A
revolução tecnológica 4.0 presente no início do terceiro milênio transforma a
relação do ser humano com o trabalho. A partir desta constatação, pergunta-se:
O Homem estará a
serviço da máquina ou a máquina estará a serviço do Homem?
A lógica desta pergunta
reside no fato de que não haverá trabalho para grande parte da população
economicamente ativa, ou seja, não haverá renda. Os robôs substituirão os
trabalhadores, e o Homens não terão o que fazer.
Então, o que fazer
frente a este novo cenário?
O caminho está na
mudança da forma de se obter uma renda para o próprio sustento, ou seja, parte
da renda que o robô gera deve ser transferida ao Homem, como forma de
compensação pela perda do trabalho. Assim, a máquina passa a servir ao Homem e
este passar a ter tempo para se dedicar as atividades humanistas.
A renda básica
universal é uma proposta de remuneração mínima independente do emprego, que
aponta como solução para a manutenção da sociedade de consumo e continuidade da
atividade econômica de uma sociedade. Vejamos como exemplo o Brasil:
São aproximadamente 100.000.000
de cidadãos na idade economicamente ativa. Se houver uma renda básica universal
mínima para cada cidadão de R$4.000,00 mensais e a cobrança de um imposto de
renda mensal de 15% igual a R$600,00 mensais teríamos:
Renda bruta total
mensal:
100.000.000,00 x R$4.000,00 = R$400.000.000.000,00
Imposto de renda mensal:
R$400.000.000.000,00 x 15% = R$60.000.000.000,00
Renda líquida mensal:
R$400.000.000.000,00 - R$60.000.000.000,00
= R$340.000.000.000,00
O Brasil teria um
mercado de consumo anual garantido de:
R$340.000.000.000,00 x 12 meses = R$4.080.000.000.000,00
O
Brasil teria um recolhimento de Imposto de Renda garantido de:
R$60.000.000.000,00 x 12 =
720.000.000.000,00
Resumindo,
um mercado de consumo interno garantido:
Uma
renda anual bruta total mínima das pessoas físicas de R$4,8 trilhões de reais.
Uma
renda anual líquida total mínima das pessoas físicas de R$4,08 trilhões de
reais.
Um
imposto de renda anual pessoa física garantido de R$720 bilhões de reais.
A
Renda Básica Universal é uma necessidade para poder formular políticas públicas
com fonte de recursos estáveis. As empresas passarão a investir conhecendo o
real potencial do mercado de consumo, torna-se mais fácil o planejamento e
menos volátil a economia. A maior parte das crises econômicas são crises de
consumo, onde a população em um determinado momento no tempo perde a fonte de
renda e a capacidade de consumo.
A
realidade é que, as inovações tecnológicas em curso irão destruir mais postos
de trabalho do que criar novos postos de trabalho, para que a roda da economia
não pare de girar, o Homem terá que rever sua ética econômica e o
posicionamento do ser humano na sociedade.
O
que o Homem? O ser humano é um objeto ou um ser que pensa e tem emoções?
Cabe
ao futuro novo presidente do Brasil abordar esse tema em sua campanha
presidencial, pois o trabalho passará a ser uma das questões mais importantes a
serem enfrentadas pelas economias de todos os países inseridos na revolução
tecnológica 4.0 do início deste terceiro milênio.
Caberá
ao novo governo brasileiro iniciar a construção de uma nova rede de proteção
social, que avalie formas mais justas de distribuição de renda, minimize a
incerteza quanto ao futuro dos jovens, e crie políticas públicas para minimizar
o impacto da precarização do trabalho. Será um novo Estado Social que garanta
condições básicas de vida para todo cidadão brasileiro.
A
maior questão a ser pensada é:
De
onde virá à fonte de renda para a manutenção deste Estado Social?
Da
própria economia, de toda e qualquer atividade econômica, gerada pelas Pessoas
Jurídicas, via impostos, irá financiar o Estado Social. Frente a este novo desafio
o Homem terá que faz o impensável, criar o inimaginável, caso queira viver em
uma sociedade saudável, com baixos índices de violência e criminalidade.
A
revolução tecnológica 4.0 do terceiro milênio atinge a todos, a solução para o
enfrentamento dos impactos na sociedade está na Renda Básica Universal, que
pode estabilizar a economia e pacificar a sociedade. O cidadão do futuro
necessitará de uma proteção social desatrelada do emprego. A saída esta na
reforma do modelo de Estado Social, onde o Homem esteja no centro, em primeiro
lugar, tratado como um ser humano e não um objeto. Assim elimina-se o problema
estrutural da falta de emprego formal e o acesso a uma renda digna para custear
a própria sobrevivência. Existe uma saída para o futuro incerto, a alternativa
ainda está por ser criada.
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