Teóricos
da política defendem que existem duas correntes ideológicas que constituem os
ideais, valores, sonhos e projetos humanos no campo social, político e
econômico.
A primeira corrente ideológica é a liberal
que contém um conjunto de ideias, doutrinas que visam assegurar a liberdade
individual no campo da política, da moral, da religião dentro da sociedade. No
campo econômico acredita na existência de uma ordem natural para os fenômenos,
os quais tendem ao equilíbrio pelo livre jogo da concorrência e não intervenção
do Estado. No campo político é uma doutrina que visa estabelecer a liberdade
política do indivíduo em relação ao Estado e preconiza oportunidades iguais
para todos. O que entendemos por direita.
A segunda corrente ideológica é a
antiliberal que em sua essência representa o lado oposto, a antítese da
ideologia liberal. O que entendemos por esquerda.
Que esquerda pode existir em um Estado
de Direito? Que acredita no fortalecimento de suas instituições democráticas? E
mantem viva em sua busca histórica o desejo de liberdade, igualdade,
fraternidade, ordem e progresso. Um país que tem um povo que deseja mais
transparência, menos corrupção, mais eficiência na gestão dos recursos
financeiros originários dos impostos. Que deseja a existência de um serviço
público eficiente e eficaz. Uma educação de qualidade, um sistema de saúde que
funciona, uma economia equilibrada, a geração de trabalho e renda de qualidade,
um desenvolvimento e crescimento perene e sustentável.
São todas estas questões e muito mais
que a esquerda deve pensar, o exercício do poder não é fácil, as ações do
presente reverberam no futuro, sendo assim só posso ver um caminho. Para uma
esquerda que tenha estatisticamente a oportunidade de continuar no poder, de
está liderando e dando um rumo para o Brasil.
Uma esquerda que tenha como antiliberal
a forma do uso da liberdade humana, que desperte na sociedade a importância do
uso consciente e responsável da liberdade, comprometida com a vida, com o meio
ambiente, com o desenvolvimento sustentável, com o equilíbrio econômico, com a
liberdade individual, com a educação, com a formação política, com o debate
dialético de ideias, com os valores humanistas e religiosos que constroem o
pensamento e a ação humana. Ou seja, uma esquerda humanista, menos mecanicista,
mais dialética, mais permeável, que acredite na diversidade e aposte no
diferente, no novo. Uma esquerda capaz de planejar e executar, que tenha um
projeto de nação, e saiba dialogar coma a direita para ter como aliado na
condução da nação.
Vejo a unanimidade com ressalva, pois
perdemos a capacidade de refletir e criar, passamos a ser conduzidos pela
corrente vigente e muitas das vezes não nos permitimos aprofundar e avançar em
questões importantes. Assim, mesmo que não tenhamos um ano eleitoral polarizado
pelo debate político das ideias liberais e antiliberais, espero que a esquerda
seja dialética e promova reflexões originárias de diversos pontos de partida. A
inovação surge do embate entre o que está estabelecido e o que pode vir a ser,
é um exercício de reflexão, de diálogo, de busca. E tenho a impressão que o
povo brasileiro está em busca de alternativas, de um caminho um pouco
diferente.
Qual é a sua impressão? Qual a sua
busca?
Nenhum comentário:
Postar um comentário