“Pensamentos sem conteúdo são
vazios, intuições sem conceitos são cegas. Por isso, tornar sensíveis os seus
conceitos (i. e., acrescentar-lhes o objeto na intuição) é tão necessário
quanto tornar compreensíveis suas intuições (i. e., colocá-las sob conceitos).
Ambas as faculdades ou capacidades também não podem trocar suas funções. O
entendimento não pode intuir nada, e os sentidos nada pode pensar. Somente na
medida em que eles se unifiquem pode surgir um conhecimento.”
(KANT, 2013, p. 97)
R: Para Kant, a ordem
em nós diz como o cosmos é ordenado, ou seja, é a adequação das coisas a razão.
E a razão só entende aquilo que ela mesma produz segundo os seus projetos. A
razão tem de colocar-se à frente, com os princípios de seus juízos segundo leis
constantes, e forçar a natureza a responder ás suas perguntas em vez de apenas
deixar-se conduzir pela natureza. Os objetos têm de regular-se por nosso conhecimento,
por regras que a razão tem e impõe as coisas, e estas regras são: Intuições e
Conceitos.
Tudo
o que podemos dizer vai até onde podemos conhecer que é o fenômeno, o que
aparece. Nunca sabemos como são as coisas em si, o que são as coisas, temos acesso
apenas ao fenômeno. Só se sabe o que se baseia pela razão. Para o conhecimento
seguimos dois passos segundo Kant:
1ª
Passo – Conhece o fenômeno a partir da sensibilidade e da experiência.
2ª
Passo – Seguimos os princípios, regras, a priori da razão para conhecermos o
fenômeno.
Todo
conhecimento vem da experiência, mas não está restrita a experiência.
Conhecimento a priori não há nada empírico. Conhecimento a posteriori tem fonte
na experiência. Quando um juízo é pensado como estrito universal, não é
deduzido da experiência, mas é a priori, é necessário e universal. A causa
efeito, conexão necessária é importante para que se realize o conhecimento
humano, o entendimento com o uso da faculdade do conhecimento a priori, que é estabelecido
pelas formas da sensibilidade e do entendimento.
O
conhecimento se fundamenta baseado em leis, que vem de algo a priori, que seja
universal. Emitem-se juízos sintéticos a priori. Através da sensibilidade que é
uma faculdade do conhecimento sensível, do conhecimento imediato, da intuição. E
do entendimento que é a atividade do pensamento. Se não for intuído não pode
ser pensado, e se não for pensado não pode ser conhecido. O entendimento e os
sentidos trabalham simultaneamente para se chegar ao conhecimento. Para a partir
da intuição poder formular os conceitos. O pensamento ordena o que nos chega
pela intuição. A intuição e os conceitos constituem os elementos de todo nosso
conhecimento. O pensamento necessita dos conteúdos que vem da intuição para que
não seja vazio, e a intuição necessita dos conceitos que vem dos pensamentos
para que não seja cega, e assim se chegar ao conhecimento.
Referência:
KANT,
Immanuel. Crítica a razão pura ;
tradução e notas de Fernando Costa Mattos. 3ª ed. – Petrópolis, RJ ; Vozes;
Bragança Paulista, SP ; Editora Universitária São Francisco, 2013.
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