Nós humanos, seres racionais, capazes de
compreender o mundo a partir da experiência sensível, continuamos a ter a
capacidade de sonhar a vida bela, a vida plena ou estamos presos em nossos
próprios pesadelos, criados pela hegemonia do modelo neoliberal capitalista?
Até onde podemos ser otimistas com a continuidade insustentável do modelo
vigente?
O
Brasil, em sua gênesis, tornou-se um país miscigenado, capaz de viver integrado
com múltiplas origens culturais, pessoas de diferentes etnias, o que se fundiu
formou o povo brasileiro. O que o capacita a ter um projeto original de realização,
o Brasil não precisa imitar as potências do ocidente, mas viver a sua própria
vida, dar um destino a sua própria existência, ser autônomo na forma de ser. A
superação da crise se faz pela escolha de um caminho original de se realizar
como nação.
O
que o Brasil tem para dizer ao mundo? Que escolheu o seu próprio critério de
sucesso, a sustentabilidade, o equilíbrio, a justiça social, desvinculado do
critério de sucesso das potências econômicas do ocidente, modelo econômico que
está falido de forma estrutural nas palavras de Eduardo Gianetti. O Brasil tem
a oportunidade histórica de mostrar uma possibilidade de superação da crise civilizatória
em que o mundo está inserido, a qual tem sua origem na ética fundante de
valores que determinam a moral e a ação.
Segundo
Eduardo Gianetti, o Brasil pode ter uma civilização sem mal-estar, é uma utopia
a se realizar. Será este talvez o paradigma para o séc. XXI, onde já não se tem
muitas alternativas, mas a necessidade de se acreditar em uma alternativa? Que
o objetivo maior de um país seja possibilitar que o seu povo viva sem
mal-estar, um valor que se coloca acima das riquezas materiais, pois está
ligado diretamente ao estilo de vida das pessoas comuns.
Independente do
dinheiro, as pessoas podem ser felizes, constituir um modo de ser, que dê
sentido a sua própria existência, ou seja, afirmar de forma autônoma a sua
própria vida. Agir conforme o Imperativo Categórico de Immanuel Kant: Faça para
os outros o que gostaria que todos fizessem para todos. É uma proposta da
edificação de uma sociedade menos egoísta, narcisista e superficial. A
sociedade brasileira pode se libertar dos valores econômicos vigentes, é uma
alternativa a se constituir.
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