O risco do desmatamento da Amazônia não
é somente ambiental, é econômico. A região que poderá sofrer o maior impacto
negativo é o Sudeste do Brasil, em especial o Estado de São Paulo. Esta é uma
tese que cabe o estudo e pronunciamento da ciência.
O Estado de São Paulo pode apresentar
um relatório completo que tenha a participação de várias áreas da ciência,
como: Matemática, economia, administração, ciências contábeis, história,
geografia, sociologia, filosofia, biologia, química, física, engenharia
florestal, engenharia agrônoma, etc., pois todos serão afetados de uma forma ou
de outra, façamos a seguinte reflexão:
Já se tem a ideia de que o aumento do
desmatamento da Amazônia interfere no regime de chuvas do Sudeste, em especial
no Estado de São Paulo, ou seja, está havendo uma alteração climática lenta e
progressiva. Caso o desmatamento vá além do ponto de equilíbrio, o que pode
acontecer com o agronegócio do Estado de São Paulo? Esta é uma pergunta que a
ciência pode responder com precisão, mas podemos inferir com um dado
importante, o ciclo de chuvas alterado, a diminuição de chuvas, causando a escassez
de água.
Com menos água, há a possibilidade do
surgimento de áreas parecidas com o semiárido, tornando difícil e elevado o
custo da produção de alimentos e a criação de rebanhos. A produtividade e
produção por hectare paulista poderá diminuir, ocasionando a desvalorização das
terras, aumentando o risco da atividade econômica. A desvalorização das terras
significa menor capacidade de contrair empréstimos junto a instituições
financeiras, pois as garantias serão menores. Os efeitos resultantes de uma
dura realidade possível representam um risco alimentar para a população de São
Paulo.
Este potencial cenário pode ser
confirmado ou não pela ciência, por isso, os pesquisadores de diversas áreas
têm um papel importante no enfrentamento deste problema. O objetivo não é
difundir o alarmismo e o pânico, mas promover a orientação de políticas
públicas que apresentem maior benefício do que custo.
O Estado de São Paulo pode fazer algo
como utilizar de sua estrutura tecnológica e científica para a preservação da
floresta e a criação de atividades econômicas sustentáveis na Amazônia. É um
investimento para as futuras gerações, é a possibilidade da continuidade viável
do agronegócio paulista. Esta é uma questão que não dá para ser resolvida de forma
isolada, cada ente da federação será atingido de alguma forma caso não seja
criada uma alternativa para a Amazônia.
O efeito da atual política ambiental do
governo federal causa um maior custo do que benefício para a sociedade. Os impactos
vão além da região amazônica. Caso não haja uma mudança de rota, os malefícios
poderão apresentar seus efeitos nas gerações futuras.
A sobrevivência do agronegócio de São
Paulo pode estar em risco, o que torna urgente uma atitude por parte das nossas
lideranças políticas, econômicas e financeiras, fundamentada no parecer
científico de várias áreas. Houve um momento em que a Amazônia era exclusivamente
uma preocupação ambiental, agora é uma preocupação de todos, e mais ainda dos
detentores dos meios de produção, que dependem do clima e das chuvas para
tornarem suas atividades econômicas viáveis. Ainda dá tempo para reverter a
tragédia anunciada, só que a mobilização e a atitude construtiva é dever de todos. Caso o governo federal não seja capaz
de solucionar o problema, isso significará a perda de soberania interna, os
Estados da federação terão que se unir e apresentar alternativas que venham a
surtir resultados na real preservação da floresta Amazônica, pois o problema
atinge a todos.
Os Estados da federação brasileira devem
se unir como fizeram para enfrentar a pandemia da COVID-19 e criar uma
estratégia para solucionar o problema da Amazônia, pois o governo federal vem
demonstrando incapacidade de realizar este enfrentamento. Ainda dá tempo, o
problema é de todos, a solução está na ação conjunta por parte de todos.
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