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sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

DISTRIBUTISMO: economia para além do capitalismo e do socialismo !

 


“Enquanto o liberalismo atai-nos para a direita, o socialismo, para a esquerda. Talvez, o valor “navegacional” do distributismo é não é não nos apontar nem para a direita, nem para esquerda, direciona-nos simplesmente para frente.

         Hoje, na presença de um “livre mercado”, o qual se comporta, às vezes, mais metodológica do que logicamente, e de projetos socialistas que alternam entre sonhos inebriantes e pesadelos infernais, não é pouca coisa aprender a encarar a realidade econômica na direção certa. Portanto quem realmente olha para frente verá que a economia e seu horizonte moral são inseparáveis”. (Scott Randall Paine – Professor de Filosofia da Universidade de Brasília - UnB)

         O conceito do Distributismo parece ser uma síntese entre o Capitalismo (tese) e Socialismo (antítese). A “Economia Verde” para ser sustentável a longo prazo para o Brasil e até para o mundo, cobra que a elite política, econômica e financeira tenha um olhar para frente, para além dos modelos econômicos capitalista e socialista. Existe um novo paradigma econômico surgindo no horizonte do século XXI.

         “Esta abordagem econômica procura tornar prática a Doutrina Social da Igreja, a qual se extrai das encíclicas papais a partir de Leão XIII, muito especialmente da encíclica Rerum Novarum, de 1891.

         A ideia-chave era a necessidade de uma melhor distribuição da propriedade privada dentro de uma visão teológica da inseparabilidade da ordem econômica da ordem moral. Também frisada era a importância de três valores inseparáveis – como princípio fundamental para toda reflexão sobre a ordem social, política e econômica: a dignidade intrínseca da pessoa humana; depois, a subsidiariedade na atribuição da autoridade, priorizando sempre competências subordinadas quando viável; no que diz respeito à dignidade de todas as pessoas, uma forte promoção da solidariedade humana. Mais corretamente, também faziam parte do programa de identificação e a proteção das três intuições naturais, quase como encarnações desses valores: a propriedade privada, a família e o Estado.

         Segundo Chesterton e Belloc, na ordem econômica, esses valores e instituições requerem não apenas a melhor distribuição de bens (o que, também, o socialismo busca de uma forma radical), nem a simples liberdade de todos os agentes econômicos (o ideal capitalista), mas também a maior distribuição possível de meios de produção. Isso é visto como a melhor garantia para que a pessoa humana possa ter uma propriedade privada que seja produtiva e fecunda.

         A melhor distribuição desses meios exige, de um lado, um Estado que os crie e proteja (uma demanda da subsidiariedade), e, de outro, leis que assegurem que os bens alheios sejam igualmente respeitados (uma demanda da solidariedade). O ideal de distribuição equitativa do socialismo e o aspecto de liberdade sem amarras do capitalismo/liberalismo devem sujeitar-se a esses valores. Assim, há melhor garantia para que a pessoa (família) humana possa ter uma propriedade privada que seja produtiva e moralmente fecunda.

         Para um distributista, a promoção desses valores e instituições envolve a priorização do pequeno (“small is beautiful”), da cultura local e do mundo doméstico. Caberia reduzir as chances de que os pequenos (as pessoas individuais, as famílias, as miniempresas, os modestos investimentos etc.) fossem dominados por grandes empreendimentos ou eles mesmos se agigantassem dominando outros negócios familiares. Portanto o distributismo cogita um Estado não apenas antitruste, mas também antigrandeza, apesar de os proponentes dessa abordagem econômica reconhecerem as dificuldades práticas de implementá-la”. (Scott Randall Paine – Professor de Filosofia da Universidade de Brasília - UnB)

         O Distributismo é muito mais que uma nova ideologia econômica, mais um novo modelo econômico com as possibilidades de superar as contradições do capitalismo/liberalismo e socialismo. Uma economia forte e sustentável a curto, médio e longo prazos se faz uma melhor distribuição da riqueza gerada pelo trabalho de todos. Está na hora do Brasil fazer algo diferente e ser um protagonista na edificação de uma sociedade mais próspera e justa para todos. Não há ambiente de negócios sustentável, para os empreendimentos econômicos, sem um mercado consumidor forte com renda suficiente para consumir produtos e serviços. A edificação de uma sociedade forte com capacidade de consumo é a missão do atual governo brasileiros e uma também para os futuros governos, como uma ação de patriotismo e amor ao povo brasileiro.

         Fonte:

         Distributismo: economia para além do capitalismo e do socialismo/ Alessandro Garcia da Silva, Rhuan Reis do Nascimento (orgs). – 1.ed. – Curitiba: Appris, 2020. 213p.;23cm. (Ciências sociais).

Distributismo !


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