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terça-feira, 16 de junho de 2020

O Estado Assassino: O Murmúrio do Oprimido !



Marcos Aurélio Trindade[1]
Keller Reis Figueiredo[2]
Aurélio Marinho[3]
  
O Brasil é um país violento, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, as ocorrências letais são elevadas decorrentes de intervenções policiais, existe um crescimento da violência intencionalmente provocada pelas polícias. Viver em comunidades localizadas nas periferias das grandes cidades se tornou duplamente perigoso, as famílias estão sujeitas à violência do Estado como à violência do crime organizado, viver se tornou uma aventura perigosa, com baixa expectativa de êxito. Mas quem sofre mais com esta violência?
São inúmeros casos que nos fazem pensar. O Estado não pode ser conivente com as práticas maléficas da opressão, causadas por pessoas que se acham superiores às outras, pessoas estas oriundas do próprio Estado.
A tortura começa quando a falta de empatia pelo outro prejudica, ferindo, maltratando e, até mesmo, matando. Está cada vez mais difícil conviver com racistas, opressores, policiais corruptos, criminosos e governos autoritários. O surgimento e fortalecimento das milícias fortemente armadas são a prova de que o bem e o mal se confundem, já não é possível saber de que lado os homens que representam o Estado estão. O crime e o Estado de direito estão se plasmando e as comunidades são reféns e têm baixa capacidade de reação.
Presenciamos todos os dias inúmeras mortes causadas pelo racismo, onde evidentemente o ser humano perde seu senso valorativo de amor um pelo o outro. Um caso emblemático é a morte de João Pedro, assassinado pela polícia de forma brutal dentro da própria casa em virtude do combate da polícia ao crime organizado. O outro caso é o menino Miguel, símbolo de preconceito, descaso e indiferença, por parte de uma mulher que representa uma família, que compõem uma das oligarquias da elite opressora Pernambucana, intitulada como “Patroa assassina”!!!! O que ambos tinham em comum? Eram de descendência negra e moravam em comunidades pobres. Também, a nível mundial, presenciamos no noticiário sobre George Floyd, o qual foi impedido de respirar por um policial racista, causando a sua morte. A expressão máxima de preconceito, a causa capaz de ceifar a vida humana.
As ações inumanas estão ocorrendo de modo geral e não podemos ficar calados diante disso. Mais uma vez repetimos: “O Estado não pode ser conivente com isso”. Só que o Estado mata, é opressor, preconceituoso e  corrupto!
Os dados revelam que o Brasil é um país violento, como em inúmeras partes do mundo. O perfil da população que mais sofre com a violência é a parcela da população mais oprimida pelo nosso sistema econômico, são as pessoas que moram nas periferias das grandes cidades, que estão à margem dos direitos de cidadania do Estado e, consequentemente,  os maiores eleitos para serem eliminados pela máquina do Estado são os negros.
Os murmúrios do silêncio negro ficaram expressos no mundo e em nossos corações como: “Eu não consigo respirar!”, “Cadê a minha mãe?” E entre tantas outras expressões que nos deixam tristes e às vezes inconsoláveis.
A nação precisa mudar, a nação vai mudar, isto é um ideal, pois a transformação do oprimido ocorre diante das barbáries que são causadas pelo opressor. A revolução sempre deve ocorrer para a estruturação do bem e a manutenção da paz mundial. Assim dizia Paulo Freire: “Não é no silêncio, que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão”. Devemos pedir como expressava São Francisco de Assis: “Senhor fazei-me instrumento de vossa paz”!!
Esta é uma luta que todos devem travar, sabe-se que não é fácil pois o mal está presente na humanidade desde sua origem, é o que nos faz mais animais e menos humanos, mais distantes de valores, crenças e ações que tornam nossas vidas virtuosas.


[1] Marcos Aurélio Trindade é graduado em Filosofia pela FAPCOM - Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação-SP e Bacharel em Psicologia pela PUC-MG pesquisador de Bioética e ativista da justiça social. E-mail: marcos.trindade2014@gmail.com.
[2] Keller Reis Figueiredo é Licenciado em Filosofia pela FAPCOM - Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação, Professor de Filosofia da rede estadual de ensino - SP. E-mail: kellerreis.f@gmail.com.
[3] Aurélio Marinho é graduando em Administração pela Unopar o e pesquisador sobre ciências sociais. E-mail: marinhoaurelio@hotmail.com.








2 comentários:

jaqueline disse...

ótima indicação,creio que esse conteúdo fez uma abordagem satisfatória da realidade que estamos vivendo,o racismo é um fator presente e que precisa sim ser discutido para que se possa quebrar esse padrão de opressão imposto pelo estado.

Trocas & Reflexões disse...

Jaqueline, bom dia! O que me afligi no Brasil deste atual governo é a total falta de sensibilidade para as causas sociais, uma delas é o racismo estrutural presente no Brasil. O exemplo foi a infeliz indicação para a direção da Fundação Cultural Palmares.