Marcos Aurélio Trindade[1]
Keller Reis Figueiredo[2]
Aurélio Marinho[3]
O Brasil é um país
violento, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, as ocorrências
letais são elevadas decorrentes de intervenções policiais, existe um crescimento
da violência intencionalmente provocada pelas polícias. Viver em comunidades
localizadas nas periferias das grandes cidades se tornou duplamente perigoso,
as famílias estão sujeitas à violência do Estado como à violência do crime
organizado, viver se tornou uma aventura perigosa, com baixa expectativa de
êxito. Mas quem sofre mais com esta violência?
São inúmeros casos que
nos fazem pensar. O Estado não pode ser conivente com as práticas maléficas da
opressão, causadas por pessoas que se acham superiores às outras, pessoas estas
oriundas do próprio Estado.
A tortura começa quando
a falta de empatia pelo outro prejudica, ferindo, maltratando e, até mesmo,
matando. Está cada vez mais difícil conviver com racistas, opressores, policiais
corruptos, criminosos e governos autoritários. O surgimento e fortalecimento
das milícias fortemente armadas são a prova de que o bem e o mal se confundem,
já não é possível saber de que lado os homens que representam o Estado estão. O
crime e o Estado de direito estão se plasmando e as comunidades são reféns e
têm baixa capacidade de reação.
Presenciamos todos os
dias inúmeras mortes causadas pelo racismo, onde evidentemente o ser humano
perde seu senso valorativo de amor um pelo o outro. Um caso emblemático é a morte
de João Pedro, assassinado pela polícia de forma brutal dentro da própria casa
em virtude do combate da polícia ao crime organizado. O outro caso é o menino
Miguel, símbolo de preconceito, descaso e indiferença, por parte de uma mulher
que representa uma família, que compõem uma das oligarquias da elite opressora
Pernambucana, intitulada como “Patroa assassina”!!!! O que ambos tinham em
comum? Eram de descendência negra e moravam em comunidades pobres. Também, a nível mundial, presenciamos no noticiário sobre
George Floyd, o qual foi impedido de respirar por um policial racista, causando
a sua morte. A expressão máxima de preconceito, a causa capaz de ceifar a vida humana.
As ações inumanas estão ocorrendo de modo geral e não podemos ficar
calados diante disso. Mais uma vez repetimos: “O Estado não pode ser conivente
com isso”. Só que o Estado mata, é opressor, preconceituoso e corrupto!
Os dados revelam que o
Brasil é um país violento, como em inúmeras partes do mundo. O perfil da
população que mais sofre com a violência é a parcela da população mais oprimida
pelo nosso sistema econômico, são as pessoas que moram nas periferias das
grandes cidades, que estão à margem dos direitos de cidadania do Estado e,
consequentemente, os maiores eleitos
para serem eliminados pela máquina do Estado são os negros.
Os murmúrios do
silêncio negro ficaram expressos no mundo e em nossos corações como: “Eu não
consigo respirar!”, “Cadê a minha mãe?” E entre tantas outras expressões que
nos deixam tristes e às vezes inconsoláveis.
A nação precisa mudar,
a nação vai mudar, isto é um ideal, pois a transformação do oprimido ocorre
diante das barbáries que são causadas pelo opressor. A revolução sempre deve
ocorrer para a estruturação do bem e a manutenção da paz mundial. Assim dizia
Paulo Freire: “Não é no silêncio, que os homens se fazem, mas na palavra, no
trabalho, na ação-reflexão”. Devemos pedir como expressava São Francisco de
Assis: “Senhor fazei-me instrumento de vossa paz”!!
Esta é uma luta que
todos devem travar, sabe-se que não é fácil pois o mal está presente na
humanidade desde sua origem, é o que nos faz mais animais e menos humanos, mais
distantes de valores, crenças e ações que tornam nossas vidas virtuosas.
[1] Marcos Aurélio Trindade é graduado
em Filosofia pela FAPCOM - Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação-SP e
Bacharel em Psicologia pela PUC-MG pesquisador de Bioética e ativista da
justiça social. E-mail: marcos.trindade2014@gmail.com.
[2] Keller Reis Figueiredo é
Licenciado em Filosofia pela FAPCOM - Faculdade Paulus de Tecnologia e
Comunicação, Professor de Filosofia da rede estadual de ensino - SP. E-mail: kellerreis.f@gmail.com.
[3]
Aurélio Marinho é graduando
em Administração pela Unopar o e pesquisador sobre ciências sociais. E-mail: marinhoaurelio@hotmail.com.
2 comentários:
ótima indicação,creio que esse conteúdo fez uma abordagem satisfatória da realidade que estamos vivendo,o racismo é um fator presente e que precisa sim ser discutido para que se possa quebrar esse padrão de opressão imposto pelo estado.
Jaqueline, bom dia! O que me afligi no Brasil deste atual governo é a total falta de sensibilidade para as causas sociais, uma delas é o racismo estrutural presente no Brasil. O exemplo foi a infeliz indicação para a direção da Fundação Cultural Palmares.
Postar um comentário