O
ceticismo nega a possibilidade do conhecimento completo ou genuíno de um mundo
objetivo, ou seja, a relação do Estado para com os cidadãos, o mundo da
política é um mundo separado do povo e de suas experiências. Na maioria dos
casos, os líderes políticos adotam políticas públicas ilegítimas para com os
desejos democráticos do povo.
Existe
um ceticismo racional por parte do povo na política dos países democráticos, as
conclusões do processo político democrático são contraditórias e paradoxais. E
também um ceticismo metodológico por parte do povo, uma dúvida sistemática, mas
temporária no resultado das eleições em países democráticos. As minorias e a
parte que perde nas eleições a sua preferência são politicamente obrigadas a
conviver temporariamente com a contrariedade.
As
lideranças políticas não conseguem representar em sua maioria os desejos do
povo que os elegeram para governar. É um fenômeno presente nos países
democráticos do ocidente. Os líderes políticos são eleitos com baixo nível de
popularidade, e a política nos países democráticos passa a ter um perfil
fragmentário.
Nos
países republicanos e parlamentaristas fica difícil obter uma maioria
parlamentar para governar o país e apoiar o primeiro ministro ou presidente. A
política fragmentária surge a partir das dissidências dos políticos de direita
e de esquerda que são incapazes de unir esforços, para formar uma força coesa
em prol de um bem comum.
Os
discursos dos políticos são cada vez mais paradoxais, não apresentam um
realismo representativo. As ideias representam muito pouco ou correspondem
muito pouco aos objetivos e desejos do mundo de seus eleitores. Os políticos
adotam uma postura conservadora e pragmática em tempos de crise, retém como
verdadeiras as ideias que funcionam e descartam como falsas as ideias que
falham. Têm certa aversão para com as ideias novas e transformadoras. Os
políticos adotam as mesmas políticas econômicas para enfrentarem as crises, são
incapazes de usar da criatividade para criar um novo caminho, ou seja, o pobre
perde, fica mais pobre, e o rico ganha, acumula mais. Não há nada diferente,
que proponha uma divisão mais justa da renda e fortalecimento do mercado
interno constituído por pobres trabalhadores.
A
força e certeza das decisões políticas são alcançadas a partir de um encontro
bem-sucedido com a experiência, capazes de uma confirmação pública. O mundo é
de todo complexo, com sensações e ideias contraditórias, causa uma divisão nas
sociedades democráticas que têm a liberdade para se mobilizar e manifestar, não
há uma unanimidade política.
Assim,
o mundo caminha em direção ao novo de forma dialética, a sociedade aspira por
transformação, ela está disposta a enfrentar as contradições dando três passos à
frente e dois passos atrás, mas sempre indo para frente em direção ao novo.
E é partir das contradições
que se fomenta o ceticismo, esgaçando o tecido político da sociedade. Tornando
impossível a atividade de uma política construtiva que procura oferecer um
entendimento sistemático da natureza das sociedades democráticas.
O
fomento do homem ideal e da sociedade ideal passa pela formulação de uma ideia,
onde o pessoal é mais importante do que o factual, o autoconhecimento é mais
importante do que o conhecimento do mundo. O mundo que o homem transforma e constrói
é o espelho do que o homem realmente é. Assim, a seguinte máxima é importante:
“Conhece a ti mesmo”
(Sócrates)
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