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sexta-feira, 21 de abril de 2017

A Especulação Filosófica !




         Segundo Fernando Pessoa, “o mito é o nada que é tudo”. São as narrativas simbólicas e imaginárias que fornecem explicação da realidade. Tem a função de explicar e tornar inteligível o que ainda não foi compreendido.
         O Homem primitivo criou os mitos para compreender o mundo. Este Homem olha para o Universo e se inquieta, percebe como o cosmos a sua volta tem uma ordem, o qual precisa compreender interpretar e decifrar. O mundo que era visto como uma força vital inexplicável, passa a ter novas explicações.
         É com a razão que se continua a buscar o que é permanente e universal no fluxo da experiência. Os mitos começam a ruir, as explicações tradicionais, que satisfaziam a uma sociedade aristocrática e guerreira, aparecem inadequados e insuficientes.
         A mentalidade racional é analítica, procura distinguir entre pensamento e ser e, dentro do ser, entre sujeito e objeto. O mito que era uma metafísica primeira vai ceder o lugar ao logos, que se descobrirá depois como uma mitologia secundária.
         É na Grécia que começa a história da filosofia, que é quase tão longa quanto a cultura ocidental e tem data e local de nascimento: o século VI a.C., nas colônias gregas da Ásia Menor. Os chamados filósofos pré-socráticos vão procurar o princípio unificador e a origem do cosmos. Foi essa a aurora da razão.
         As questões levantadas pelos pré-socráticos, embora primitivas, ainda são fontes de pesquisa e a busca por uma explicação. Uma realidade primordial que, através de um processo ordenado, assume as aparências que nosso mundo exibe. Qual é a causa de todas as coisas? Qual é o elemento de que todas as coisas são feitas?
         Para Parmênides, filósofo da cidade de Eleia, tem a convicção de que “pensar e ser é o mesmo”. A coisa que pode ser pensada e a coisa devido à qual o pensamento existe é a mesma. E, porque o pensamento só capta o que é, não há mudança, nem movimento, nem variedade.
         Já em Heráclito de Éfeso, considera a realidade como movimento. “Não podemos nos banhar duas vezes nas águas do mesmo rio”, afirma o filósofo da mudança permanente.
         As investigações dos pré-socráticos estabeleceram os dois problemas fundamentais da filosofia: como se relaciona a realidade inteligível com o mundo experiencial, e a forma como captar o fluxo de experiência mediante conceitos com significado intemporal.
         A realidade deve ser uniforme e qualitativamente indeterminada, mas quebraram a esfera do ser em pequenos fragmentos, a que chamamos de átomos. E a mudança é o movimento incessante dos átomos no espaço vazio. O mundo que conhecemos é o resultado das configurações de átomos e nasce por sua conjunção; por sua separação, morre.
         Essa visão atômica da natureza permanece como a base da ciência física; nasceu há quase 2.500 anos por especulação, e com pouca assistência da observação e da experiência; foi o produto de gerações de filósofos a elaborarem esquemas conceptuais para compreenderem a realidade.
         É com Anaxágoras que se confere um papel predominante da razão (nous): “O nous tem o poder sobre todas as coisas com vida, maiores e menores. (...) O nous ordena todas as coisas que serão e todas as coisas que foram e as que vão”.
         Os diálogos orais de Sócrates trouxeram as definições de conceitos; os diálogos escritos de Platão introduziram a teoria das ideias; e Aristóteles sistematizou esses princípios. A filosofia ficou consolidada, e assim o Homem começa a fundamentar suas especulações.
         Fonte:
         HENRIQUES, Mendes / Nazaré Barros. Olá, Consciência ! Uma viagem pela filosofia – É Realizações Editora – São Paulo – SP, 2013.




quarta-feira, 19 de abril de 2017

O que é o Filosofar, faz sentido ?





         Filosofar é constantemente querer saber. O filósofo persiste, insiste e não desiste. Jamais acomoda e aceita a verdade de forma passiva. Questiona ao ponto de levantar todas as hipóteses e todas as suspeitas. As respostas não são evidentes, devem estar fundamentadas, argumentadas, logicamente construídas. O filósofo combate a precipitação, o imediato, as evidências do senso comum.
         O filósofo tem que ser um intérprete da realidade. Pois a realidade é ambígua, apresenta vários significados possíveis. Nada é o que parece, e a realidade raramente é transparente e linear. O filósofo tem que espiar, interpelar, levantar questões.
         Para interpretar, o filósofo procura a universalidade, ou seja, a totalidade dos objetos e do sujeito. Tudo o preocupa, toda a vida, toda a ação. Compreender o todo implica distanciamento, abstração e descentralização.
         O filósofo trabalha com todo o seu ser todo o seu pensamento, sente e expressa sua inquietação. As questões da filosofia não são hipóteses científicas, nem exercícios de abstração. Resultam de uma inquietação e de uma procura. Interrogamos, estremecemos e inquietamos perante a verdade, a vida, a morte, a dor, o reconhecimento, a história, o amor. Pensar, querer e julgar não são exteriores a nós. A filosofia e a vida estão ligadas, e, por vezes, demasiado ligadas.
         Por mais concreto que seja um problema, só o tratamos filosoficamente se o abordarmos metodicamente com a maior generalidade possível. Na interpretação filosófica, estão em evidência o observador e o observado. A filosofia forma uma rede de conclusões interdependentes. A necessidade de sistematização surge tanto no âmbito prático como no teórico. A consciência e a coerência da filosofia brotam do pensamento sistemático.
         No plano teórico, devemos correlacionar as ideias se queremos que elas tenham impacto. Como forma de conhecer e reconhecer, a filosofia torna-se vital, levando-nos a responder a questões fundamentais. Para ser esclarecedora, a filosofia deve usar uma linguagem já reconhecida e ligar-se a interpretações anteriores.
         Orientamo-nos por ideias que nos foram comunicadas pela cultura. Interpretamos o mundo conforme a ciência e o senso comum, com raízes profundas no passado. Julgamos e decidimos segundo princípios morais que a sociedade nos transmitiu. Nossas ações e decisões terão efeitos nos corredores do futuro. Por isso sabemos que a historicidade está presente na compreensão filosófica.
         A filosofia não é uma falácia, no presente ela conecta o Homem com o passado e o projeta para o futuro, na medida em que cria utopias e desconstrói distopias. Uma sociedade só caminha, a partir da esperança que tem para com o futuro. E que futuro é esse ? É o futuro que pode ser construído com ações práticas no presente, e que estejam sendo iluminadas por uma crítica filosófica.
         Fonte:
         HENRIQUES, Mendes / Nazaré Barros. Olá, Consciência ! Uma viagem pela filosofia – É Realizações Editora – São Paulo – SP, 2013.




domingo, 16 de abril de 2017

As Democracias da América Latina !




         A América Latina está dividida, parte da população não se sente representada pelos governos vigentes que estão no poder. A causa está na incapacidade de atendimento das demandas sociais. Há uma desilusão com a política, e poucas alternativas para mudar a realidade.
         O que o eleitor pode esperar para as futuras eleições ? Caso a democracia continue sendo o modelo político de cada país. O futuro líder político dos países democráticos terão que defender maiores direitos para os cidadãos, através de governos mais transparentes, sem corrupção, que forneça boa educação, saúde, desenvolvimento econômico que gere emprego e renda. Uma sociedade que funcione com justiça social, distribuição de renda, diminuição da miséria e pobreza.
         Estas demandas sociais não fazem parte de uma ideologia, seja de esquerda ou de direita, são as necessidades básicas, os direitos dos cidadãos que vivem em um regime democrático.
         Qual é o fim do Estado em um regime político democrático ? Promover o bem comum e atender as demandas da população. Ou seja, se colocar serviço do povo na solução de problemas. E o que falta para o Estado cumprir a sua missão ?
         Falta boa gestão, eficiência, transparência para ser eficaz. Os impostos não são fonte de renda inesgotável para a manutenção de Estados perdulários, da mesma forma que cada cidadão vive de acordo com a capacidade de sua renda, o Estado deve viver de acordo com a sua receita tributária. A manutenção de déficits fiscais sucessivos por parte do Estado é a fonte de instabilidade política e social. Pois, a falta de recursos financeiros provoca o recuo das políticas sociais que atendem as demandas da sociedade.
         A terceira via para a construção de um Estado sustentável, desejado e querido pelo povo, está no equilíbrio fiscal e a consolidação de políticas sociais que tenham fontes de financiamento perene.
         Fazer política custa dinheiro, e a origem do recurso está no imposto que cada cidadão paga, que é limitado. Assim, o eleitor tem que fiscalizar e determinar ao Estado onde aplicar o recurso financeiro proveniente do imposto. Eliminar o déficit público, e parar de pagar juros exorbitantes para o sistema financeiro.
         A nova consciência política que cada cidadão, eleitor deve ter é a consciência de uma gestão eficiente dos recursos públicos destinados ao Estado, para a manutenção de uma democracia sustentável e equilibrada. A transformação passa pela ação popular, seja no voto, seja na manifestação e na pressão sobre os políticos por organismos não governamentais.
         A esperança está na ação, sem ação não há esperança.



Revolução Política no Brasil !





         Está na hora da sociedade brasileira substituir a classe política, por novas lideranças e novos representantes. Grande parte dos políticos do presente no Brasil está envolvida com corrupção na defesa de interesses pessoais, não representam o povo que os elegeu.
         A saída é uma reforma política, a ser feita por políticos sérios, que não estejam envolvidos com escândalos e propinas. A formação de uma Assembleia Constituinte, com a função específica de se fazer a reforma política, eleita diretamente pelo povo.
         O Estado brasileiro tem a capacidade de fazer uma eleição rápida, utilizar as urnas eletrônicas e criar um momento para a materialização de um novo projeto político para o Brasil, com uma revolução política.
         O caminho é a mudança, a velha política está morrendo e se tem a possibilidade do surgimento do NOVO, mais transparente, mais eficiente, mais eficaz, mais representativo, comprometido com os interesses do povo brasileiro.
         Vivemos um momento dialético, a tese dos anos noventa, final do século XX, foi contraposta com a antítese do início do século vinte um, e neste momento, com todas as denúncias da investigação da Lava Jato, estamos na eminência do surgimento de uma síntese.
         A síntese é o NOVO, que está em conformidade com os interesses do CIDADÃO BRASILEIRO, o eleitor. Este é o fruto do processo político democrático. A nova relação dos representantes do povo com eleitor deve nascer na política, mais fiscalizada, mais cobrada, mais competente.
         A esperança de se ter uma política melhor no país está nas mãos do povo, este deve se manifestar e propor a Assembleia Constituinte, lutar pelo direito de construir o próprio futuro, porque um político corrupto não me representa, e acredito que não representa a maioria do povo brasileiro. Devemos buscar a mudança política para o país, a partir de novos representantes do povo.
         A melhor forma de ter um futuro melhor é construir o futuro com as próprias mãos. O futuro do Brasil deve nascer pelas mãos do povo brasileiro.

“Fazemos nossos caminhos
e lhes chamamos destino.”
(Benjamin Disraeli)