O
mundo pós pandemia não será o mesmo, o padrão de consumo vai mudar, a renda do
trabalhador será menor, a massa salarial da sociedade será menor, as atividades
econômicas que operavam no limite entre as receitas e despesas provavelmente
desaparecerão. Aí, vai uma pergunta:
O
que ficará de pé?
Toda
organização seja econômica ou não que fizer sentido para a sociedade, os
modelos econômicos terão que atuar baseados em um padrão ético que agregue
valor, não destruam valor. Este momento de quarentena provou que o liberalismo
e suas leis de mercado são ineficientes para superar uma crise, se faz
necessário a atuação do Estado, que demonstra ser o ente com os meios
necessários para ação.
Um
modelo econômico que procura satisfazer os seus próprios interesses sob
restrições mínimas, voltado para si mesmo, não é útil para a sociedade. O homem
busca o sentido de sua existência e age a partir do que acredita. A crise do
COVID-19 serve para a perda de fé no modelo econômico liberal.
“A
tradição das virtudes (justiça) é incompatível com características fundamentais
da ordem econômica moderna e (capitalismo neoliberal), mais especialmente, com
seu individualismo, sua ganância e sua elevação dos valores do mercado a um
lugar social de destaque.” (MACINTYRE, 2001, p. 426)
A
sociedade contemporânea vive um dilema: A oposição ao individualismo liberal e
a aversão ao marxismo ou melhor, neomarxismo por está esgotado como tradição
política. Se as duas maiores ideologias não são capazes de atender os
interesses e as aspirações da maior parte da sociedade, qual seria a proposta
alternativa?
Embora
falte uma política contemporânea de relevância para a divulgação, ação e
inserção na sociedade, o Comunitarismo se coloca como uma nova ideologia capaz
de trazer resultados que promovam a estabilidade, a justiça e sustentabilidade da
sociedade do século XXI, pós pandemia. Caso as lideranças políticas não sejam capazes de implementarem
políticas públicas que fomentem os valores e padrões éticos do Comunitarismo, todos
nós corremos o risco de presenciar pessoas de boa vontade se afastarem da
tarefa de dar apoio ao modelo econômico ainda vigente, ao deixarem de se identificar
com a conduta ética e moral do que está imposto.
A
luz para a escuridão que estamos vivendo para pela aceitação, assimilação e
ação da tradição das virtudes que tem seu início em Platão, passa por
Aristóteles e tem a sua consumação em São Tomás de Aquino: prudência, justiça,
fortaleza e temperança.
“Tomás classifica as
virtudes como hábitos, ou seja, um estado, uma maneira de ser. “É uma
disposição, uma capacidade da natureza humana, a qual se enraíza em sua
natureza específica e individual, finalizada pelo agir”.
Embora as virtudes em
Tomás de Aquino tenham a influência de uma ética Cristã, princípios que
fundamentam o modo de ser no tempo e no espaço, não se restringe apenas aos
cristãos, elas têm um caráter universal, pode ser aplicada e praticada por
todas as sociedades causando benefícios duradouros e sustentáveis.
Existe no mundo
corporativo grupo de empresários que atuam a partir destes fundamentos,
trabalhando e lutando para superar os desafios do dia a dia sem perder de vista
o fim, que é o bem.
“A ADCE é uma sociedade
civil de caráter cultural e educativo, sem fins lucrativos, com sedes e foro na
cidade onde funciona. Tem por objetivo estudar, viver, e definir nas atividades
econômica e social os princípios e aplicações dos ensinamentos cristãos,
através da educação e da formação do meio empresarial. Para isto, promovem
estudos, pesquisas, cursos, conferências, seminários, congressos, publicações e
quaisquer atividades que possam contribuir para o atendimento pleno das metas
adeceanas e que discutam a questão da Responsabilidade Social Empresarial.
NOSSA MISSÃO é Unir,
Orientar e Motivar os dirigentes de empresa para a prática efetiva do
pensamento social cristão, comprometendo-se com seu melhoramento pessoal, com a
transformação do ambiente empresarial e com a edificação de uma sociedade mais
justa, que promova a dignidade da pessoa e objetive o Bem Comum.”
Representa uma luz na
escuridão do mundo em que vivemos, é a prova de que é possível mudarmos a realidade
presente para melhor. A vida após a pandemia será diferente, as pessoas estarão
em busca de uma alternativa, uma resposta, e as organizações que sobreviverão
serão as que forem capazes de dar esta resposta política e econômica, o
Comunitarismo se apresenta como uma alternativa e vinculada as virtudes segundo
Tomás de Aquino, todos nós como sociedade
seremos capazes de superar a crise e criar um modelo econômico que atende de
forma justa sustentável a sociedade.
Fonte:
- ADCE: Associação de
Dirigentes Cristãos de Empresa - SP
- MACINTYRE, Alasdair.
Depois da virtude : um estudo em teoria moral ; tradução de Jussara Simões ;
revisão técnica de Helder Buenos Aires de Carvalho. – Bauru, SP : EDUSC, 2001.
Webinar: Competitividade e Cooperação
Café da Manhã ADCE SP - 14/05/2020
Um novo modelo de financiamento popular !