O
Brasil é um país com maioria pobre, que precisa crescer e distribuir a renda
para ser socialmente justo para com o seu povo. Como cumprir este dever cívico,
em uma economia liberal ? A realidade se impõe, para que uma economia liberal
de viés capitalista funcione, o consumo é a mola propulsora de todo o
desenvolvimento. Ou seja, esta situação compromete o papel do Estado, o define
como agente responsável por criar e implementar políticas públicas que
viabilizem o consumo por todos, aumentando o crescimento da economia.
Estamos
diante de um paradoxo, os princípios básicos e gerais que orientam a ideologia
liberal são questionados, não há como eliminar um Estado forte, que não quer
dizer um Estado grande, mas um Estado democrático, com instituições fortes, que
atua para o bem comum. A realidade do Brasil é esta, a maior parte da população
depende de políticas públicas criadas pelo Estado, para ter a garantida de uma
vida digna e viável. Esta realidade cria um modelo híbrido de ser do Estado,
onde a economia é de base liberal, mas o Estado é forte e tem um importante
papel a cumprir na sociedade. Embora, exista uma aparente contradição entre uma
economia capitalista liberal e a presença de um Estado forte, a necessidade de
atuação se faz presente.
Não
existe uma sociedade sem Estado, a ausência do Estado se converte em uma anarquia,
o que se deve ter claro é o papel do Estado em uma sociedade econômica. O
Estado é o mediador de interesses, através de seus poderes busca a justiça e o
bem comum, via políticas públicas. A saída de uma profunda crise econômica não
é rápida, os passos a serem dados têm que trazer esperança para todos. Só
assim, adquire-se estabilidade social, a união da população e a compreensão da
forma de ver o mundo por parte dos nossos líderes políticos.
Se
me perguntarem, com qual país o Brasil terá semelhança ? A partir da realidade
que está sendo imposta, estaremos mais próximos do modelo Inglês. Um país
democrático, com instituições fortes, forte atuação do parlamento, uma economia
liberal, mas um Estado que se preocupa com a sua população, e faz das suas
atribuições um meio para se ter justiça social. A distribuição de renda
presente no Brasil não permite que tenhamos um modelo econômico 100% liberal,
existem inúmeros problemas que só terão com a criação e implementação de
políticas públicas de curto, médio e longo prazo. Não é a questão da defesa de
uma ideologia, visão de mundo, etc. Mas é o que pode ser feito para o bem da
nação. O Brasil pode ter um Estado forte e dimensionado conforme as
necessidades de mercado, sem esquecer as responsabilidades para com a maior
parte da população, que não é rica e tem uma renda baixa.
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