A sociedade brasileira necessita
avançar no debate que representa um assunto espinhoso, mas estratégico para o
êxito dos projetos empresariais. Toda empresa, seja ela pública ou privada, só
sobrevive a logo prazo, se e somente se tiver uma entrada maior que uma saída
de recursos financeiros. Ou seja, as empresas sadias têm lucro nas suas
operações.
O que é capaz de gerar entrada de recursos
financeiros para a empresa? É a compra do produto ou serviço por parte do consumidor.
O que é capaz de permitir que o consumidor possa comprar produtos ou serviços?
É o tamanho da sua renda, que pode ter inúmeras fontes: a ativa (trabalho) e a
passiva (investimentos).
O trabalhador comum tem na maioria das
vezes uma fonte de renda, a ativa (trabalho). E esse trabalhador comum que faz
a diferença na economia do país, pois representam 50% da população brasileira, um
pouco mais de 100 milhões de brasileiros e brasileiras. Essa é a força do
trabalhador brasileiro, e é ele que tem nas mãos a capacidade de tornar os
investimentos empresariais atrativos e viáveis, a partir do consumo. Façamos um
pequeno exercício matemático para demonstrar o quanto a economia brasileira
pode se tornar previsível para o investidor.
A maior parte dos trabalhadores
brasileiros têm uma renda média de um a dois salários-mínimos, o que é
insuficiente para ter uma vida digna segundo Pesquisa nacional da Cesta Básica
de Alimentos do DIEESE, o salário-mínimo ideal deveria ser: Período dezembro de
2023, salário-mínimo nominal R$ 1.320,00 e salário-mínimo necessário R$
6.439,62. Mas imaginemos que a renda média de 100 milhões cidadãos sejam de R$1.980,00
capaz de gerar uma massa salarial de 198 bilhões de reais mensalmente e 2,3
trilhões de reais anualmente aproximadamente. O que falta então para tornar o
retorno financeiro dos futuros investimentos previsíveis e viáveis? Falta uma
política salarial...
Idealizemos uma política salarial para
os próximos 10 anos, que venha melhorar a renda o trabalhador, aumentar o
consumo e tornar os investimentos viáveis. A proposta é aumentar anualmente a renda média
do trabalhador em 16% a.a., o que pode representar um aumento da massa salarial
em 441% em dez anos. Sairíamos do atual 2,3 trilhões de reais a.a. para o
potencial de 10,14 trilhões de reais a.a.
A lógica é que o aumento da massa
salarial em dez anos é capaz de viabilizar e tornar lucrativo muitos projetos
de investimento e atrelado a este potencial resultado, o Estado pode vir a
aumentar a sua receita tributária e se tornar superavitário, capaz de cumprir
as suas obrigações.
O debate sobre o aumento da massa
salarial no Brasil parece ser um tabu, pois pouco se fala como uma estratégia
para tornar a economia do país perene, previsível, segura e sustentável para o
investidor. Porque a pergunta que um empreendedor faz par tornar o seu
empreendimento viável é se existe consumidor para o seu produto ou serviço. Se
não houver consumidor, o investidor pode alocar todo dinheiro do mundo e não
terá êxito. Esta é uma dura realidade que deve ser debatida no país, pois só
assim, encontraremos caminhos para tornar a economia do Brasil viável a curto,
médio e longo prazo. Como esta questão é de interesse dos trabalhadores, cabe
aos sindicatos dos trabalhadores iniciarem este debate a nível nacional, pois o
que está em jogo é o futuro do país e o bem-estar da população. Na medida que
for capaz de demonstrar as possibilidades de retorno e o ganho dos
investidores, os sindicatos patronais também entraram no debate para melhorar a
proposta de uma política salarial, que torne interessante para todos
envolvidos: o Estado, o investidor e os trabalhadores. Essa ação não é um
sonho, mas uma estratégia para um futuro possível. As desigualdades socioeconômicas
podem ser superadas com atitudes criativas, que tragam segurança, paz e
felicidade para a nação brasileira.
O poder de uma boa política salarial !
Nenhum comentário:
Postar um comentário