Tudo
que Pessoa via de longe era borrado, mesmo usando óculos, razão pela qual não
seria capaz de praticar nenhum esporte que exigisse precisão na localização de
bolas ou outros objetos.
Mas usar óculos é incomodo limitado,
para míopes, que não precisam deles para ler, dado restar tudo próximo, em seu
mundo. Sendo mesmo comum que escrevam em letras pequenas e leiam sem óculos.
Sendo assim escreveu:
“Não sei com que
olhos vejo,
Ou com que
ouvidos ouço
Seus rostos e
suas vozes
Que não vejo,
mas vejo
Que não ouço,
mas ouço
Que não sonho,
mas sonho,
Que não sou eu,
nem outro...”
(Fernando Pessoa)
Transcendendo a reflexão do passado
para o presente, amplificando o poder das palavras de Fernando Pessoa e o vídeo
referente ao poema de Carlos
Drummond de Andrade, façamos as perguntas:
O que somos?
O que vemos?
Onde estamos?
Quando o passado se torna presente,
mesmo que guardado em palavras, transforma a nossa forma de sentir a vida, de
perceber a realidade que se transfigura com o tempo em outro momento. Nós
pensadores, questionadores representamos de forma antropológica a via aberta do
Ser, onde não há uma certeza estável, mas a existência dialética, que
caminha nas vias da construção e desconstrução do saber, da verdade percebida
pela sutil inteligência do Vir a Ser.
É na forma metafísica que começamos a
tocar o mundo das ideias, é o idealismo de se desejar a perfeição, o que faz
parte do mundo da luz, descortinado aos olhos humanos, mas real em sua própria
existência, sua forma de Ser. Assim caminhamos em direção ao aberto infinito,
sem limites, respostas fechadas, circunscrito na dimensão existencial da
matéria, mas totalmente livre para Ser.
“Podemos não
aceitar o presente,
mas sonhamos com
o futuro.”
(Keller Reis)
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