiada pela atividade econômica
presente no país de sua população.
Quando
uma população prefere o protecionismo em troca do mercado aberto é porque tem a
consciência de que estão em risco suas conquistas de direitos sociais.
Segundo
Zygmunt Bauman, “uma parte integrante dos
processos de globalização é a progressiva segregação espacial, a progressiva
separação e exclusão.”
Ou seja, a globalização
gera a antiglobalização, na medida em que inclui uma parcela da sociedade,
grande parte da sociedade torna-se excluída do processo de desenvolvimento
econômico.
Torna-se
uma falácia os benefícios de curto prazo da globalização, por ser incapaz de
evitar os processos de desindustrialização e perda de empregos de populações em
países menos competitivo, para os países mais competitivos que não têm uma
estrutura de bem estar social voltado para a sua população.
A
antiglobalização é um movimento dos povos que buscam manter e ampliar os
direitos e conquistas sociais. É a luta pela sobrevivência digna em seu país,
fazendo valer os impostos que pagam para a manutenção do Estado e suas
políticas sociais.
O
risco segundo Zygmunt Bauman está em: “Uma
causa específica de preocupação é a progressiva ruptura de comunicação entre as
elites extraterritoriais cada vez mais globais e o restante da população, cada
vez mais localizada.”
Ou seja, as populações
locais não se sentem representadas e nem têm os seus interesses defendidos
pelas elites extraterritoriais cada vez mais globais. E, quem muitas vezes
financia as campanhas políticas nos países, são as elites extraterritoriais,
que não se sentem comprometidas com os problemas das populações locais.
O
movimento presente das populações locais é a busca de uma ruptura com o modelo
da globalização vigente e a defesa de seus próprios interesses via eleição de
seus representantes locais. Não é apenas um movimento populista, mas um
movimento nacionalista, que está em curso, e que cada vez mais ganha força. Na
medida em que houver uma maior precarização da qualidade de vida e bem estar
social, haverá um movimento contrário, pela sobrevivência e manutenção de
direitos.
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