Quando a rebelião das massas é legitimamente justificada?
Quando o governo de plantão não é capaz de
promover a justiça. E para definir o conceito de justiça, eu vou me remeter ao
pensamento de Aristóteles, que define: “Há duas modalidades de justiça:
partilha e participação, os que podiam ser partilhados ou distribuídos (as
riquezas) e os que eram indivisíveis e só poderiam se dar na forma de
participação, caso do poder (krátos). Aos cidadãos cabia a participação no
poder da Cidade, a justiça política, considerada a condição de indivisibilidade
do poder. Aos não – cidadãos, que não participavam da vida política da Cidade,
eram aplicadas a justiça distributiva e a comutativa, procurando-se garantir os
direitos individuais e privados.” Todo cidadão político que possui um
título de eleitor pode promover o modelo de justiça participação do poder do
Estado, a política, seja através do voto nas eleições ou se fazer representar
através de manifestações públicas que influenciem as decisões e votações dos
políticos eleitos. Já a modalidade de justiça partilha depende diretamente da
condução das políticas econômicas, capazes de proporcionar a distribuição da riqueza
gerada pelo trabalho das massas, ou seja, do povo.
O atual governo de
plantão comete as duas injustiças, a primeira, governa para uma pequena parcela
da população, é insensível às mazelas e necessidades dos cidadãos de baixa
renda, que representa 70% da população brasileira. Vivemos um momento político
que fez retornar a fome, inflação alta, aumento dos preços dos alimentos, a
vida se tornou mais difícil para as massas, o povo. Não há partilha ou
distribuição da riqueza. A segunda, representa o ataque constante ao regime
democrático do país, ao modelo de apuração dos votos, o infundado discurso que questiona
as urnas eletrônicas. Ou seja, as massas, o povo corre o risco de ter um líder político
que flerta com o autoritarismo, por demonstra incapacidade de aceitar os
resultados das eleições do país. E hoje é refém de uma parcela dos deputados e
senadores que têm práticas políticas obscuras, como o orçamento secreto, sem transparência
e participação popular. Na verdade, é uma enorme transferência de renda oculta
para a classe política, o exercício do poder é antidemocrático, sem a
participação popular. Segundo Aquino, “o tirano a título pode legitimar sua
atuação se governar em benefício dos súditos e, em outra condição afirma, que
quando a tirania se torna insuportável, justifica-se a rebelião.”
As eleições do Brasil em 2022 será um
divisor de águas, o governo atual demonstra com as suas atitudes que não têm
escrúpulos para manipular e enganar as massas, o povo. Caso, seja reeleito terá
que colher os frutos da mentira, uma potencial rebelião popular, pois o preço dos
combustíveis não se manterão, a inflação vai se manter em patamar alto, o custo
de vida vai aumentar, o Auxílio Brasil não está previsto para o ano de 2023, a
fome voltará forte e poderá piorar, a vida ficará insuportável...
A rebelião das massas, povo se torna
legítima quando a vida fica insuportável. A pergunta que fica: Qual candidato
político tem um projeto de país para tornar a vida suportável para as massas, o
povo? Essa é a pergunta que os eleitores têm que fazer aos candidatos à presidência
da república e votar naquele que for capaz de promover a justiça, partilha e
participação.
REBELIÃO DAS MASSAS, DE JOSÉ ORTEGA Y GASSET
A Rebeliao Das Massas Jose Ortega Y Gasset
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