Só
há um caminho honesto e digno, para quem nasceu sem futuro. O sujeito que
pertence a uma classe de baixa renda, menos favorecida. A qual faz parte 70% da
população brasileira, só tem um caminho a seguir, a educação. O único caminho que
pode transformar a própria realidade, este passa pela educação de qualidade,
que envolve todo Ensino Básico, ou seja, o Infantil, o Fundamental e o Médio. O
Ensino Técnico e Superior tornam-se opções de escolha do próprio sujeito e
realidade após a realização de um Ensino Básico de qualidade.
Está
escrito no Portal do MEC do Brasil que: “A Secretaria de Educação Básica zela
pela educação infantil, pelo ensino fundamental e pelo ensino médio. A educação
básica é o caminho para assegurar a todos os brasileiros a formação comum
indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes os meios para
progredir no trabalho e em estudos posteriores”.
A
violência que o cidadão brasileiro está sujeito a sofrer, pelo simples fato de
ser brasileiro e viver no Brasil, é maior que a violência da guerra da Síria. Atualmente
morrem mais de 60.000 cidadãos brasileiros por ano no Brasil, resultado da
violência urbana. E mais de 60.000 cidadãos brasileiros por ano no Brasil, resultado
da violência no trânsito.
Onde
está a causa de tamanha crise social, que faz perder vidas humanas em razão da
violência? Um dos pontos que pode ser apontado está na educação. A educação
básica no Brasil não está formando brasileiros para o exercício da cidadania, e
é incapaz de garantir meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores
para 70% da população. O Brasil está longe de ser um país civilizado ao
conviver com tamanha violência. Um exemplo está na crise da segurança pública e
todo sistema penitenciário. Ao continuar assim, a sociedade brasileira se
tornará uma escola do crime, que permeia todos os níveis da sociedade. Em vez
de formarmos sujeitos para serem cidadãos, formaremos sujeitos para serem
criminosos.
Um
jovem de periferia dos grandes centros urbanos ganha mais trabalhando para o
crime organizado, do que seus pais, que levantam cedo, às 4:30hs da manhã, pegam
ônibus, trem e metrô para chegarem ao trabalho, e após uma jornada exalta de aproximadamente
20 dias úteis, recebem cada um, um salário mínimo de R$ 954,00 bruto. E a
família de três indivíduos está condicionada a viver com uma renda familiar de
R$ 1.908,00 bruto.
Que
tipo de família pode ser? Quais são os seus sonhos? Seus objetivos? Como
conseguem sobreviver dignamente? O filho olha para os pais, o que pensa? Será
que irá seguir os passos deles, ou preferir outro caminho, caminho este que a
primeira vista é mais fácil, lucrativo, que não exige muito esforço?
Este
jovem passa a não acreditar em seus pais, e como a estrutura familiar é
precária, sente a dor da própria existência, e quando os pais dizem: Filho vá
para escola, lá está o seu futuro! Um futuro longínquo e abstrato em um
primeiro momento, mas real e transformador quando perseguido como objetivo de
vida. O filho toma a decisão mais imediata, passa a não valorizar a escola e
não se dedica aos estudos. Por falta de um acompanhamento dos pais, seus filhos
frequentam todo o Ensino Básico sem aprender nada, resultado este, que está
demonstrado no desempenho das avaliações, que os estudantes das classes de
baixa renda passam no Brasil. Melhorar o rendimento escolar do aluno brasileiro
passa por melhorar as condições sociais de 70% da população brasileira. As
famílias de baixa renda necessitam ter uma renda maior e mais justa, para
poderem constituir uma estrutura vida que possibilite acompanhar melhor os seus
filhos no período educacional.
O
que a escola pode dar a um jovem, é a possibilidade de realizar um objetivo na
vida. Para o Brasil diminuir a violência urbana e a violência no trânsito tem
que fazer do Ensino Básico o trampolim para o jovem realizar um objetivo maior na
vida. Ensinar que vale apena trabalhar duro para se conquistar algo e que é
possível.
A
maior parte da população brasileira só terá melhor condição de vida, renda,
oportunidades se estiver mais bem educada. É um esforço que tem como
catalizador o Estado e responsável à própria sociedade brasileira. É o momento
de se valorizar ainda mais a educação dos jovens, para assim constituirmos uma
sociedade saudável em que o Estado esteja presente em suas vidas, e este jovem
possa sentir o valor de ser um cidadão brasileiro. Existe um futuro para quem nasceu
sem futuro, e está na educação. Fazer da educação de um país uma política de
Estado, é pensar, que é possível construir uma sociedade mais justa, mais
educada, menos violenta. Se hoje existem sociedades que invejamos os seus
índices de violência, vejamos também o seu nível educacional da população. O
próximo presidente do Brasil tem que ser visionário, trabalhar para que o
Brasil tenha uma população mais bem educada, que possa atingir índices de
violência baixíssimos, equivalentes aos dos países nórdicos, o conjunto de
países formado por Noruega, Suécia, Dinamarca, Finlândia e Islândia, inclusive
seus territórios associados (Groenlândia, ilhas Feroe e Alanda).
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