Estamos inseridos em um
mundo complexo, diante de um movimento dialético histórico da humanidade. Conforme
a postura filosófica de regressão social, a barbárie, enunciada pelo filósofo
Marildo Menegat que faz uma crítica dialética do direito.
As cidades como formas
históricas de agrupamento humano estão caminhando para uma crise sistêmica?
No modelo capitalista a
cidade é um espaço de produção, onde também há o consumo. Segundo o filósofo Marildo
Menegat a crise da cidade é a crise do capitalismo.
O capital e trabalho se
uniram para criar na cidade uma exclusão ao criar um Estado de exceção?
Existe um mecanismo
social que funciona independente da nossa vontade, que é a lei do valor
produzido pelo trabalho humano, que gera e desenvolve o capitalismo, na medida
em que se cria valor através do trabalho. Só que hoje existem avanços
tecnológicos que minimizam a criação de valor, ao reduzir o trabalho humano,
pela utilização de novas técnicas. Para tornar o capitalismo mais competitivo,
há um movimento sistêmico na redução da fonte de geração do valor, que é proporcionado
pela eliminação gradual do trabalho humano.
Para a construção de
uma sociedade mais próspera e feliz, não deveríamos rever o conceito do que é
ser produtivo, ou seja, para que fim?
Para entendermos melhor
o cenário, é só percebermos, que hoje fazemos parte de uma sociedade voltada
para o consumo, que não está mais voltada para a produção, para a geração de
valor. O consumo está sendo financiado pelo sistema financeiro, que pelo método
do endividamento gera o consumo, mas não gera riqueza. Hoje existe uma massa
populacional localizada em diversas grandes cidades que estão fora da relação
de trabalho por estarem excluídas do trabalho, e fora da relação de consumo por
não gerarem valor e por não terem dinheiro para o consumo.
Segundo a ONU em 2020 a
maior parte da população mundial estará vivendo em grandes cidades, será urbana,
é o fenômeno da vida urbana. É o processo de expropriação da vida do campo.
Como as massas humanas
irão se adequar ao espaço urbano?
Segundo o filósofo Marildo
Menegat estas massas humanas não têm função no capitalismo, não têm trabalho,
não têm dinheiro, não têm lugar, é um problema para o capitalismo, um grande
desafio. E este processo ocorre desde os anos 1970, criando um processo de
favelização no mundo inteiro. As massas sociais expropriadas do campo vão viver
em favelas, que segundo o IBGE, a favela é um aglomerado subnormal, carente de
serviços públicos essenciais, ocupando terreno alheio, de forma desordenada.
Este é o maior desafio
do Estado Brasileiro, tornar a vida de cada cidadão brasileiro uma realidade
digna de se viver, com moradia digna, saneamento básico, trabalho, renda,
educação de qualidade, saúde, etc. A crise do capitalismo que enfrentamos é a
realidade da exclusão social, ocasionada pelos sucessivos ganhos de
produtividade, que eliminou o trabalho humano. O próximo governo tem que
promover a inclusão do trabalho humano, ou seja, promover a absorção do
trabalho gerador de riquezas pelas grandes massas sociais. A política econômica
tem que estar voltada para este objetivo estratégico. Para podermos enfrentar a
crise estrutural do capitalismo no espaço urbano. Se nada for feito nesta
direção, poderemos esperar em um futuro breve a volta da barbárie. As grandes
cidades deixaram de existir, por não se conseguir sobreviver com os elevados
níveis de violência que irão existir. Existirá uma guerra civil não declarada, e
os sinais desta realidade estão nos elevados índices estatísticos de mortes
violentas que são apresentados todos os anos pelo Brasil.
Será que estamos
caminhando para a barbárie?
“A sabedoria é um adorno na
prosperidade
e um refúgio na adversidade.”
(Aristóteles)
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