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quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

O que podemos esperar para 2020 ?





         O ano de 2020 será marcado pelo início da conscientização, de que estamos vivendo um ponto de inflexão na história econômica do mundo vigente. A relação de trocas e geração de riqueza é uma técnica, que pode existir em na dinâmica de qualquer ideologia política. A questão é: Quais princípios serão valorizados e defendidos para definir um modo de ser? O princípio do bem comum, da liberdade, da sustentabilidade, da justiça, do amor e respeito ao próximo, do desenvolvimento, do crescimento, da cidadania, da autodeterminação? Essas são as questões, que estão no jogo do mundo dos negócios, e mais ainda, na formação de uma ética que define o sentido da destinação do lucro de um empreendimento. Vejo como um ponto de luz na escuridão do modelo econômico vigente, no artigo: “O ano em que o capitalismo se tornou fofo” [...] Mundo dos negócios parece ávido por se provar um agente social construtivo. (Folha de São Paulo, Tradução de Paulo Migliacci)
         O que irá sobreviver ao turbilhão de mudanças do século XXI? Esta é uma resposta que está em construção, e existem princípios e direitos fundamentais da vida humana que devem ser preservados, com a definição do que é normal, e o que o que não é normal e inaceitável por uma sociedade civilizada e próspera, como está dito nas palavras do filósofo Mário Sérgio Cortella: “Não é Normal” [...] “Não é normal gente ter fome. Não ter socorro médico, não ter trabalho, nada disso pode ser entendido como normal. Se não aceitamos a morte da esperança”. O ponto de inflexão é a morte, ou não, do futuro. Não seremos nós, mas as futuras gerações que viverão as consequências das decisões do presente, todos nós somos os responsáveis pela construção de um caminho de esperança, e mais ainda mais responsáveis os detentores dos meios de construção de uma sociedade mais justa e sustentável, com perspectiva de continuidade de sua existência no planeta terra.
         O mundo está em transição, na verdade buscando um novo caminho, existem os otimistas e pessimistas, mas a história humana sempre foi capaz de apresentar novas utopias, o momento é de diálogo maduro, sem pré-conceitos, na busca de soluções sustentáveis independente do espectro ideológico da política. Não é o capitalismo, socialismo ou comunismo que devem sobreviver, mas a técnica de relação de trocas para o atendimento das necessidades de sobrevivência e reprodução. Assim, pergunta-se: Qual é o fim da vida? Para que vivemos? Em que mais acreditamos? O que podemos entender como normal, justo e capaz de gerar o bem comum, a partir do respeito da liberdade e direitos civis de cada ser humano? Se construirmos os caminhos e as respostas, um novo mundo surgirá, capaz de gerar prosperidade para todos.

         Referências:

- ANDREW Edgecliffe-Johnson. O ano em que o capitalismo se tornou fofo. Attracta MooneyPublicado na: Financial Times. Disponível na Folha de São Paulo em: < https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/12/o-ano-em-que-o-capitalismo-se-tornou-fofo.shtml?utm_source=whatsapp&utm_medium=social&utm_campaign=compwa >. Acesso em 25/12/2019.

- CORTELLA, Mário Sérgio. Não é Normal. Disponível no Instagram em: < https://www.instagram.com/tv/B6VQ7HeJdIi/?igshid=1nrrnvk800vit >. Acesso em 25/12/2019.

domingo, 22 de dezembro de 2019

Como é bom para economia o Brasil ser mais justo !



        O ano de 2019 está marcado por um natal mais feliz para todos, depois de anos com profunda recessão, agora temos um respiro para todos. O consumo aumentou, as empresas venderam mais, a arrecadação aumentou, houve mais contratações, um ar de esperança capaz de mostrar a direção correta para o crescimento sustentado do país. Por onde ocorreu este milagre? Por um processo de distribuição da renda, como? A possibilidade de saque do FGTS, que começou em R$500,00 e foi ampliado para posteriormente R$998,00. Pode parecer pouco, mas o efeito distributivo e a capilaridade em toda a sociedade, possibilitou um natal mais próspero. Esse milagre prova o que? Que o país precisa de uma política salarial com o aumento real do salário mínimo. O povo brasileiro é consumista, qualquer aumento real no salário mínimo implica em um aumento real da economia e o crescimento do país. O jogo é o jogo do ganha-ganha, todos podem ganhar com uma política de renda justa e sustentável, para trabalhadores, empresários e o Estado. O olhar tem que estar voltado para o aumento de receita para todos, a partir de uma maior distribuição da renda, promovendo a justiça social, que está conectada a questão social, que “diz respeito aos aspectos sociais, políticos e econômicos e, sobretudo, à dimensão estrutural dos problemas e das respectivas soluções”. (DS, 201)
         “O bem-estar econômico de um País não se mede exclusivamente pela quantidade de bens produzidos, mas também levando em conta o modo como são produzidos e o grau de equidade na distribuição das rendas, que a todos deveria consentir ter à disposição o que é necessário para desenvolvimento e o aperfeiçoamento da própria pessoa”. (DS, 303)
         Espero, que este natal seja um sinal, uma luz para o caminho seguro, onde podemos dividir para multiplicar e crescer. O saque do FGTS possibilita um “14ª salário”, só falta aumentar o valor real, assim a população poderá consumir mais, as empresas venderem mais, o Estado recolher mais, e viabilizar de forma sustentável o ajuste econômico. Não só pela redução das despesas, mas pelo aumento das receitas. Como fazer, é um estudo a ser feito pela equipe econômica do país. O ano de 2020 está por começar, é momento para criar um modelo de crescimento virtuoso. O sinal do natal de 2019 está sinalizando o caminho, cabe a todos abrirem mão dos pré-conceitos ideológicos e perceber que a relação de troca na economia é uma técnica, não é uma ideologia, muito menos um regime econômico, que ao ser justa, promove a prosperidade para todos.
         Se perguntarem para mim: o que você espera para 2020? Espero que o país tenha aprendido com os erros, que existe solução viável para todos, que o país pode ser mais justo e próspero para todos. E que acima de tudo, o bem comum seja uma política de Estado, independente do governo de plantão. Existe uma luz no final do túnel, precisamos de vontade e atitude para passarmos pelo túnel, 2020 pode ser esta travessia.

         Referência:

         Compêndio da doutrina social da Igreja / Pontifício Conselho “Justiça e Paz” ; tradução Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). – 7. Ed. – São Paulo : Paulinas, 2011.




domingo, 18 de agosto de 2019

O Humanismo de Maritain para o Brasil de Hoje !



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“Um humanismo integral que comporta o homem todo e todos os homens 
em todas as sua dimensões, isto é, não apenas biológicas e econômicas, 
mas também espirituais”. (Jacques Maritain)

         O Brasil está diante de inúmeros desafios no presente, que irão repercutir no futuro, a partir da onda liberal presente na política e economia. O cenário traz mais insegurança e incerteza para maior parte da população, direitos sociais conquistados através de lutas históricas estão sendo eliminados. A velhice no futuro será um foco de problema social, com uma renda menor e um custo elevado da saúde. Com a atual distribuição de renda, o Brasil pertencerá a poucos felizardos, seremos uma nação de maioria pobre e excluída. Existe uma urgência para a apresentação de uma nova perspectiva, um novo caminho.

“Um procedimento que pode ajudar as pessoas numa mudança comportamental na busca da ética e da fraternidade, a caminho do bem comum individual mas com sentido coletivo, que Maritain denomina de bem de todos”. (Lafayette Pozzoli – Secretário Executivo do Instituto Jacques Maritain do Brasil)

         A palavra chave para o século XXI é mudança, a questão é: Para qual direção devemos nos colocar em marcha, pois nossas decisão sofrem influências da nossa forma de ver o mundo, a atual ética e moral predominante de fundo liberal e capitalista, que na sua prática não é capaz de proporcionar soluções e meios para a constituição de uma sociedade justa.

“É uma época em que a sociedade em cada nação não se constitui para assegurar uma convivência humana na qual as qualidades e capacidades de cada um beneficiem a todos, mas uma sociedade em que apenas algumas elites detentoras do poder político ou financeiro tenham as oportunidades que garantam suas vantagens próprias pela exploração da grande maioria carente”. (Dom Cândido Padin, OSB – Presidente de Honra do Instituto Jacques Maritain do Brasil – Bispo Emérito de Bauru – SP)

         O século XXI necessita de uma nova ética econômica e política, fundamentada em princípios voltados para o bem comum, que respeite os Direitos Fundamentais e Civis, mas que tenha como objetivo a justiça social. Segundo Dom Cândido Padin, Jacques Maritain é uma fonte inspiradora.

“Defensor da dignidade da pessoa humana enquanto construtora de um sistema social e político fundado no ideal do bem comum efetivamente participativo por todos os homens e mulheres que compõem a sociedade”. (Dom Cândido Padin, OSB – Presidente de Honra do Instituto Jacques Maritain do Brasil – Bispo Emérito de Bauru – SP)

         A falta de esperança para a maior parte da população brasileira pode ser superada, a questão é como: Quais meios devem ser colocados em prática, para promovermos as mudanças necessárias rumo a uma sociedade mais justa? A economia e a política atuais estão contaminadas por valores que promovem mais pobreza, desigualdade, exclusão e miséria. Instituições, comprometidas com o bem comum, devém representar uma resistência e propor mudanças. Em alguma medida, deve-se usar da criatividade e tecnologia para propor e criar uma nova práxis voltada para o bem comum. Os desafios do século XXI serão superados pela mudança ética e moral, constituinte de um novo comportamento que possibilite uma convivência harmoniosa em sociedade e no planeta, nossa casa comum.
           Referência bibliográfica:
          SANTOS, Francisco de Araujo. Humanismo de Maritain no Brasil de Hoje – ciência, arte e sociedade. Edições Loyola, São Paulo, Brasil, 2000.




sexta-feira, 26 de julho de 2019

Qual é o papel do Estado no século XXI ?


         O Estado ideal do século XXI é um Estado forte, mas não é um Estado grande. O Estado forte do século XXI é democrático, com instituições fortes. O principal papel do Estado forte do século XXI é a criação e implementação de políticas públicas, que visem o crescimento, a solução de conflitos, a distribuição de renda e a prosperidade para todos.
         Vivemos em um mundo cientificista, onde predominantemente os Estados são orientados por uma tecnocracia, “forma de organização do governo na qual predominam decisões orientadas por um corpo de especialistas que são considerados detentores de conhecimento técnico-científico em áreas específicas”.
         O modo de produção capitalista é o modelo econômico mais difundido no mundo. O fenômeno da acumulação capitalista, portadora de crises e contradições é resolvido pela ação do Estado, através de políticas públicas. “O Estado capitalista não está acima e fora das relações capitalistas de produção, mas é decorrência direta delas”.
         Um Estado forte e transparente dá segurança para o investidor, as informações devem circular, serem debatidas nas mais plurais comunidades, onde a formação de uma opinião não tenha um único viés. Não existe uma verdade absoluta em uma sociedade plural. A verdade é construída ao longo de um processo democrático. O investidor fica atento para o momento em que se deve atuar, minimizando os riscos e maximizando os lucros. O sinal aparece quando se consolida uma verdade, ou seja, as premissas dos formuladores de políticas públicas se materializam em uma realidade factual. Do contrário tudo é discurso, fumaça, uma mera intensão que possibilita a realização de prejuízos.
         Como pode ver, é impossível eliminar a ação do Estado na sociedade, esta instituição tem a sua responsabilidade, pode ser omisso, ou cumprir a sua missão, sempre estará em ação. Devemos entender o Estado como o ente composto por seus poderes e toda a máquina pública, nas esferas municipal, estadual e federal. O bem estar de uma nação está diretamente ligado à ação do Estado ao longo do processo histórico, este é o ente que detém o poder e meios para fazer acontecer. Se os resultados esperados não acontecem, a responsabilidade é do Estado e cabe a toda sociedade cobrar do Estado um redirecionamento das políticas públicas, com formas criativas, ousadas, dentro da legalidade institucional, que visem o bem estar para todos. O investidor na sua maioria só quer ter uma estrada pavimentada para seguir em frente, e o trabalhador só quer ter a oportunidade de vender a sua força de trabalho por um preço justo. O Estado é o agente mediador dos interesses dos detentores do capital e dos trabalhadores, que tem o poder para possibilitar a existência das múltiplas relações possíveis. A construção das oportunidades de investimento e trabalho é de responsabilidade do Estado, um país que quer crescer têm que possibilitar oportunidades para todos, minimizando a injustiça social e tornando a sociedade mais próspera. O Brasil tem solução, depende do Estado.

         Referência:

         CALDAS, Camilo Onoda. Teoria Geral do Estado – Ed. Ideias & Letras, SP, Brasil, 2018.




quinta-feira, 25 de julho de 2019

A Necessidade de Mercado !


        A Necessidade de Mercado se torna importante quando um país quer ser próspero, ou seja, fazer a roda da fortuna girar. O Brasil vive um momento em que a esquerda (trabalhadores) e a direita (detentores do poder econômico) terão que sentar para negociar a formação de um mercado consumidor forte e sustentável, o que é bom para todos. As empresas faturam e lucram mais, os trabalhadores têm aumento da renda ao longo do tempo e o governo arrecada mais imposto, resolve o déficit público e tem dinheiro para investir em políticas públicas.
         Este é o cenário do melhor dos mundos, que só existirá com a união de todas as forças da sociedade. É um modelo a ser construído pela sociedade, maior renda para o trabalhador, maiores vendas, maior arrecadação de tributos, pagamento da dívida pública, provocando uma estabilidade econômica e social. Esta é a sociedade voltada para o bem comum. Por onde começar ?
         Neste momento a ação do Estado é fundamental, veja os exemplos: A situação da montadora Ford do Brasil na  planta do ABC Paulista, em São Bernardo do Campo. A negociação com os caminhoneiros, a liberação do PIS e FGTS para aquecer a economia, mas o Brasil precisa de algo sustentável, que tenha um norte, onde todos ganham. É uma política de Estado à partidária. O Brasil é rico e grande, há espaço parA todos. O Estado pode promover políticas públicas, em uma economia liberal, que promova um Estado de Bem Estar Social duradouro. Este objetivo não tem nenhum fundo ideológico, mas é uma necessidade da sociedade brasileira, não podemos permitir que haja fome no país, que as pessoas percam a esperança quanto ao futuro de suas vidas.
         O líder político que conseguir construir este cenário no Brasil, não só será reeleito, como se tornará um estadista. Esta é a economia híbrida, onde o líder político se coloca no centro e dialoga com a esquerda e a direita. O problema central para todos é a falta de dinheiro, tanto para os trabalhadores como para os detentores do capital. Estamos todos no mesmo barco, que se chama Brasil, se afundar, todos afundam, se prosperar, todos prosperam.
         Esta na hora de minimizar as brigas ideológicas e olhar para o Brasil, esta é uma Necessidade de Mercado, que um investidor externo consciente está de olho. O investimento no Brasil só aumentará conforme a sua necessidade, se houver a existência de um mercado consumidor capaz de dar retorno ao capital investido. Não há lado político, apenas uma necessidade.






quarta-feira, 24 de julho de 2019

O Modo Híbrido de Ser do Brasil !


         O Brasil é um país com maioria pobre, que precisa crescer e distribuir a renda para ser socialmente justo para com o seu povo. Como cumprir este dever cívico, em uma economia liberal ? A realidade se impõe, para que uma economia liberal de viés capitalista funcione, o consumo é a mola propulsora de todo o desenvolvimento. Ou seja, esta situação compromete o papel do Estado, o define como agente responsável por criar e implementar políticas públicas que viabilizem o consumo por todos, aumentando o crescimento da economia.
         Estamos diante de um paradoxo, os princípios básicos e gerais que orientam a ideologia liberal são questionados, não há como eliminar um Estado forte, que não quer dizer um Estado grande, mas um Estado democrático, com instituições fortes, que atua para o bem comum. A realidade do Brasil é esta, a maior parte da população depende de políticas públicas criadas pelo Estado, para ter a garantida de uma vida digna e viável. Esta realidade cria um modelo híbrido de ser do Estado, onde a economia é de base liberal, mas o Estado é forte e tem um importante papel a cumprir na sociedade. Embora, exista uma aparente contradição entre uma economia capitalista liberal e a presença de um Estado forte, a necessidade de atuação se faz presente.
         Não existe uma sociedade sem Estado, a ausência do Estado se converte em uma anarquia, o que se deve ter claro é o papel do Estado em uma sociedade econômica. O Estado é o mediador de interesses, através de seus poderes busca a justiça e o bem comum, via políticas públicas. A saída de uma profunda crise econômica não é rápida, os passos a serem dados têm que trazer esperança para todos. Só assim, adquire-se estabilidade social, a união da população e a compreensão da forma de ver o mundo por parte dos nossos líderes políticos.
         Se me perguntarem, com qual país o Brasil terá semelhança ? A partir da realidade que está sendo imposta, estaremos mais próximos do modelo Inglês. Um país democrático, com instituições fortes, forte atuação do parlamento, uma economia liberal, mas um Estado que se preocupa com a sua população, e faz das suas atribuições um meio para se ter justiça social. A distribuição de renda presente no Brasil não permite que tenhamos um modelo econômico 100% liberal, existem inúmeros problemas que só terão com a criação e implementação de políticas públicas de curto, médio e longo prazo. Não é a questão da defesa de uma ideologia, visão de mundo, etc. Mas é o que pode ser feito para o bem da nação. O Brasil pode ter um Estado forte e dimensionado conforme as necessidades de mercado, sem esquecer as responsabilidades para com a maior parte da população, que não é rica e tem uma renda baixa.



domingo, 21 de julho de 2019

O Enigma da Economia Brasileira !



        O Brasil foi a 9º economia no mundo em 2018, com um PIB aproximado de 2,09 trilhões de dólares. Como uma economia deste tamanho é incapaz de gerar bem estar para a sua população, e apresentar uma inércia sistêmica desde 2014? O problema é a distribuição de renda desigual, onde quase 30% da renda do Brasil estão nas mãos de apenas 1% dos habitantes do país, segunda a Pesquisa Desigualdade Mundial 2018, coordenada pelo economista francês Thomas Piketty, publicada no jornal EL PAÍS, Internacional, Desigualdade Econômica.
         A pergunta que se faz é: Um país com tamanha desigualdade econômica pode apresentar um crescimento econômico sustentável de longo prazo ou está condenado a ter apenas voos de galinha? Como uma expectativa como esta pode dar segurança a um investidor de longo prazo? Façamos o seguinte exercício abstrato: Se você representasse um fundo de investimento estrangeiro com 50 bilhões de dólares disponíveis para ser aplicado em projetos qual pergunta fundamental você vai querer ter a resposta? Tenho uma sugestão: O país no qual eu vou investir o capital tem um mercado interno capaz de proporcionar uma taxa de retorno satisfatória?
         Após a implementação das reformas no Brasil, acredito que o passo mais importante será a criação de um mercado consumidor forte através de políticas públicas. Quais políticas públicas? Política salarial, maior e melhor distribuição da renda nacional, aumento do poder de compra dos salários, para assim poder existir um elevado nível de consumo, maior nível de vendas, aumento das receitas das empresas, aumento da arrecadação de impostos e melhor gestão do déficit e até superávit fiscal.
         O modelo econômico brasileiro terá uma forma híbrida de ser, liberal na base, mas ao mesmo tempo com uma importante ação do Estado, através de políticas públicas voltadas para o bem comum. Os Direitos Civis são garantidos como: As liberdades individuais, o direito de ir e vir, de dispor do próprio corpo, o direito à vida, à liberdade de expressão, à propriedade, à igualdade perante a lei, a não ser julgado fora de um processo regular, a não ter o lar violado. Mas ao mesmo tempo cada um tem compromisso com todos, e todos têm compromisso com cada um. A adoção de uma ética, que tenha princípios que fundamentam um modo de ser, que tenha como finalidade o bem comum, o bem da coletividade.
         A vida para o homem passa rápido, o que podemos deixar neste mundo é um legado para as futuras gerações, tudo o que fazemos pode estar comprometido com um fim, depende de nossas escolhas. Para se ter um país melhor para as futuras gerações, temos que ter a coragem de fazer aquilo que acreditamos, como aquilo que é necessário para bem dela, mesmo, que tenhamos restrições em acreditar em formas de pensar contrárias a nossa. Este é o jogo democrático que as sociedades livres possibilitam existir.


sábado, 20 de julho de 2019

O Caminho para Começar a Aquecer a Economia Brasileira !


 
        A economia do Brasil só atrairá os investidores para empreender, se for capaz de demonstrar o retorno sobre o capital a curto, médio e longo prazo, de forma previsível, realista e factual. E qual é a base da possibilidade de retomada do crescimento do PIB? É o aumento do consumo por parte da população, é por onde a roda da fortuna gira, onde se materializa o aumento da produção para atender a demanda em grande escala. Aumentado o consumo, aumenta a venda, aumenta a produção, aumenta o recolhimento de impostos e aumenta a geração de empregos. Porque até o momento a economia continua travada, ou seja, não sai da inércia?
         Está no momento do governo buscar ativar a economia via a renda do trabalhador. Como? Com a criação de uma política salarial para o trabalhador brasileiro, é a implantação de uma política pública que vise apresentar um programa de aumento da renda a partir da base, de forma programada e previsível, para os empresários poderem se programar e planejar. Não é apenas a defesa dos trabalhadores, mas a defesa da economia brasileira. Se não houver um aumento na capacidade de consumo pelas famílias, não haverá um aumento das vendas. Por mais investidores que existirem, disponibilidade de capital, não haverá mercado consumidor capaz de dar retorno sobre o investimento.
         A política salarial não é uma política social, mais um investimento por parte dos detentores do capital, para a formação de um mercado capaz de consumir. A população brasileira tem que ter uma sobra de capital para poder comprar bens e serviços que atendam necessidades que vão além da simples sobrevivência básica.
         Pode-se pensar que uma política salarial é a base das reformas para o Brasil, juntamente com a reforma trabalhista, reforma da previdência, reforma tributária, reforma política, reforma administrativa, dentre outras. Se o Brasil quer ser um país com uma economia liberal e próspera, um dos pilares é o elevado consumo e a elevada produção que se tornam possíveis com uma renda justa para o trabalhador brasileiro.
         Para entendermos o quanto o salário do trabalhador está defasado, tenhamos como parâmetro a seguinte informação: O salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas deve ser de R$ 3.928,73. O valor é 3,94 vezes o salário mínimo em vigor no ano de 2019, de R$ 998,00. A estimativa é do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos).
         Recuperar o poder de compra do salário mínimo do trabalhador é a construção de uma sociedade mais justa, mais inclusiva, mais próspera para todos, traz segurança de retorno sobre o investimento do dono do capital. Eu, como brasileiro, sonho com este Brasil. Acredito que este é o caminho para crescer e tornar o Brasil grande para todos.


sábado, 6 de julho de 2019

O espectro ideológico do Governo Bolsonaro !



O Governo Bolsonaro e seu espectro ideológico no cenário político brasileiro: O governo Bolsonaro sobrevive com baixa popularidade, imerso a inúmeras atrapalhadas, em virtude de seu posicionamento político mais à direita e conservador, que atende aproximadamente 45% da população brasileira. Adepto a ideologia neoliberal, possibilita a materialização de três aspectos marcantes do governo, que são: a tradição, a família e a propriedade. O que demanda uma agenda de governo conservadora e até um retrocesso frente aos avanços progressistas dos governos de esquerda. O bem comum, as políticas sociais, a luta contra a injusta distribuição de renda no Brasil, a educação como um direito de todos, os direitos trabalhistas, os direitos sociais como o previdenciário, a conservação do meio ambiente, a saúde como um direito de todos são vistos como valores e ideias defendidos pela esquerda. Ou seja, o que o Governo Bolsonaro tem para entregar para a grande maioria da população? Somente a perda de direitos e o incremento de deveres que beneficiam a elite econômica vigente. Para a grande maioria da população, e até grande parte dos que o apoiam sairão perdendo nos próximos anos. As reformas planejadas e em curso só beneficiarão uma pequena elite econômica, que não tem nenhum compromisso social com a população brasileira. Mas o que faz um governo assim sobreviver? É o seu núcleo duro, com três pilares: O jurídico, o econômico e o ambiental. O jurídico tem o dever de manter o maior líder popular preso, Lula. O econômico tem como meta atender os interesses do mercado, dito bolsa de valores e grandes bancos privados. O ambiental atende os interesses da bancada do agronegócio, ao ponto de rever demarcações de terras dos índios, quilombolas, ação das ongs e destinação dos recursos financeiros do fundo da Amazônia. O cenário não é promissor, pois o núcleo duro do Governo Bolsonaro age nos bastidores, promove mudanças em diversas leis, defende uma agenda de governo liberal, sem qualquer preocupação social. Os danos e as rupturas serão profundos, na prática será o empobrecimento generalizado da população brasileira, seremos mais servis e explorados, não teremos um Estado de bem-estar, os valores de liberdade, igualdade e fraternidade durante o Governo Brasileiro não estarão presentes na sociedade brasileira. Para a maior parte da sociedade brasileira é o final do mundo, e de forma democrática só poderemos vislumbrar a mudança deste terrível cenário, com novas eleições. Só espero que até lá, o povo tenha aprendido a votar. Pois estamos diante de um governo impiedoso e sem escrúpulo para com a camada da sociedade menos favorecida.



O que significa a Reforma da Previdência proposta ?



         O que realmente representa a Reforma da Previdência? A Reforma da Previdência na maneira com que está proposta, representa, a reforma na forma do Estado financiar o sistema financeiro brasileiro, onde as empresas se valorizam em um curto espaço de tempo na bolsa de valores, e tenham ao longo de 10 anos recursos suficientes para pagar taxas de juros baixos. Pois, o mercado brasileiro estará inundado de recursos financeiros, o que provocará a baixa ainda maior dos juros. E se vier a segunda Reforma da Previdência, que é o sistema de capitalização, os bancos privados terão recursos financeiros em abundância para aplicar, a um custo baixíssimo. Ou seja, aumentaremos a concentração de renda nas mãos dos investidores financeiros, que não representam a maior parcela da população brasileira. Será mais dinheiro para endividar ainda mais o trabalhador e o aposentado, que mal conseguem sobreviver dignamente com os baixos rendimentos que têm. Na verdade, o financiamento do aumento de investimento por parte das empresas privadas virá da Reforma da Previdência, são os futuros aposentados que pagarão a conta do enriquecimento dos bancos e empresas privadas. Como no passado, que o fundo de previdência financiou o desenvolvimento do Brasil no governo da era militar. O Brasil cresce, expande o PIB, mas não divide a prosperidade com sua população, pois não existirá mais um mecanismo de distribuição de renda, que possa minimizar a injustiça social presente no país. A previdência como existe hoje, representa um sistema de transferência de renda para a classe menos favorecida. É este dinheiro, que os bancos e empresas privadas estão ambicionando se apropriar, sem se preocuparem com as consequências sociais. O futuro para a maior parte da população brasileira é sombrio, pois o rendimento para sobreviver será menor ainda e a aposentadoria digna representará um luxo para poucos. O que está sendo construído é a pauperização sistêmica da população brasileira, é o aumento da exploração e espoliação. A injustiça social crescerá ao longo de dez anos. A questão a saber é: Será que no futuro o Brasil terá um mercado consumidor capaz de dar retorno ao capital investido ?


domingo, 30 de junho de 2019

Por que a economia no Brasil não decola ?


       Qual é o pilar do capitalismo? É o consumidor, sem o consumo, a economia não gira, não há relação de troca de dinheiro por bens e serviços. O que presenciamos nestes últimos anos no Brasil, foi à baixa do ponto de equilíbrio de mercado, o encontro da oferta e da demanda de bens e serviços, a um nível que impossibilita o crescimento do PIB acima de 1%. Ou seja, a economia está estagnada, e qual é o motivo básico? Se o pilar do capitalismo é o consumidor, a razão está no consumidor, que não está consumindo em sua plenitude, prioriza apenas gêneros de extrema necessidade. Como podemos aumentar a demanda por bens e serviços para fazer a economia brasileira crescer acima de 1% a.a., superior a 4% a.a., gerando emprego e renda para a maioria dos brasileiros?
         Se a demanda é definida pelo desejo do consumidor de adquirir um determinado bem ou serviço, como este desejo pode se realizar na prática? Depende dos preços dos bens e serviços e basicamente da renda do consumidor, e o que está tornando o consumo de bens e serviços que vão além das necessidades básicas, qual é o fator limitador do consumo, que é a base do capitalismo? É a renda do trabalhador, que nos últimos anos demonstra está a um nível muito baixo, inviabilizando o crescimento da economia. Simplesmente o nível de consumo está baixo, porque a renda do trabalhador está baixa.
         É um paradoxo do capitalismo, o empresário luta para diminuir os custos de produção de bens e serviços, para poder ser competitivo, mas se o trabalhador tem uma renda baixa, aquém das necessidades reais para a manutenção digna de sua sobrevivência, não se torna viável o consumo de bens e serviços que não atendam as necessidades básicas do trabalhador. O que condena a economia brasileira a ter um desempenho abaixo de seu real potencial, ou seja, um desempenho medíocre. Esta é a realidade da economia brasileira, está condenada a estagnação, as reformas virão: trabalhista, previdenciária, tributária, pacto federativo (federação, estados e municípios), política, econômica e até em alguns níveis, sociais. E não terão sucesso, não serão capazes de surtir os efeitos desejados, se em conjunto a tudo isso, não existir uma política salarial, que recupere o poder de compra real do trabalhador, que é o consumidor, a base do capitalismo.
         Sem uma política salarial, que crie um mercado consumidor, capaz de tornar viável e sustentável o retorno sobre o investimento dos empresários, o Brasil continuará a ser um país de um elevado nível de risco para qualquer tipo de empreendimento. A primeira reivindicação que um investidor externo deve fazer é a implementação de uma política salarial, para a geração de um mercado consumidor, capaz de dar retorno e sustentabilidade ao capital investido.
         Para quem tem um bilhão de dólares para investir no Brasil, o país oferece a certeza, de que o capital investido terá o seu retorno esperado? Está na hora de valorizar o salário do trabalhador, para poder criar um mercado consumidor forte, e assim o capitalismo se desenvolver em toda sua plenitude no Brasil, do contrário o PIB continuará a crescer anualmente abaixo de 1%, ou seja, a economia ficará estagnada, e o Brasil jamais poderá se desenvolver em todo seu potencial.




sexta-feira, 17 de maio de 2019

A Destinação dos Bens Terrenos !



        Segundo a Doutrina Social da Igreja em 1931 por Pio XI na Encíclica Quadragesimo Anno (n. 88), “a caridade social é a virtude que de dirige às pessoas, não mais tomadas isoladamente, mas em seu conjunto, pois seu objeto é o conjunto de toda sociedade, ordenando tudo ao bem comum e ao bem último, que é Deus”.
         Ou seja, os bens terrenos foram criados e transformados para um fim último, que é o bem comum, não há como defender a propriedade privada que não esteja a serviço do bem comum. A desigualdade entre ricos e pobres no mundo é um pecado social, porque o homem não é o senhor dos bens terrenos, mas apenas um administrador.
         Os bens terrenos são destinados a todas as pessoas, segundo o Papa Francisco, a função social da propriedade e a destinação universal dos bens são realidades anteriores à propriedade privada. Na Doutrina Social da Igreja a propriedade privada não é um direito absoluto, mas relativo.
         A destinação universal dos bens tem como princípio que todos devem ter acesso ao que é necessário para uma vida decente e digna e que sobre toda propriedade privada pesa uma hipoteca social.
         O Concílio reafirma o ensinamento tradicional da Igreja que remonta a Santo Tomás de Aquino, de que aquele que se encontra em caso de extrema necessidade tem o direito de tomar dos outros os bens de que necessita, resguardada as condições para a liceidade moral deste ato. No campo do Direito o nome se dá de “furto famélico”, quando, para garantir a sua vida ou a de outro, que é um bem valioso, a pessoa transgride um menos valioso, que é a propriedade privada, respeitados alguns requisitos para sua não criminalização.
         No Compêndio de Doutrina Social da Igreja 177, o direito “à propriedade privada está subordinado ao direito ao uso comum”. Ela não é um fim em si mesmo, mas um meio para se chegar a um fim, que é o bem comum.
         A discussão que não é nova, mas se faz presente no século XXI é: Qual é o fim de tamanha desigualdade socioeconômica no mundo? Onde 5% da população detêm 50% da renda mundial. Não está na hora de revermos o modelo ético, ou seja, os princípios que fundamentam o modo de ser do modelo econômico vigente? O que está estabelecido gera mais problemas, do que soluções.
         A humanidade já alcançou um padrão científico e tecnológico capaz de provocar uma revolução social, e viver em caridade social. As organizações que se diferenciarão, prosperarão e terão longevidade no século XXI, serão as organizações comprometidas com valores humanistas da justiça social, ou seja, o fim último, que é o bem comum. É uma nova ética, para um novo padrão socioeconômico.
         Fonte:
         ALVES, Antonio Aparecido. Doutrina Social da Igreja : um guia prático para estudo / Antonio Aparecido Alves. – Petrópolis, RJ : Vozes, 2014.


quarta-feira, 1 de maio de 2019

Trabalhador sem renda justa, a economia não cresce !





         Estamos no Brasil, dia 1ª de Maio de 2019, data para se comemorar o dia do trabalhador, aquele que ajuda o patrão a gerar riqueza para o país. Em virtude da alta taxa de pessoas desempregados, há muito pouco o que se comemorar, mas há um alerta a fazer:
         A economia do Brasil só voltará a crescer se o trabalhador voltar a ter uma renda justa, que o possibilite consumir todo o tipo de produtos, pois nas condições atuais, o trabalhador tem uma renda insuficiente para viver dignamente.
Segundo o caderno de economia do UOL, de 06/02/2019 em São Paulo, em janeiro, o salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 3.928,73. A estimativa é do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos).
Esta é a realidade de vida do trabalhador brasileiro, como ele poderá ajudar a economia do país com sua baixa capacidade de consumo? Pois, o salário mínimo de 2019 é de R$ 998,00. Ou seja, as reformas virão, mas se não existir um programa para a recuperação da renda do trabalhador, a economia do Brasil continuará a patinar, investimentos serão feitos, mas não existirão consumidores. Um país rico com uma população pobre, ou melhor, miserável.
O sistema financeiro, que até então, se sente intocável, imune à crise, viverá o seu maior revés, o lucro contábil apresentado em seus balanços, não se realizarão, em virtude da elevada inadimplência das pessoas físicas, das pessoas jurídicas e do Estado. Todos nós estaremos inseridos dentro de um enorme círculo vicioso, onde todos perdem, pois até os investidores estrangeiros deixarão de investir no Brasil.
Juntamente com as reformas, tem que haver um programa de recuperação da renda do trabalhador, pois o trabalhador recebendo um salário justo, consome, as empresas vendem e têm lucro, os bancos recebem as parcelas dos empréstimos e realizam financeiramente o lucro contábil, o Estado passa a recolher mais impostos e supera o sistêmico déficit fiscal. O Brasil precisa olhar para cima e construir a roda da fortuna, tudo começa com a renda do trabalhador.
Então fica uma reflexão, como cidadãos brasileiros, queremos viver em um país de eterna injustiça econômica social ou iremos lutar para revertermos esta trajetória e construir um país justo, capaz de valorizar o dia do trabalhador e ter um motivo real para comemorar?
Uma economia forte é feita de trabalhadores fortes, pois todos são trabalhadores, mesmo os patrões.


domingo, 7 de abril de 2019

O que está acontecendo com a nossa casa ?


          Vivemos uma contínua aceleração das mudanças na humanidade e no planeta, e os objetivos desta mudança rápida e constante não estão necessariamente orientados para o bem comum e para um desenvolvimento humano sustentável e integral.
A – Poluição e mudanças climáticas
A poluição, resíduos e cultura do descarte: Existem formas de poluição que afetam diariamente as pessoas. A exposição aos poluentes atmosféricos produz uma vasta gama de efeitos sobre a saúde, particularmente dos mais pobres, e provocam milhões de mortes prematuras.
Na realidade, a tecnologia, que, ligada à finança, pretende ser a única solução dos problemas, é incapaz de ver o mistério das múltiplas relações que existem entre as coisas e, por isso, às vezes resolve um problema criando outros.
Devemos considerar também a poluição produzida pelos resíduos, incluindo os perigosos presentes em variados ambientes. Produzem-se anualmente centenas de milhões de toneladas de resíduos, muitos deles não biodegradáveis: resíduos domésticos e comerciais, detritos de demolições, resíduos clínicos, eletrônicos e industriais, resíduos altamente tóxicos e radioativos.
O sistema industrial, no final do ciclo de produção e consumo, não desenvolveu a capacidade de absorver e reutilizar resíduos e detritos.
          O que as futuras e atuais gerações podem fazer?
B – O clima como bem comum
O clima é um bem comum, um bem de todos e para todos. Em nível global é um sistema complexo, que tem a ver com muitas condições essenciais para a vida humana.
Há um consenso científico muito consistente, indicando que estamos perante um preocupante aquecimento do sistema climático, embora não se possa atribuir uma causa cientificamente determinada a cada fenômeno climático em particular.
A humanidade é chamada a tomar consciência da necessidade de mudanças de estilos de vida, de produção e de consumo, para combater esse aquecimento ou, pelo menos, as causas humanas que o produzem ou acentuam.
Numerosos estudos científicos indicam que a maior parte do aquecimento global das últimas décadas é devido à alta concentração de gases de efeito estufa emitidos, sobretudo, por causa da atividade humana.
A sua concentração na atmosfera impede que o calor dos raios solares refletidos pela terra si dilua no espaço. Isto é particularmente agravado pelo modelo de desenvolvimento baseado no uso intensivo de combustíveis fósseis, o qual está no centro do sistema energético mundial. E incidiu também a prática crescente de mudar a utilização do solo, principalmente o desflorestamento para finalidade agrícola.
Como podemos mudar as nossas vidas?
Bibliografia:
PAPA FRANCISCO, Carta Encíclica – LAUDATO SI – Sobre o cuidado da casa comum. 1ªed. – 2015 – 2ª reimpressão – 2015. Paulinas. São Paulo – SP – 2015.









segunda-feira, 4 de março de 2019

A Luta de Ricos contra Pobres no Brasil !





         O novo governo brasileiro tem como visão de mundo a ideologia liberal, que possibilita a realização de políticas pública que venham a atender 10% da população mais rica do Brasil, que concentrava 43,3% da renda do país em 2017, diz IBGE. Segundo economia, uol de 11/04/2018. O problema do Brasil é a distribuição da renda e falta de oportunidades, sem resolver estas questões a economia não decola, as reformas liberais serão feitas mais não farão crescer a economia do Brasil.
         As reformas econômicas previstas pelo atual governo liberal só têm um compromisso: atender os interesses do mercado financeiro, que apenas 10% da população tem acesso, em função da renda.
A primeira reforma, a da previdência, que tem como objetivo economizar 1 trilhão de reais em 10 anos. Quem vai pagar a maior conta será 70% da população que tenha uma renda até 2 salários mínimos. A pergunta é: para quem? Os rentistas, os fundos de aplicadores em títulos do governo. Seria uma forma de garantir o pagamento dos juros das aplicações.
A segunda reforma, a tributária, que tem como objetivo diminuir a carga tributária no país e consequentemente menos dinheiro para educação, saúde e segurança.
A terceira reforma, a do Estado, que tem como objetivo diminuir o tamanho do Estado Brasileiro, em vez de tornar os serviços do Estado mais eficientes com a implantação de tecnologias, que racionalizem as operações e diminua os custos. Não pense que seja uma missão impossível, é só procurarmos avaliar como a Secretaria da Receita Federal opera. Os serviços podem ser comparados como serviços de primeiro mundo. Por que não podemos ter a mesma qualidade de serviços nas outras áreas do governo como por exemplo: Segurança pública, educação e saúde?
Uma sugestão, por que não se faz uma CPI (Lava Jato) da dívida pública? Como pode crescer a uma velocidade tão rápida, parece-me que há alguma falha na gestão da dívida pública. Quem são os maiores beneficiários, e a quem interessa um Estado brasileiro inviabilizado financeiramente?
O Brasil deve ser a 5ª maior economia do mundo em 2050, segundo pesquisa da PwC. O PIB per capita projetado para o País deve ser de US$ 7.540 em 2050, considerando dólares correntes, ante os US$ 3.135 do ano passado. Pelas projeções, o Brasil sai da sétima posição mundial, em 2016, recua para a oitava colocação em 2030 para, depois, subir para a quinta colocação em 2050. (NOVAREJO - https://portalnovarejo.com.br/2017/02/brasil-deve-ser-5a-maior-economia-do-mundo/)
O que o Brasil vive no momento presente? É a luta de ricos contra pobres (trabalhadores) pela renda nacional. Até quando a população deve se sujeitar a esta condição de vida? Está na hora do povo se organizar e mostrar o que espera de seus governantes em um Estado democrático de direito, tem que ser dado um basta, não é possível que 10% da população diga como tem que ser o destino e a vida de 90% da população.
Esta situação comprova que a população brasileira não vive um democracia, é uma falácia, pois uma minoria manda e uma maioria obedece, é a ditadura da elite econômica, que não tem qualquer compromisso com a segurança, saúde e educação da população. As reformas liberais só servem para um fim: ratificar os interesses da elite econômica brasileira, que de brasileira não tem nada, pois não está comprometida com o país e muito menos com a população. Nossos atuais líderes políticos são apenas empregados bem remunerados dessa perversa elite econômica brasileira.
Acorda povo brasileiro! Está na hora de fazer prevalecer os interesses de 90% da população brasileira e tornar de fato o Brasil um país dos brasileiros que trabalham todos os dias por um baixo salário, e com o risco de perder direitos trabalhistas que foram duramente conquistados ao longo de sua história. Vamos à luta, não deixemos que tirem tudo de nós, nossos sonhos, conquistas e até o futuro.



domingo, 27 de janeiro de 2019

A vida de quem prova que é possível mudarmos para melhor !



        O ser humano não é escravo de sua história, ele pode mudar o seu padrão autogênico, ou seja, o reordenamento interior, a ressignificação do vivido, a organização da sua malha intelectiva. Pois, os equilíbrios estabelecidos não são permanentes, as estruturas não são fixas, os hábitos não são rígidos e a própria relação entre os tópicos que formam a estrutura do pensamento podem variar. Nós somos livres, podemos superar os choques existenciais e os nós que amarram as nossas vidas. Tudo depende de uma tomada de decisão, o homem é livre, capaz de por suas escolhas realizar um caminho próprio ou projeto existencial. O destino do homem está em suas mãos e o que torna sua vida singular é resultado do que faz. A vida é uma construção, um projeto, tudo depende da busca, que tem a ver com a direção ou sentido que quer dar à vida.

         Baixos padrões autogênicos são caracterizados por emoções como: ódio, desespero, angústia, inveja, solidão, ansiedade, exclusão e outros, que podem provocar choques na Estrutura de Pensamento. É possível superar este estado de coisas, organizando de forma harmoniosa a Estrutura de Pensamento, selecionando atitudes, refazendo objetivos, mudando pensamentos, criando novas buscas, direção e sentido para a própria vida. E assim, elevar o padrão autogênico, passar a viver outras emoções, como: amor, amizade, generosidade, compaixão, perdão, autruísmo, a beleza do mundo e outras. Um exemplo prático é do Homem mais inteligente da história, Jesus.

         “Ao examinarmos a vida de Jesus relatada nos evangelhos, notamos que ele vai se modificando gradualmente. A existência do menino obediente, do jovem carpinteiro vai se tornando diferente à medida que ele aprofunda suas experiências religiosas e toma consciência de sua condição divina. Os fatos de sua vida mudam substancialmente então e ele se eleva para padrões autogênicos altíssimos e fica muito distante das pessoas comuns. Quando Jesus foi batizado por João Batista o processo de elevação autogênica chegou a esse patamar altíssimo. Ele sai das águas do Jordão modificado. Já não viverá ocupado com os trabalhos rotineiros de carpinteiro, provavelmente vagando pelas cidades da região à procura de trabalho, mas se dedicará a difusão de uma nova forma de vida. Jesus anunciará o reino de Deus presente no coração de cada homem. Ele espera que com o anúncio da boa nova cada pessoa se transforme intimamente para viver desde já com a cabeça em outro Reino. Jesus alcançou níveis atingiu uma nova vizinhança tópica: ensinou o perdão aos inimigos, a compaixão para com os que sofrem, a mudança de atitude em cada momento da vida, desejou que seus seguidores buscassem o Reino de Deus em primeiro lugar. Em resumo, ele renova todas as coisas e faz as coisas diferentemente do que os homens geralmente fazem quando a cabeça e as emoções estão com os pés neste mundo.”

         Esta busca é o que dá sentido a vida neste mundo, embora a elevação de padrão autogênico como a experimentada por Jesus de Nazaré não é algo fácil, poucos a vislumbram e quase ninguém a alcança. A elevação espiritual não é uma conquista fácil, é uma conversão constante, um processo, um projeto de vida, onde a pessoa precisa desenvolver elementos de sua personalidade para atingir níveis elevados. A figura dos Santos Cristãos Católicos é a prova de que todos nós podemos alcançar níveis de elevado padrão autogênico, somos convidados a uma jornada existencial que nos leve a santidade. Esta talvez seja a casa do Pai, a qual todos nós temos como morada final.

         Reflexão realizada a partir de fragmentos do livro:

         CARVALHO, José Maurício de Carvalho. Diálogos em filosofia clínica – São Paulo: FiloCzar, 2013.