Segundo Nilton Bonder,
“o ser humano é tensão entre preservação e a transgressão, entre o corpo e a
alma, duas formas profundas de desvios podem ocorrer: o apego e a traição. O
apego fere a alma da mesma forma que a traição fere o corpo.” Ambas podem gerar
violência se exacerbadas ou desiquilibradas. A alma quando violentada, responde
pela depressão, o que é uma violência contra a própria vida. O corpo quando
violentado, se expressa contra o mundo externo, no ódio e na vingança.
Segundo Nilton Bonder,
“o apego ameaça e violenta a integridade de um ser humano da mesma maneira que
a traição. É entre esses dois estados de desiquilíbrio que residem nossas
grandes dificuldades na vida. Eles estão sempre juntos. Não existe experiência
de traição que não venha acompanhada de apego.”
A nossa atenção deve
estar voltada para a dinâmica do apego e da traição, pois movimentam nosso
corpo e alma, seja de forma natural ou violenta.
Segundo Nilton Bonder,
“quando um indivíduo ou mesmo indivíduos que mantém relações afetivas fazem
movimentos transgressivos movidos pela alma, são imediatamente confrontados com
movimentos de apego pelo corpo.”
Um exemplo ocorre no
casamento:
Segundo Nilton Bonder,
“um casal vive uma relação de casamento, o desiquilíbrio maior surge quando um
dos dois dá um passo à frente em direção a sua vida. Esse passo, que é muito
transgressivo em relação à sua situação acomodada, deveria gerar um passo
também do cônjuge. Se isso acontecesse, ambos estariam equilibrados e sua
dinâmica seria natural. No entanto, o que mais acontece como reação a um passo
à frente é que o outro dá um passo para trás. O desiquilíbrio então se
estabelece e uma situação não dinâmica atravanca o processo vital. A maioria
dos casamentos termina pela recorrência desse ato reflexo.”
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