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terça-feira, 20 de setembro de 2016

A Evolução da Vida Familiar !




Hoje assistimos ao impacto da Terceira Onda de maré da história, a Primeira Onda foi lançada pela revolução agrícola em torno de 10.000 AC, onde a humanidade passar a ser sedentária e valorizar a propriedade da terra, a Segunda Onda foi lançada pela revolução industrial século XVII DC, onde o meio de produção e o capital passam a ser valorizados pela humanidade.
A Terceira Onda está criando uma nova civilização em nosso meio, com seus próprios empregos, estilos de vida, ética de trabalho, atitudes sexuais, conceitos de vida, suas próprias estruturas econômicas e convicções políticas. Podemos efetuar uma transição pacífica para uma sociedade, mais ajuizada, mais sábia e mais democrática. O que dependerá da sábia utilização de nosso livre arbítrio, dos valores éticos existentes na sociedade.
Um dos pontos analisados é a família:
Na Primeira Onda o marido procurava uma esposa, e perguntava: “A minha futura mulher é trabalhadeira? Uma boa curandeira? Boa mestra para as crianças que virão? Poderemos trabalhar juntos compativelmente? Carregará uma boa carga ou provará que sabe esquivar-se a isso?” As famílias camponesas realmente perguntavam: “Ela é forte, boa em se curvar e se erguer, ou é doentia e fraca ?
Quando as funções da família foram reunidas durante a era da Segunda Onda. A família não era mais uma combinação de equipe de produção, escola, hospital de campo e casa de saúde, tudo se resolvia na Casa Grande. Em vez disso, suas funções psicológicas tonaram-se mais importantes. O casamento subentendia-se, devia fornecer companheirismo, sexo, calor e apoio. Em breve, esta mudança nas funções da família se refletia nos novos critérios para escolher uma companheira ou companheiro. Tudo era resumido na palavra única, amor. Era o amor, assegurava a cultura popular, que fazia o mundo girar.
Este tipo de família tonou-se padrão, modelo socialmente aprovado, por que sua estrutura se adaptava perfeitamente às necessidades de uma sociedade de produção em massa, com valores e estilos de vida amplamente partilhados, poder hierárquico e burocrático e uma clara separação da vida doméstica, e da vida no mercado de trabalho.
O modelo, um marido que ganha o pão, uma mulher dona-de-casa e um certo número de filhos. Foi esta forma particular de família — a família nuclear - - que a civilização da Segunda Onda idealizou, tonou dominante e espalhou ao redor do mundo.
A crise atual da família veio a ser vista sobre uma luz mais sensata, não como o resultado de preguiça individual ou fracasso moral, mas como forças gigantescas fora de controle do indivíduo. A má distribuição da riqueza, o investimento míope, a especulação descontrolada, normas comerciais estúpidas, governo inepto estas coisas, não a fraqueza pessoal que causa a crise. Os sentimentos de culpa eram, na maioria dos casos, ingenuamente inadequados.
Com efeito, a ruptura familiar atual é, de fato, parte da crise geral do industrialismo, ou seja a ruína de todas as instituições criadas pela Segunda Onda. É parte do desbravamento para uma nova sociosfera da Terceira Onda. E é este processo traumático, refletido em nossas vidas pessoais, que está alterando o sistema familiar até a um ponto de irreconhecimento.
O que estamos presenciando não é a morte da família como tal, mas a ruptura do sistema familiar da Segunda Onda. Estamos saindo da idade da família nuclear e entrando numa nova sociedade marcada por diversidade na vida familiar
O aspecto mais característico do casamento no futuro será precisamente a série de opções disponíveis para as diferentes pessoas que desejam coisas diferentes de suas relações uns com os outros.
O sistema familiar está se tornando desmassificado, juntamente com o sistema de produção e o sistema de informação na sociedade. Não haverá uma única forma de família, o sistema emergente irá liberar cada um de nós para encontrar o seu próprio nicho, para escolher ou criar um estilo de família ou trajetória harmonizada com as necessidades individualizadas.
A pergunta que devemos fazer é: Que sociedade emergirá com a consolidação da Terceira Onda ? As instituições conservadoras serão capazes de manter o padrão familiar da Segunda Onda ?
Referência:
TOFFLER, Alvin. A Terceira Onda. Tradução de João Távora, 9ª edição, Editora Record, Rio de Janeiro, RJ, 1980.



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