HOBBES
1)
O homem natural de Hobbes não é um selvagem.
É o mesmo homem que vive em sociedade. O
homem brasileiro está preparado para viver em sociedade ?
2)
Hobbes não afirma que os homens são absolutamente iguais,
mas que são "tão iguais que...": iguais o bastante para que nenhum
possa triunfar de maneira total sobre outro. Geralmente o mais razoável para
cada homem é atacar o outro homem, ou para vencê-lo, ou simplesmente para
evitar um ataque possível: assim a guerra se generaliza entre os homens. Por
isso, se não há um Estado controlando e reprimindo, fazer a guerra contra os
outros é a atitude mais racional. Com
mais de 50.000 mortes por causas criminais no Brasil, podemos afirmar que
vivemos uma permanente guerra civil ?
3)
Segundo
Hobbes encontramos na natureza do homem três causas principais de discórdia.
Primeiro, a competição; segundo, a desconfiança; e terceiro, a glória. A
primeira leva os homens a atacar os outros tendo em vista o lucro; a segunda, a
segurança; e a terceira, a reputação. Os primeiros usam a violência para se
tornarem senhores das pessoas, mulheres, filhos e rebanhos dos outros homens;
os segundos, para defendê-los; e os terceiros por ninharias, como uma palavra,
um sorriso, uma diferença de opinião, e qualquer outro sinal de desprezo, quer
seja diretamente dirigido a suas pessoas, quer indiretamente a seus parentes,
seus amigos, sua nação, sua profissão ou seu nome. Com isto se torna manifesto
que, durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum capaz de os
manter a todos em respeito, eles se encontram naquela condição a que se chama
guerra; e uma guerra que é de todos os homens contra todos os homens. Hobbes
pede um exame de consciência: “conhece-te
a ti mesmo”. Segundo Hobbes, estamos carregados de preconceitos, que vêm
basicamente de Aristóteles e da filosofia escolástica medieval. Mas o mito de
que o homem é sociável por natureza nos impede de identificar onde está o
conflito, e de contê-lo. A política só será uma ciência se soubermos como o
homem é de fato, e não na ilusão; e só com a ciência política será possível
construirmos Estados que se sustentem, em vez de tornarem permanente a guerra
civil. O Estado brasileiro conhece
profundamente o seu cidadão, ao ponto de ser capaz de desenvolver políticas
segurança pública, que evite uma permanente guerra civil ?
ROUSSEAU
1)
A
verdadeira filosofia é a virtude, esta ciência sublime das almas simples, cujos
princípios estão gravados em todos os corações. Para se conhecer suas leis
basta voltar-se para si mesmo e ouvir a voz da consciência no silêncio das
paixões. Uma vez porém que já quase não mais se encontram homens virtuosos, mas
apenas alguns menos corrompidos do que outros, as ciências e as artes, embora
tenham contribuído para a corrupção dos costumes, poderão, no entanto,
desempenhar um papel importante na sociedade, o de impedir que a corrupção seja
maior ainda. As ciências e as artes podem muito bem distrair a maldade dos
homens e impedi-los de cometer crimes hediondos. Não se trata mais de levar as
pessoas a agirem bem, basta distraí-las de praticarem o mal. Impõe-se ocupá-las
com bagatelas para desviá-las das más ações; em lugar de pregar-lhes, deve-se
distraí-las. Para o homem que nasce bom
e é corrompido pela sociedade, o Estado brasileiro tem promovido espetáculos
para distrair o seu povo para manter a ordem social ? Como podemos perceber tal ação política ?
2)
A
partir do contrato social e do discurso sobre a origem e os fundamentos da
desigualdade entre os homens, estudarmos temas da filosofia política clássica, como
a passagem do estado de natureza ao estado civil. O contrato social, a liberdade civil, o exercício da soberania, a
distinção entre o governo e o governante, o surgimento da propriedade privada
foram trabalhados na sociedade brasileira ao ponto de criar de um pacto social
capaz de proporcionar ordem, progresso, justiça, paz, desenvolvimento e tornar
a sociedade mais feliz ?
3)
O Contrato Social, unamo-nos para defender os fracos
da opressão, conter os ambiciosos e assegurar a cada um a posse daquilo que lhe
pertence, instituamos regulamentos de justiça e de paz, aos quais todos sejam
obrigados a conformar-se, que não abram exceção para ninguém e que, submetendo
igualmente a deveres mútuos o poderoso e o fraco, reparem de certo modo os
caprichos da fortuna. Numa palavra, em lugar de voltar nossas forças contra nós
mesmos, reunamo-nos num poder supremo que nos governe segundo sábias leis, que protejam
e defendam todos os membros da associação, expulsem os inimigos comuns e nos
mantenham em concórdia eterna. Tal foi ou deveu ser a origem da sociedade e das
leis, que deram novos entraves ao fraco e novas forças ao rico, destruíram
irremediavelmente a liberdade natural, fixaram para sempre a lei da propriedade
e da desigualdade, fizeram de uma usurpação sagaz um direito irrevogável e,
para proveito de alguns ambiciosos, sujeitaram doravante todo o gênero humano
ao trabalho, à servidão e à miséria. Em
que medida o homem, ao estabelecer o Contrato Social, perdeu sua liberdade
natural, e ganhou em troca a liberdade civil ? Não estamos todos acorrentados a
um Contrato Social, que privilegia uma minoria ? Haja vista, a concentração
injusta de renda e riqueza existentes no mundo contemporâneo ! A sociedade
brasileira é justa ?