A China adota uma política autoritária de um
único partido e uma abertura econômica para o capitalismo de Estado, onde toda
atividade econômica tem que ter a chancela do Estado para existir, ou seja, o
mercado não é livre, ele é monitorado e controlado pelo Estado. A questão é: O
que é melhor para a sociedade? Em termos de resultado efetivo, a China cresce
initerruptamente desde dos anos 80, a ponto de se tornar a 2ª maior potência
econômica e prestes a superar os Estados Unidos e se tornar a 1ª maior potência
econômica no século XXI. A China ainda tem enormes desafios sociais a superar,
mas já tirou da pobreza mais de 300 milhões de habitantes, está consolidando a
formação de uma robusta classe média que forma o seu mercado interno, e graças
ao seu baixo custo fabril, a China também atende o mercado externo. É um
conjunto de fatores que permite a expansão da indústria de forma permanente e
sustentável. Já o ocidente vem perdendo o seu dinamismo econômico, a maioria
dos países teve um baixo crescimento econômico nestes últimos 40 anos, se
compararmos com a China. O que de certa forma contribui para a instalação de uma
crise democrática e econômica. Pois, as lideranças políticas do ocidente não
conseguiram conduzir os países que lideram na direção do crescimento econômico
sustentável, que gere emprego e renda para as suas populações. É como se o
ocidente venha perdendo a capacidade de liderar as nações em direção do
bem-estar e da felicidade. Neste sentido a China parece estar pavimentando a
sua estrada rumo a prosperidade, o que faz a sua população na maioria se
subordinar ao seu regime político. Pois, existe uma questão em aberto: o que
vale a liberdade se não houver dinheiro para comprar pão. O ocidente vem
vivendo nos últimos 40 anos, um processo de desindustrialização, perda de
Know-how, competitividade e inovação. Por isso as economias nestes países
crescem a níveis insuficientes para atender as demandas de suas populações.
Além
de fábrica do mundo, a China está se tornando um banco do mundo, ela hoje tem capacidade
financeira para financiar projetos em diversas partes do mundo, a ponto de
superar a liderança dos Estados Unidos. Segundo José Eustáquio Diniz Alves, “O
modelo econômico e político do liberalismo democrático burguês está em vistas
de ser superado pelo modelo de propriedade estatal, câmbio competitivo,
políticas de promoção a exportação, proteção a indústria local e proteção dos
setores estratégicos do país, reformas de mercado, controle de instituições
políticas e culturais, centralização das decisões políticas e das estratégias
de projeção nacional”. Ou seja, com a ascensão de China neste século, o
ocidente pode vir a sofrer uma enorme mudança ao longo do século XXI para poder
sobreviver. É uma realidade que está se imponto pelos fatos, mais que uma
ideologia, uma opção política, a China tem mais acertado do que errado nos
últimos 40 anos. A decisão de abertura Econômica da China (República Popular da
China) que começou em 1976 quando Mao Tse-Tung morreu e Deng Xiaoping
conquistou o poder político, foi uma decisão certeira. Mas tenhamos em mente
que o sucesso Chinês acontece porque o Estado lidera um planejamento de curto,
médio e longo prazo, sabendo de forma muito clara onde se quer chegar.
O
exemplo Chinês tem muito o que ensinar para o Brasil, as causas do nosso
subdesenvolvimento têm as suas gêneses nas políticas públicas adotadas pelos
nossos líderes políticos, não são processos contínuos com metas de curto, médio
e longo prazo. Falta uma política de Estado voltada para o desenvolvimento do país.
Nos último 30 anos, após a redemocratização, existiram políticas públicas de
governo, muitas vezes antagônicas, o que fez o país avançar e retroceder ao
longo deste tempo. Ao ponto de mergulhar o país em uma crise econômica
estrutural, sem fácil solução, pois ao longo deste tempo, os equívocos
políticos do Brasil só fizeram arruinar o patrimônio econômico do Brasil. Hoje,
o Brasil tem uma elevada taxa de desemprego, uma crise econômica estrutural,
sem política industrial, sem foco no futuro, incapaz de valorizar o seu meio
ambiente, e pouquíssimo para não dizer nenhum incentivo a ciência e tecnologia.
Além disso, uma liderança política que não compreende o papel do Estado, que
acredita que o país está preparado para ser economicamente liberal, esquecendo
os motivos que provocam a necessidade de políticas de proteção a indústria
nacional. Se continuarmos nesta direção, estaremos fadados ao insucesso e
mediocridade econômica, incapazes de superar os nossos desafios sociais. O
Brasil será um país sem futuro para a sua população, por não saber para onde
ir. E mesmo que a China faça alianças com o Brasil e incentive projetos
econômicos, para que tenhamos sucesso, o país terá que mudar a sua forma de ser
governado. As nossas lideranças políticas terão que criar políticas de Estado,
com metas de curto, médio e longo prazo, sabendo de demonstrando onde se quer
chegar e o que quer ser no século XXI. É esta resposta estratégica para o
mundo que o Brasil não está dando para os investidores estrangeiros. Como
modelo de negócio de sucesso, o século 21 será chinês.
Aula Pública - Economia Chinesa 1/2
Aula Pública - Economia Chinesa 2/2
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