Qual é o pilar do capitalismo? É o
consumidor, sem o consumo, a economia não gira, não há relação de troca de
dinheiro por bens e serviços. O que presenciamos nestes últimos anos no Brasil,
foi à baixa do ponto de equilíbrio de mercado, o encontro da oferta e da
demanda de bens e serviços, a um nível que impossibilita o crescimento do PIB
acima de 1%. Ou seja, a economia está estagnada, e qual é o motivo básico? Se o
pilar do capitalismo é o consumidor, a razão está no consumidor, que não está
consumindo em sua plenitude, prioriza apenas gêneros de extrema necessidade.
Como podemos aumentar a demanda por bens e serviços para fazer a economia brasileira
crescer acima de 1% a.a., superior a 4% a.a., gerando emprego e renda para a
maioria dos brasileiros?
Se
a demanda é definida pelo desejo do consumidor de adquirir um determinado bem
ou serviço, como este desejo pode se realizar na prática? Depende dos preços
dos bens e serviços e basicamente da renda do consumidor, e o que está tornando
o consumo de bens e serviços que vão além das necessidades básicas, qual é o
fator limitador do consumo, que é a base do capitalismo? É a renda do
trabalhador, que nos últimos anos demonstra está a um nível muito baixo, inviabilizando
o crescimento da economia. Simplesmente o nível de consumo está baixo, porque a
renda do trabalhador está baixa.
É
um paradoxo do capitalismo, o empresário luta para diminuir os custos de
produção de bens e serviços, para poder ser competitivo, mas se o trabalhador
tem uma renda baixa, aquém das necessidades reais para a manutenção digna de
sua sobrevivência, não se torna viável o consumo de bens e serviços que não atendam
as necessidades básicas do trabalhador. O que condena a economia brasileira a ter
um desempenho abaixo de seu real potencial, ou seja, um desempenho medíocre.
Esta é a realidade da economia brasileira, está condenada a estagnação, as
reformas virão: trabalhista, previdenciária, tributária, pacto federativo
(federação, estados e municípios), política, econômica e até em alguns níveis,
sociais. E não terão sucesso, não serão capazes de surtir os efeitos desejados,
se em conjunto a tudo isso, não existir uma política salarial, que recupere o
poder de compra real do trabalhador, que é o consumidor, a base do capitalismo.
Sem
uma política salarial, que crie um mercado consumidor, capaz de tornar viável e
sustentável o retorno sobre o investimento dos empresários, o Brasil continuará
a ser um país de um elevado nível de risco para qualquer tipo de
empreendimento. A primeira reivindicação que um investidor externo deve fazer é
a implementação de uma política salarial, para a geração de um mercado
consumidor, capaz de dar retorno e sustentabilidade ao capital investido.
Para
quem tem um bilhão de dólares para investir no Brasil, o país oferece a certeza,
de que o capital investido terá o seu retorno esperado? Está na hora de valorizar
o salário do trabalhador, para poder criar um mercado consumidor forte, e assim
o capitalismo se desenvolver em toda sua plenitude no Brasil, do contrário o
PIB continuará a crescer anualmente abaixo de 1%, ou seja, a economia ficará
estagnada, e o Brasil jamais poderá se desenvolver em todo seu potencial.