O elemento mais
importante para tornar a proposta de
aula de um professor do ensino básico algo real e palpável é a tecnologia.
Precisa-se ter em mãos no mínimo um computador, um Datashow, uma tela plana,
caixas de sons, um acesso à internet, um acervo de filmes de todos os tipos e
uma boa biblioteca. Desafio este, que se faz presente na rede pública de
ensino, que carece de investimentos tecnológicos e físicos, impossibilitando o
professor de tornar a sua aula mais dinâmica e criativa.
A
geração que constitui o Ensino Médio do século XXI é uma geração conectada com
a tecnologia, a sua forma de ver o mundo e apreendê-lo passa pelo uso da
tecnologia. Com raras exceções querem ler um livro, são visuais, imediatistas,
superficiais, rápidos, certeiros, com baixo grau de reflexão e aprofundamento
sobre os temas relacionados às questões humanas e sociais. Para eles, o mundo
que existe a sua frente sempre foi assim, “é possível achar tudo que quer em
uma prateleira de supermercado, pronto para ser selecionado e consumido”.
Conseguir
demonstrar e fazer que a geração do século XXI compreenda, que a vida é uma
construção, fruto de uma contínua evolução Darwinista, torna-se uma vitória do
professor. Pois o futuro que se apresenta é o futuro desta nova geração, que
tem que saber olhar para o passado e se posicionar para o futuro. Dois livros
que recomento a leitura, por terem uma linguagem fácil e acessível são:
Sapiens: Uma Breve História da Humanidade e Homo Deus: Uma Breve História do
Amanhã, de Yuval Noah Harari.
O
futuro, que vem sendo desenhando para as novas gerações que existem e irão
surgir, apresentará dois enormes desafios, a sobrevivência e continuidade da
espécie. As classes sociais com menor recurso financeiro sofrerão não apenas a
opressão econômica, mas também a opressão social, pois estará à margem da
sociedade de consumo, sem acesso a tecnologia necessária para estar inserido no
mundo tecnológico. Esta realidade se faz presente na rede pública de ensino que
atende a classe social de menor poder aquisitivo da sociedade. Como sobreviver
a esta nova forma de “Apartheid” social? Esta é a questão a ser respondida,
pelos intelectuais, formadores de opinião, pessoas mais esclarecidas e
comprometidas com as questões sociais. O professor do presente deve ensinar às
novas gerações do século XXI a se defenderem desta nova forma de agressão a
humanidade, motivada e mobilizada pela necessidade de ganho de eficiência e
geração de lucro pelo modelo econômico vigente.
Uma
economia socialmente responsável, equilibrada e justa terá que dar respostas
para questões como o desemprego estrutural, a injusta distribuição de renda, o
real sentido da educação, o real destino do dinheiro público, usado para financiar
o sistema financeiro em detrimento de políticas sociais.