No livro de Jacques
Delors “Educação: um tesouro a descobrir”, de 1998, o autor aponta que a
educação no século XXI deve ser sustentada por quatro pilares. “À educação cabe
fornecer, de algum modo, os mapas de um mundo complexo, constantemente, agitado
e, ao mesmo tempo, a bússola que permite navegar através dele”. (p. 89) É da necessidade
da sociedade do conhecimento, que se tenha uma aprendizagem que dure a vida
toda.
Vivemos um momento de
transição na sociedade contemporânea, o novo paradigma da educação está em
construção para atender as novas demandas. A sociedade do momento é a sociedade
da informação, estamos imersos em um mar de dados que nos remete a lugares até
então inexplorados, estamos diante da fronteira do desenvolvimento humano,
assim se faz necessário a releitura da educação, sua aplicação, sua pedagogia,
seu objetivo e sua meta. Uma população bem educada é o começo de um país
desenvolvido, integrado e inserido no atual contexto de desenvolvimento sustentável.
Os quatro pilares da educação do séc. XXI são:
a) Aprender a Conhecer:
O ato de descobrir, construir, desconstruir e reconstruir o conhecimento deve
ser agradável para que dure para sempre. Deve-se pensar o novo, reconstruir o
velho e reinventar o pensar.
O ato de aprender é uma
constante construção e desconstrução feita de forma metodológica, é o uso da
dialética que possibilita o diálogo entre o educador e o educando. Com o fácil
acesso a informação, o processo de educar tornou-se democrático, já não há um
detentor da informação e um aprendiz ainda alheio ao mundo que o rodeia. Este
aprendiz quer participar do processo, está envolvido, motivado por aprender. O
como fazer é o desafio do séc. XXI.
b) Aprender a Fazer: O aluno
deve estar preparado para os desafios que se apresentam. Deve ser estimulado a
trabalhar em equipe e, a participar das trocas coletivas. Deve ter iniciativa e
comunicar-se de forma a solucionar conflitos. Deve ser flexível.
Em um planeta que tem
mais de 7 bilhões de pessoas é de extrema necessidade saber viver em sociedade,
realizar os trabalhos em equipe, está preparado a se sacrificar pelo bem da
coletividade, para assim poder administrar e solucionar os conflitos. Para poder
suportar tamanha pressão, é necessário ser flexível, permeável, ao mesmo tempo um
catalisador promotor de transformações sistêmicas importantes para a sociedade.
c) Aprender a Conviver:
Aprender com os outros, compreender os demais, esforçar-se para alcançar o bem
comum, ser um agente transformador da sociedade.
A cada dia que passa
saber conviver com os outros é uma virtude, ter uma atitude de alteridade, a
concepção que parte do pressuposto básico de que todo o homem social interage e
é interdepende do outro. Assim, como muitos antropólogos e cientistas sociais afirmam
a existência do "eu-individual" só é permitida mediante um contato
com o outro. Relação de sociabilidade e diferença entre o indivíduo em conjunto
e a unidade, onde os dois sentidos interdependem na lógica de que para constituir
uma individualidade é necessário um coletivo. Dessa forma eu apenas existo a
partir do outro, da visão do outro, o que me permite também compreender o mundo
a partir de um olhar diferenciado, partindo tanto do diferente quanto de mim
mesmo, sensibilizado que estou pela experiência do contato.
d) Aprender a Ser: Desenvolvimento
da sensibilidade, da ética, da responsabilidade. Observar as potencialidades de
cada indivíduo.
O saber Ser talvez seja
um dos grandes objetivos da educação. Constituir uma formação ética fundante de
uma moral a ser seguida, promotora de virtudes que torne o educando um Ser eticamente
responsável por seus próprios atos, este é um fim da educação. O Ser humano
pode ser melhor a cada dia, depende do processo educacional que se tem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário